O homem

Estavam a uma semana no Galpão. Eles levavam sempre comida e água para as mulheres, três vezes ao dia.

O galpão era meio úmido, parecia ser próximo de algum Rio ou Cachoeira, elas não sabiam exatamente.

A maior parte do tempo elas ficavam com o saco cobrindo seus rostos. Elas mal se viam e tinham medo de tentar qualquer tipo de comunicação.

- Eu estou tentando entender o que fizemos para acontecer tudo isso...

- Deus, minha filha! Se isso está acontecendo é porque tinha que acontecer.

Tereza todas as noites chorava. Como ela sabia que era noite?

Pedia para ir ao banheiro, lá havia uma janela. Ela sabia quando estava de dia pela luminosidade e pelo calor que fazia no lugar.

Estava preocupada com Igor, algumas perguntas rodeavam em sua cabeça.

Será que seu irmão estava metido em algo errado? Será que fizeram algo com ele? Como será que ele estava? Eram perguntas que Tereza não sabia a resposta e talvez não as teria.

- Preciso ir ao banheiro - falou alto, sua voz ecoou por todo galpão.

Escutam o ranger da porta e aguardam o barulho dos passos.

Puxam Tereza grosseiramente e a levam ao banheiro. Ela olha pela janela e vê que já está de manhã. Hoje seria o sétimo dia delas em cativeiro.

Ela termina e abre a porta. O rapaz coloca o saco novamente e a conduz para seu lugar.

Minutos depois as mulheres escutam uma briga próximo ao local e entram em alerta.

Um homem vai até Tereza e lhe arrasta até um carro luxuoso, que estava parado em frente ao Galpão. O motorista abre a porta para que ela possa entrar e o homem desconhecido que lhe joga lá dentro, logo se senta ao seu lado, tirando sua venda.

- Por que está fazendo isso? E minha mãe?

- Cale a boca!- ele fala calmamente, mas Tereza percebeu que o homem estava bem estressado. - Ela ficará bem.

Ela se cala e olha pela janela a paisagem. Pessoas sorriam por onde ela passava, a cidade estava bem movimentada por causa do Carnaval.

- Lúcio...

- Sim, senhor.- o motorista responde, olhando para o homem pelo retrovisor interno.

- Mudança de planos, vamos para Grande Ilha.

Tereza vê o motorista mudar de rota. Ela se perguntava a todo momento onde ficava esse lugar? Será que a ilha era particular? Como iria fugir?

Ela volta a olhar pela janela inquieta, sacudindo seus pés. Isso era uma pequena mania que tinha.

- Pare com isso!- ele a força a parar colocando a mão em sua perna.

- Desculpe..- falou tão baixo, que o homem não ouviu.

Tereza o fitou mexendo no celular e ficou encarando por alguns segundos.

- Sou bonito?- ele pergunta dando um sorriso, sem tirar os olhos da tela do aparelho.

- Humm... É.

Nesse exato momento a moça se deu conta do que havia falado e arregalou os olhos como se tivesse visto um fantasma. Se perguntava do por que ter respondido aquela pergunta de forma positiva para o homem, que havia sequestrado ela e sua mãe e sabe lá Deus o que aconteceu com seu Irmão.

- Estou aqui por causa do meu irmão?- Tereza resolve quebrar o silêncio.

- Está.- o homem diz ríspido e logo se cala.

Ele não parava de mexer no aparelho e a moça estava ficando estressada com isso. Ela estava tentando dialogar com ele, mas pelo jeito o homem não estava nenhum pouco afim de dirigir a palavra a ela.

- Seu irmão fez uma burrada das grandes e preciso proteger você.

- O que ele fez?

O carro ficou silencioso após a pergunta. A moça observa que estão em uma rodovia. Estavam passando por um shopping e avistou o letreiro "MC Donald's".

- Estou com fome.

- Logo estaremos no nosso destino e você poderá comer o que quiser.

Assim se passaram vinte minutos e nada da Grande Ilha chegar. Tereza estava muito impaciente e com fome.

- Você só fica nesse celular mesmo?

- Fique quieta, já estamos chegando.

- Disse isso a quase quarenta minutos. Estou com fome.

Ele bufa alto, olha para o retrovisor e faz um pequeno sinal ao motorista que já entendeu o recado.

Eles logo param em um posto. Havia uma loja de conveniência e uma loja que vendia pães de queijo, caldo, pão na chapa entre outras coisas.

- Não faça nenhuma gracinha.

Ele levanta o terno mostrando sua arma. Tereza estava com menos medo, estava mais confiante para fugir agora, mas antes com certeza iria comer.

Eles se sentam em uma mesa, uma senhora vai até ela para atendê-los.

- Boa noite, aqui está o cardápio.

O homem olha meticulosamente, logo pede pães de queijo e um Mate. Já Tereza, pede dois pães na chapa e um refrigerante.

Não demora muito para o pedido sair. Os dois comem calmamente e a moça fica vermelha por sentir que está sendo vigiada.

- Qual seu nome?- ela tenta puxar assunto.

- Essa é a cor natural de seus cabelos?

- Não, por quê?

- Então lembre de comprar tinta antes de chegarmos ao destino.

Tereza ficou se perguntando do por que comprar a tinta. Será que lá era realmente uma Ilha particular e deserta?

- Posso ir ao banheiro?

- Pode, mas não tente escapar.

- Ok.

Ela se levanta e vai até a senhora que está no caixa.

- Poderia me dizer onde é o banheiro?

A atendente aponta a direção e lhe dá a chave. Tereza queria apressar os passos, mas se fizesse isso e ele estivesse olhando, com certeza saberia o que ela está tentando fazer.

Ela entra no banheiro e tranca a porta. Procura nas cabines uma janela que pudesse pular e a sorte estava a seu favor.

Era a hora de fugir.

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Comments

Day

Day

to amandoooo

2020-05-10

2

Angelica Pacheco

Angelica Pacheco

libera mais cap por favor to adorando

2020-03-15

1

Ver todos

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