⃕⃟᎒⃟̀ 018 •

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─ Nenhum sinal dele ainda? ─ Questionou Mikael ao se despertar tarde da madrugada com Allfred entrando pela porta principal e a trancando novamente.

─ Nada até agora, senhor Mikael. Já tentei ligar pra ele, mas o telefone se encontra desligado.

─ Merda... ─ Murmurou baixinho podendo ouvir os passos de Allfred se aproximando e então sentir o mais velho tocar-lhe o ombro. ─ Eu sugiro que descanse um pouco em seu quarto, senhor Mikael. Já está tarde...

─ Mas... Allfred e se tiver acontecido alguma coisa com ele?

─ Ele deve estar bem, acredite.

─ Cerro, já que não tenho muita escolha. Qualquer notícia dele você me avisa, está bem? ─ Questionou se levantando ainda olhando para o mais velho.

─ Sim senhor. ─ Ele afirmou vendo Mikael subir as escadas rumo ao quarto. Depois disso seguiu para seus afazeres.

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Depois que saiu da casa onde morava atualmente junto de Mikael, Paulo seguiu rumo ao único lugar onde sabia que Allfred não o procuraria. A mansão dos Lion, onde morava junto de sua falecida mãe.

Assim que chegou no local, foi muito bem recebido pelos empregados que trabalhavam ali, dentre eles Yui, um doce garoto treinado por Allfred, sendo então, mais um mordomo de Paulo. O mais jovem dentre todos os empregados. Todos ali foram instruídos a não repassar a ninguém  sobre sua chegada ali.

─ Senhor? ─ Questionou o garoto com mais liberdade ja que estavam apenas os dois ali na sala de estar.

─ Diga, Yui...

─ Ouve algum problema na nova casa? ─ Questionou preocupado já que Paulo, geralmente só aparecia na mansão quando estva com problemas ou quando queria ficar em paz.

Sendo o mais novo mordomo que a família do senhor Paulo já teve, Yui Natsumoto perto dos outros se sentia  praticamente excluído, mas quando Paulo chegava ele ficava inexplicavelmente feliz. Paulo sempre o trata muito bem mesmo com todos os seus problemas ele não deixava isso transparecer em sua face, o que impressionava e entristecia Yui ao mesmo tempo, pois queria tanto poder ajudá-lo.

─ Nada de mais. ─ O respondeu com um sorriso simples.

─ Andou brigando novamente senhor? ─ Yui insistiu preocupado.

─ Eu estou bem Yui, não se preocupe.

─ Mas senhor...

─ Yui... ─ O repreendeu em tom de voz um pouco mais sério, vendo-o se encolher envergonhado pela atitude.

─ M-me desculpe, senhor. "Paulo... mas eu ... eu... queria tanto poder te ajudar, assim como fez comigo toda vida."

─ Eu vou sair e já volto okay? Preciso comprar cigarros.

─ Ah, sim... claro senhor... ─ O respondeu vendo-o se levantar do sofá e seguir para a porta, mas logo o chamou novamente. ─ Senhor espere!

─ Sim...? ─ Ouvindo o garoto, parou e o olhou.

─ Vai dormir aqui hoje?

─ Creio que sim, prepare as coisas por favor. ─ O respondeu e depois que o fez sorriu docemente para o garoto, abriu a porta e saiu por ela a fechando.

─ Sim, claro... ─ Respondeu baixinho já corado pelo sorriso que seu senhor lhe deu. E logo fez o que lhe foi pedido.

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Paulo havia mentido, não iria comprar cigarros, apenas queria ficas a sós para poder pensar um pouco sobre tudo e não via lugar melhor para isso, se não "ao lado" de sua mãe.

─ Já faz um tempinho que não venho aqui não é...? ─ Sussurrou Paulo enquanto aproximava-se de uma lápide a qual continha as inicias e o brasão de sua família Lion.

A família Lion tinha por tradição o próprio "cemitério" dentro do território da mansão. Ali eram enterrados todos os Lions e não seria diferente com sua mãe. Ele se ajoelha e em suas mãos se encontravam ramos de tulipas, eram as mais belas diante dos olhos de sua mãe que já não pudera mais sentir o cheiro doce que exalavam pelo seu jardim.

