Capítulo 12

Quando saíram da loja, Jerson se aproximou rapidamente de Dante com a intenção de marcar um encontro para tirar as medidas do seu terno, mas Dante falou antes.

"Senhor Carter, enviarei as medidas para o terno com o meu secretário, então não se preocupe, sei que está ocupado e não gostaria de incomodá-lo".

"Não, não seria um incômodo".

"Não se preocupe, até logo, Senhor Carter".

Antes que Jerson pudesse replicar, Dante entrou em seu carro seguido pelo secretário, e o carro começou a se mover.

Jerson permaneceu parado por um momento, se virou e entrou na loja, estava irritado e, ao ver Gael, sua raiva cresceu ainda mais.

Quando Gael o viu entrar, rapidamente guardou o cartão e deu um passo para trás.

"Gael, venha para o meu escritório".

Gael assentiu e seguiu Jerson, na loja todos estavam com expressões preocupadas.

......................

No carro, o dia parecia ser o mais bonito, Dante não parava de sorrir, olhando pela janela, lembrando do belo jovem que baixava os olhos enquanto falava. O secretário Ricci, que estava ao seu lado, olhou para Dante e não conseguiu evitar falar.

"Pensei que a qualquer momento você o pegaria pelo braço e o levaria para o carro".

Dante, que estava olhando pela janela, respondeu ao ouvir a voz do secretário.

"Eu não faria nada que ele não quisesse, além disso, ele parecia um pouco assustado e quero ser muito cuidadoso com ele".

Lembrando do rosto de Gael, o secretário Ricci suspirou.

"Sim, há algo que não gosto naquela loja".

Ambos podiam falar com confiança porque se conheciam desde jovens.

"Apesar do Senhor Pierce ter dito como desculpa que não tinha tempo porque trabalha o dia inteiro, não acredito que seja mentira".

Quanto mais falava, mais chateado se sentia.

"Isso é exploração trabalhista".

Dante ouvia em silêncio, logo o sorriso que tinha no rosto desapareceu.

"Isso é algo que não podemos deduzir facilmente, seja verdade ou não, não podemos saber, mas..."

Dante, que estava sério, sorriu novamente.

"Quero conhecer melhor ele, e se houver algo que possa fazer por Gael, farei".

......................

O dia já tinha escurecido, na loja a única pessoa limpava os pisos, como todos os dias, Gael era o último a sair. Depois de ser chamado por Jerson para o seu escritório, a situação piorou para Gael, Jerson o advertiu para não se aproximar de Dante e descontou injustamente seu salário.

Ao fechar a loja, Gael caminhou pelas ruas frias se protegendo do frio, o caminho para casa era bem longo, já que a loja ficava em um lugar central, o aluguel dos apartamentos era realmente caro, algo que Gael não podia pagar.

Ele morava em um lugar mais afastado, então a viagem durava uma hora, muitas vezes tinha que pegar o metrô lotado e era bem desconfortável, às vezes conseguia sentir o toque de algumas pessoas, o que o deixava doente, mas à noite, como saía tarde do trabalho, o metrô não estava tão cheio, então sentia um pouco de tranquilidade, mas também medo, a viagem sempre era uma odisséia.

O pequeno apartamento em que morava ficava em um prédio antigo, ele morava no quarto andar e todos os dias subia e descia as escadas, já que não havia elevador, por isso o aluguel era algo que conseguia pagar, um pequeno quarto com apenas uma cama, um canto para a cozinha, um pequeno armário e um banheiro compartilhado, era o seu refúgio.

Assim que entrou no seu quarto, Gael se jogou na cama, o cansaço do dia inteiro pesou sobre seu corpo, quando estava prestes a adormecer, tocou o cartão que estava em seu bolso.

Com cuidado, tirou o cartão de visita e o segurou com as duas mãos, as letras estavam impressas de forma clara, o nome daquele homem se destacava nitidamente 'Dante Marchetti', e logo abaixo havia um número de contato, Gael olhou fixamente para o cartão e percebeu que era um cartão pessoal.

Enquanto segurava o cartão, lembrou do rosto daquele homem, com um sorriso tão alegre e uma voz gentil, apesar de ser um alfa, ele não soltou feromônios de propósito, o que era bom para Gael.

Tocando o cartão, ele pensou por um momento e pegou o celular para salvar o número, mas se lembrou das palavras de Jerson e guardou o cartão novamente. Ele se levantou, foi em direção ao fogão e pegou um ovo e um pão para jantar, mesmo que tardio, precisava jantar para poder começar outro dia de trabalho amanhã.

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