Tereza acorda com a claridade e com a cantoria dos pássaros. Se levanta devagar, pois seu corpo doía.
Olha para os lados e sabe que foi pega pelo homem estranho, novamente.
O pior é que não sabia onde estava e muito menos quem era o rapaz.
Ela caminha até a janela e vê a linda paisagem. Pequenas ondas se formavam, os passarinhos ficavam na areia cantando. Olhou para os lados e não viu pessoas.
Será uma ilha particular?- ela se perguntava.
Resolveu sair do cômodo.
Primeiro foi ao guarda roupa, que tinha diversas roupas de seu tamanho, incluindo biquíni.
Para que um biquíni?- se perguntou novamente.
Pegou uma peça de roupa e as roupas de baixo, seguindo para o banheiro.
Tirou sua roupa, se olhou no espelho reparando alguns hematomas do acidente.
Ao olhar para trás percebe que não tem chuveiro e sim uma banheira. Ela preferia que tivesse o chuveiro. Como seu cabelo era longo, devia ser complicado lavar na banheira.
Ligou a torneira da água quente e fria, mornando, para que pudesse entrar. Havia vários potinhos na beira da banheira, Tereza não sabia o que era, então não mexeu.
Sentou-se na tampa do vaso, aguardando pacientemente a banheira encher para tomar um banho relaxante.
Seria sua primeira vez tomando um banho assim, em uma banheira, mas não estava muito contente. A maioria das coisas que lhe acontecem pela primeira vez são sempre na hora errada.
Dirigir um carro, que não fazia a menor ideia de como funcionava, tomar banho em uma linda banheira, visitar um paraíso como esse.
Se fosse em sua vida normal, se não tivesse acontecido o sequestro, Tereza não teria dirigido tão cedo. Não tinha dinheiro para pagar habilitação e muito menos uma viagem para um lugar como esse. Não entraria em uma banheira como essa nem em seus sonhos.
Seus sonhos na verdade eram bem pervertidos e loucos.
Se levanta do vaso e vai até a banheira , desligando as torneiras.
Entra calmamente, sentindo um longo arrepio por causa da mudança de temperatura.
Se senta, relaxando um pouco, encostando sua cabeça na borda da banheira.
- Isso eu não faria tão cedo.- constatou.
Ela olha para os lados na procura pelo sabonete, não encontra. Havia somente uma bucha e os pontinhos.
- Será que são sabonete?
Ela pega um dos potinhos, abrindo com cuidado para não derramar tudo dentro da banheira. Lê na caixinha "Sais de banho".
- O que é isso gente?
Procura algo que explique, mas desiste e joga todo o conteúdo da caixa na banheira.
Ela se mexe para "misturar", pega a bucha molhando na água da banheira, dando início a limpeza de sua pele.
Ficou ali durante 15 minutos e foi interrompida pelo homem entrando no banheiro.
- Ei!
- Me desculpe, estava lhe procurando.- ele se senta no vaso, lhe observando.
- Eu estou no meio de um banho, você não está vendo?- questionou o homem, que pareceu não se importar.
- As regras são : pode passear pela ilha, não faça as trilhas e o mais importante.- ele olha atentamente para os olhos de Tereza.- Não dê informações para ninguém, a não ser que queira correr perigo.
- Mas o que está acontecendo?
- Seu irmão fez uma merda das grandes, sumiu e deixou vocês aqui para pagarem. Como devia alguns favores para ele, estou pagando como posso.- ele pausa.- Mantendo você e sua mãe, que não está mais no Brasil, seguras.
A cabeça de Tereza começa a rodar.
Ela levanta, mas ficar tonta. O rapaz percebe sua indisposição e lhe ajuda.
A menina já não estava nem aí se estava nua em sua frente e ele a olhava.
O importante era não se machucar mais.
Após passar a tontura, ela o agradece e pede educadamente para que ele se retirasse do banheiro.
Tereza se veste cuidadosamente, com medo de sentir novamente tontura, acabar caindo e se machucando.
Ao terminar de se vestir, volta ao quarto encontrando o rapaz à sua espera.
- Vou lhe mostrar um pouco da Ilha.- ele se levanta. - Venha comigo.
Ela concorda e o segue para o andar debaixo do imóvel , que era lindo por sinal.
- Para lhe mostrar, vamos andar em um quadriciclo. Aqui na ilha não tem carros, as pessoas andam de bicicleta ou a pé mesmo.
Enquanto fala, vão andando para a parte externa da casa, onde havia um quadriciclo e era repleto de espreguiçadeira de praia com guarda sol acoplados, como uma pousada.
Ele se senta no veículo, aguarda ela subir, assim dando partida.
A moça segura em sua cintura, pegando o rapaz desprevenido.
- Qual é o seu nome? - perguntou curiosa.
- Diego...
Se cala ao olhar a paisagem maravilhosa da Ilha.
Em menos de cinco minutos, ela observa embarcações em um pier.
Várias pessoas saiam, mais turistas do que moradores locais com certeza.
- São turistas?
- São sim.
Ele lhe responde continuando o trajeto.
Entra em uma rua, que parece ser a principal.
No início dela tem alguns restaurantes, lojas de lembranças, uma pracinha com banquinhos de madeira e uma enorme igreja católica no centro. A continuação da rua é ao lado direito da igreja, que é muito bonita.
Há muitos restaurantes, sorveterias, lojas para turistas e agências de passeios.
A rua é tão movimentada que mal dava para passar. Passava na frente de mercados, cafeterias, padarias com o pão saindo na hora.
Ao seguir a rua, subiram a ponte e ao lado esquerdo tinham plaquinhas com os nomes de pousadas e duas direções.
Muitos turistas espalhados com suas malas pela rua, procuravam suas pousadas.
Continuavam a seguir, saindo da rua de paralelepípedo, para uma rua totalmente de barro. Ela pensou mentalmente no filme " As crônicas de Nárnia", pois ele se encaixava naquele momento.
Seguindo a rua principal, que era muito extensa, passaram por minis shoppings de roupas, estúdios de tatuagem, lojas de produtos naturais.
- Isso é uma parte da ilha e é a que você pode visitar.
- E o resto?
- O resto são trilhas e se quiser visitar irei com você.- ele pausa parando o quadriciclo em frente a uma padaria.- Tem muitas trilhas perigosas e você pode se machucar indo sozinha.
Tereza desceu do veículo com a ajuda de Diego, ajeitou seu vestido florido e entrou na padaria acompanhada dele.
- O que vai querer comer?
Ela olha para a vitrine quente, cheia de salgados.
- Por favor, gostaria de um croissant de frango e um suco de maracujá.- ela pede a funcionária do local. - E bom dia.
Tereza sorri amigavelmente para a moça que lhe atende, de muito bom humor.
- Eu gostaria de um joelho de queijo com presunto e um café extra forte, por favor.
- É para já, Sr. Diego.
Tereza olha a cena e constata que ele é bem conhecido no local. Não poderia pedir ajuda a nenhum morador ou tentar escapar dali.
Afinal, o que faria?
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Atualizado até capítulo 48
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