─ Eu... sinto muito, eu falhei com a senhora e estou seguindo o mesmo caminho com o Mikael. Se ao menos estivesse aqui comigo... ─ Com seus olhos se enchendo de lágrimas e sua voz trêmula, ele se esforçava para soltar os pensamentos que o rodeavam atormentando seu coração, os quais o mesmo já não suportava mais segurar dentro de si. ─ E-eu... eu o amo mais que tudo e nem perguntei o que ele achava disso, foi egoísmo da minha parte...eu...eu... estou perdido mamãe... suas palavras me ajudariam muito agora...

─ Olha quem voltou pra rever a mamãezinha galera! ─ Paulo imediatamente seca seus olhos, sua expressão já não era mais como de antes; em seus olhos podia se ver o mais puro e incontrolável ódio. ─ Own! que dó do bebezinho, ele sente a sua falta, sua vadia... ─ Completou o homem cospindo ao chão.

Paulo se levanta rapidamente e se vira olhando em direção ao cara cujo o rosto estava coberto com um capuz e acabara de ofender o local sagrado para a família de Paulo.

─ Seu desgraçado, como housa voltar aqui? eu não falei que iria acabar com a sua vida se voltasse?! ─ O homem então revela seu rosto sua expressão parece estar surpreso, aliás já se passaram quase um ano depois do último encontro entre eles.

─ Ora...Ora! Além de ser um "vândalo" o pirralho tem boa memória. ─ O provocou.

─ Eu vou te matar seu covarde, eu não havia lhe dito que...

─ Que iria me matar, me fazer arrepender de ter tocado em meu filho... sim me lembro disso tudo. ─ Enquanto Steve falava via-se um sorriso sarcástico quase psicótico estampado em seu rosto. ─ Mas houve uma mudança de planos "Sr.Paulo", eu quero vê-lo.

─ Tsc! ─ Paulo sorriu soltando uma gargalhada ao ouvir tais palavras e tao repentino quando começou a gargalhar ele parou olhando demoníacamente para o homem a sua frente. ─  Nem me matando, você chegará perto dele outra vez... seu porco imundo.

─ Como imaginei, mas eu sou o pai dele eu tenho esse direito.

─ Você me passou a guarda dele, ou seja, não tem direito algum nisso tudo e eu sugiro que saía daqui e desapareça. ─ Falou friamente com o mesmo.

─ Nem te matando, é? ... que peninha...

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─ Nada dele ainda, Allfred? ─ Questionou Mikael que nao se contendo na cama levantou logo que os primeiros raios de Sol surgiram.

─ Nada, senhor Mikael.

─ E se aconteceu alguma coisa com ele...? "Meu coração está doendo tanto, não estou com um bom pressentimento..."

─ O Senhor Paulo deve estar bem senhorzinho, não se preocupe, ele só precisa de um espaço para pensar.

─ (...) "P-pensar? Será que... ele desistiu de mim?!" Eu... posso chamar a Anna?

─ Sim, claro senhor. Quer que eu mande um carro buscá-la?

─  Sim, por favor. Vou avisa-la. ─ Comentou subindo as escadas para pegar o celular no quarto e mandar mensagem para a garota.

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Na manhã seguinte, Yui se encontrava preocupado com seu senhor que não se encontrava no quarto que havia preparado para ele passar a noite.

Os empregados ouvem um estrondo na porta, todos eles correm para ver o que era, assim que abrem a porta se deparam com o corpo de Paulo todo ensanguentado. Tinha sido tacado ali como um saco de batatas na frente da mansão, horrorizados tentam ver quem o tacou ali mas só vêem ao longe um carro preto sem identificação a qual o mesmo saiu acelerado depois que os empregados perceberam a sua presença no local.

─ Chamem logo uma ambulância não fiquem parados ai! ─ Gritou desesperadamente Yui ao ver o corpo caído ao chão e logo foi com a ajuda de outro empregado carregá-lo para dentro. Chegando na sala o deitaram no sofá e logo via-se lágrimas rolarem pelo rosto do jovem Yui que tenta reanimá-lo sem sucesso.

