A Noiva Conveniente

​Cinco dias haviam se passado desde o ultimato e a chantagem no escritório de Alexander Sterling. Para Catalina, parecia que ela tinha sido sequestrada e jogada em uma dimensão paralela.

​No lugar de sua modesta quitinete no Queens, ela agora morava na imponente cobertura de Alex na Quinta Avenida. Sua antiga roupa de secretária — saias lápis e blusas brancas— tinha sido substituída por um guarda-roupa luxuoso e opressor, escolhido por um stylist pessoal em menos de duas horas. ​Ela não era mais a eficiente Catalina, a secretária. Ela era Catalina Santos, a noiva e futura Sra. Sterling.

​A Sterling Corp estava em polvorosa. A versão oficial, distribuída por Alex em um comunicado à imprensa glacial, era que ele e sua "dedicada secretária" mantinham um romance secreto e profundo que finalmente havia sido revelado. A data do casamento estava marcada: daqui a quinze dias, em uma discreta (e muito cara) cerimônia na casa de campo da família Sterling.

​Catalina estava na sala de estar do ático, tão grande que ela se sentia perdida. As paredes de vidro ofereciam uma vista espetacular de Manhattan, mas para ela, pareciam as barras de sua gaiola. Ela sentia falta do cheiro de café coado e do barulho da rua. Aqui, tudo era silêncio e mármore frio. ​Ela estava folheando uma revista de noivas, uma ironia cruel,quando Alex entrou. Ele não estava de terno, mas de calça de moletom cinza e uma camiseta preta, uma visão quase humana que ela raramente via. Isso a incomodava ainda mais. —O que foi? — Alex parou, notando a revista. Ultimamente Catalina apenas o encarava como se tivesse pronta para mata-lo na sala de estar. —Estou tentando entender como a noiva de um bilionário pode ter um casamento em 15 dias sem que o mundo desmorone. O senhor fez um trabalho impressionante, Sr. Sterling. — ela disse, com o tom profissional de secretária, um reflexo condicionado. —É o poder do dinheiro e da necessidade, Catalina. — ele respondeu secamente, pegando uma garrafa de água da geladeira high-tech. —E pare de me chamar de 'Sr. Sterling'. Você deve parecer apaixonada. De agora em diante, é Alex. Ou querido, particularmente eu prefiro querido. — Ele disse com um leve humor que difícilmente manifestava. Catalina revirou os olhos. —Eu não sei se consigo chamá-lo de querido sem vomitar.— ela murmurou baixinho, mas ele ouviu. ​Alex ignorou a provocação e colocou uma pasta de couro preta sobre a mesa de centro. —Este é o seu novo contrato. Eu gastei os últimos cinco dias garantindo que tudo estivesse perfeito e, mais importante, legalmente inquestionável. Eu obtive a aprovação emergencial de visto. Você está segura. Agora, vamos às suas obrigações. — ​Catalina sentiu o estômago embrulhar ao abrir a pasta. Não era apenas um contrato; era um roteiro de vida.

​Aparência Pública: Em público, beijos e toques são obrigatórios. Ela deve expressar "admiração e afeição genuína" por Alex. Vida pessoal Proibido contato com sua família no México. Ele não podia arriscar que o avô descobrisse o arranjo. Ela deve se mudar permanentemente para a cobertura e ser a anfitriã perfeita. ​A Cláusula de Rescisão, era já esperando qualquer tentativa de revelar a farsa resulta na revogação imediata da cidadania, deportação e processo por quebra de contrato.

​A Remuneração, uma quantia exorbitante seria depositada em uma conta segura no dia em que o divórcio for assinado após o avô ou falecer. — Você é cruel, colocar o divórcio, na morte do seu avô. — Ela murmurou baixo continuando a revisão dos papéis. —A última cláusula é a minha favorita. — Alex disse, com um sorriso de escárnio. —Se houver qualquer sinal de infidelidade sua, ou se você se apaixonar por mim, o contrato é automaticamente invalidado. Quero deixar claro que isso é um negócio, Catalina, não um conto de fadas. — ​Catalina sentiu uma pontada de raiva. Ele era inacreditavelmente cruel. Ela o olhou nos olhos, a dignidade intacta apesar do pânico. —Não se preocupe, querido.. —ela respondeu, usando o termo com um sarcasmo cortante. — Eu sou mexicana. Sei a diferença entre um predador e um príncipe. E garanto que o senhor está mais perto do primeiro. — ​Ela pegou uma caneta na bolsa caríssima que ele havia lhe dado. —Onde eu assino a minha alma? ​— Alex sorriu. Ele gostava da luta dela. —No rodapé. E seja rápida. Temos um jantar de 'noivado' em uma hora. — Ela balançou a cabeça negativamente, enquanto assinava. Um ensaio de casamento era péssimo, ela estaria entrando na toca dos lobos diretamente.

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