Capítulo 3

A cada segundo, minuto, hora e dia que Eloísa atravessava, sentia-se excessivamente pesado. Podia até sentir como os ponteiros do relógio giravam com maior lentidão, pois aquilo que estava acontecendo não era tão fácil como ela imaginava.

Ansiava em seu coração por algo que sabia que não poderia ter, desejava o cheiro do pai de seu bebê. Embora estivesse em uma situação forçada, Eloísa jamais pensou em se desfazer de seu filho. Em vez disso, ela continuava a amá-lo, assim como desejava o perfume de Peter.

Mas, em vez de estar satisfeita, Eloísa se sentia ainda mais atormentada e desejava ainda mais Peter. Ao tentar explicar ao seu futuro filho, acariciando sua barriga, seu feto parecia estar incomodado.

No final, só conseguia sentir seu estômago começar a revirar intensamente, fazendo com que Eloísa tivesse que esvaziar seu conteúdo uma e outra vez.

Sempre que ela queria desistir e colocar um fim em sua dor, seu instinto de mãe a fazia sair da desesperança.

Depois de sentir que não tinha mais nada para vomitar, Eloísa lavou o rosto antes de voltar para a cama para descansar.

"Querido Deus! Por favor, fortaleça meu coração e não permita que a dor me machuque", essa era a oração que Eloísa fazia antes de fechar os olhos.

Estando completamente sozinha, ninguém a impediria se ela fizesse algo estúpido, como quando impediu Luna no passado.

...=======...

Enquanto Eloísa lutava corajosamente por conta própria, Peter desfrutava seus dias sem sentir nem um pouco de culpa em relação a ela. Peter demonstrava grande atenção a Lía e a seu futuro filho, atendendo seus desejos tarde da noite e acompanhando sua jovem esposa a todos os lugares, apenas para garantir o bem-estar de seu filho. Era muito diferente do que acontecia com Eloísa.

Lía era mimada por Peter e por sua família, enquanto Eloísa precisava se esconder para não decepcionar sua mãe e suas três irmãs, que a acolheram como a filha mais nova e a única menina em sua família. Essa foi a razão pela qual ela partiu, além das palavras cruéis das pessoas.

"Querida, você já comeu?", perguntou Peter do outro lado do telefone.

Ele estava no escritório enquanto sua esposa estava na casa dos pais. Peter amava demais seu futuro filho para permitir que sua esposa vivesse sozinha em sua casa, uma casa que Peter havia comprado para ele e Lía, não uma casa que ele havia compartilhado antes com Eloísa.

"Já estou comendo, querido. Mamãe fez sopa de frango do campo e salada de frutas, mas ainda não comi a salada!", explicou Lía, com uma mão acariciando sua barriga enquanto a outra segurava o telefone.

"Graças a Deus! Lembre-se, se houver algo que você queira, deve me dizer imediatamente, não guarde para si mesma! Não quero que minha filha fique doente", respondeu Peter, fazendo Lía sorrir.

Ela era sortuda por ter um homem tão atencioso com ela. Sem que ele soubesse, o homem falava docemente, mas não desviava o olhar da moldura da foto que segurava em suas mãos.

"Obrigada, Querido. Não sei o que faria sem você, não consigo acreditar como Eloísa teve coragem de deixar um homem tão bom como você", disse Lía, fazendo a mandíbula de Peter se contrair.

"Cuide de nossa filha e não ultrapasse os limites. Se você fizer isso de novo, garanto que a bebê crescerá sem uma mãe", disse Peter, calmo, mas com uma ameaça velada. "Entre em contato se precisar de algo." Depois de falar, ele encerrou a ligação com Lía.

Enquanto isso, Lía ficou em silêncio segurando o telefone. Essa era a consequência que ela precisava aceitar por estar em um relacionamento à sombra da ex-esposa de seu marido.

"Não sei até quando você poderá continuar pensando em Eloísa, mas agora sou sua esposa e você vai esquecê-la. Até mesmo meu coração ainda dói ao lembrar que você beijou a testa dela naquele momento".

Quando Peter beijou a testa de Eloísa na clínica, Lía viu acidentalmente. Desde então, Lía perguntou à sua sogra sobre Eloísa, mas a mulher não revelou muito e, em vez disso, sugeriu que não investigasse algo que só a faria sentir mais dor. Até Lía não sabia por que Eloísa e Peter tinham se divorciado. Era irônico! Quem era a sortuda afinal, Eloísa ou ela?

Quanto a Peter, ele continuava vendo a imagem de Eloísa cuidadosamente emoldurada.

"Se ao menos você tivesse querido ter nosso filho, nada seria tão complicado. Mas você preferiu ser insultada em vez de nos dar um filho. Espero que você esteja feliz onde quer que esteja, porque toda vez que eu falo, há uma oração por você, meu amor", disse enquanto enxugava as lágrimas que escorriam sem permissão de ambos os olhos.

...=======...

Os dias continuavam passando e, sem perceber, mais de um mês se passou. Eloísa permanecia no mesmo lugar, enquanto sua barriga, que costumava ser plana, começava a se destacar, pois ela estava entrando no quinto mês de gravidez.

Ao entardecer, Eloísa sempre passava tempo na varanda de seu apartamento observando as pessoas passarem lá embaixo. Não é porque ela não quisesse trabalhar, mas sua atual condição a obrigava a ficar em seu apartamento, já que frequentemente sofria de tonturas e náuseas.

Se alguém perguntasse se ela estava entediada, sua resposta seria, é claro. Ficar trancada em seu apartamento só fazia com que ela sentisse ainda mais falta do pai de seu futuro filho.

Apesar disso, Eloísa sempre fazia check-ups mensais em sua gravidez e se alimentava adequadamente, tomando leite e vitaminas regularmente, embora no final tudo o que ela ingerisse acabasse no vaso sanitário. No entanto, isso não fazia com que Eloísa desistisse de sua condição. Ela pensava que um dia seu filho seria a cura para as feridas de seu coração, apagando assim suas lágrimas.

"Se você sente tanta falta do seu pai, cresça bem aí dentro! Dê à mamãe a força para passar por esses dias exaustivos", disse Eloísa, como se o feto de cinco meses pudesse ouvir e entender o que ela estava dizendo.

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Será continuado!

Aproveite a leitura!

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Comments

Cintia Alves

Cintia Alves

ele nunca amou a Heloisa e fácil demonstra preocupação cm a lia mais nunca cm a Heloisa

2023-08-25

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