A ambulância chega e logo o levam ao hospital em estado grave, o médicos proíbem qualquer tipo de visita até segunda ordem. Desesperado Yui liga para Allfred.

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─ Allfred, tem uma ligação pra você... ─ A empregada chega cautelosa falando baixo com Allfred para não chamar a atenção de Mikael e Anna que estavam jogando na sala.

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─ Ah! Anna! para de roubar isso não vale sua nanica...

─ Paulo tem razão, você não sabe perder. ─ Comentou rindo de Mikael que se empurrou por aquilo, mas logo notou uma empregada cochichando com Allfred que parecia nada feliz e que logo se retirou ali e mais empregados se juntaram a mulher.

─ Anna...Shii!... ─ Fez sinal de silêncio com o indicador perto da boca para a menina, querendo entender do que se tratava.

─ Shii! o caramba você não sabe mesmo perder e pronto.

─ Não, sério... silêncio, do que ela está falando com o os empregados? ─ Sussurrou para Anna  que não hesitou em olhar na direção dos empregados os olhando com olhos cemicerrados.

─ Não sei, mas Allfred não está ali, vamos atrás dele. ─ Ela propôs e Mikael concordando seguiu com a mesma até onde ele o viu andar podendo ouvir parte do que falava. 

─ (...) Sim, entendo... já estou indo ai se acalme-se Yui, por favor...

─ Allfred! Quem é Yui? e porquê  pediu pra que ele se acalmar? ─ Ouvindo a voz de Mikael, Allfred rapidamente desligou o telefone se virando para o mesmo.

─ Um outro mordomo da família, senhor. Houve um problema na outra mansão e preciso sair imediatamente. ─ Comentou omitindo toda a situação em si enquanto seguia andando.

─ Não tem nada haver com o Paulo não, né? ─ Persistiu o seguindo, acompanhado de Anna que ouvia tudo atenta.

─ Não sei senhor, mas tenho que ir.  Qualquer coisa eu ligo e peço um carro para o senhor. ─ Disse por fim pegando algumas coisas.

─ Okay então.. ─ Mikael concordou ainda com uma pulga atras da orelha vendo Allfred sair apressado a procura de suas chaves e de seu paletó, assim que dentro do carro dando em seguida uma forte arrancada no carro que levantou suspeitas no Mikael.

─ Anna, tenho uma leve impressão de que isso não significa coisa boa.

─ Acalme-se Mika,  desse jeito você até passa mal. ─ Ela disse se aproximando do amigo e o abraçando. ─ Bom você ouviu ele, se for coisa séria ele vai te ligar e mandar um carro pra te pegar.

─ Será? Sempre acho que estão me escondendo algo, até parecem que têm medo de me contar as coisas. ─ Anna via em seu semblante ar de preocupação e tristeza mas logo solta uma risada e começa a fazer cócegas em Mikael para o distrair de tudo aquilo.

─ Vamos! admita que não sabe perder...

─ A-Anna!! para, isso não é hora! Anna! ─ Mikael cai na gargalhada e logo voltam a se divertir.

Mas o dia passa e logo a noite chega e nada de ligação e nem notícias de Paulo. Mikael já estava impaciente com tudo aquilo e mal conseguia dormir, seu coração doía aquela noite o que lhe fazia pensar coisas ruins e sobre a última vez que o viu como foi rude e grosseiro com ele, suas palavras e as últimas atitudes.

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No dia seguinte já era segunda-feira o que deixava Mikael ainda mais preocupado aliás já se passara um final de semana a qual Paulo e Allfred Sumiram sem nenhuma ligação, nem ao menos uma notícia e ainda sim tinha que seguir sua rotina normalmente.

Aqueles foram os piores horários de aula em toda a vida, Mikael já não suportava mais aquilo, mesmo com Anna tentando o acalmar, seu coração  estava aflito de mais até chegar em casa e se deparar com um telefonema...

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