⃕⃟᎒⃟̀011 •

[•••] sala do professor...

─ Sente-se. ─ O professor assim ordenou enquanto dava passagem para entrar na sala mostrando a cadeira. Assim que me sento ele se vira trancando a porta e colocando a chave em seu bolso, minha respiração começou a ficar desregulada e mais uma vez sentia como se eu estivesse me metendo em uma enrascada.

Como eu podia ser tão tolo e ingênuo ao ponto de cair naquilo uma segunda vez?! Céus! Como me odeio.

Ele se aproxima de mim virando a minha cadeira me cercando com seus braços enquanto suas mãos repousavam sobre a mesma fixando seus olhos nos meus. Senti meu corpo ficar trêmulo, e eu podia sentir o calor de seu corpo, de tão próximos que estávamos.

─ Por que sumiu durante todo esse tempo? ─ questionou seriamente sem nenhuma hesitação ou sinal de que recuaria.

─ Hm? Não entendo, pensei que o Paulo... pensei que ele já tinha explicado na direção...

─ Paulo, Paulo... eu sei que vocês são grandes amigos mas será que por um momento pode parar de falar nele?

─ Como? ─ eu definitivamente não estava compreendendo o porquê daquilo tudo e até onde ele queria chegar. Mas ele suspirou prosseguindo com o que dizia:

─ Ele me falou que você havia viajado com seu pai para resolver uns problemas, quais?

─ Ah sim! "Puts... e agora, o que eu invento? já sei!" Fomos resolver o assunto sobre minha guarda e...

─ Então é verdade, vocês estão realmente morando juntos?

─ S-sim?... ─ Sua expressão ficou mais séria depois que confirmei em resposta a pergunta que ele me fez, e confesso que me dava arrepios. Paulo e ele deveriam ser irmãos neste aspecto.

De repente ele dá um murro na mesa e logo em seguida me beija, não foi como da última vez em que apenas um selinho foi roubado, seus lábios estavam úmidos e gelados mas era diferente, era um beijo profundo e meu coração havia acelerado, eu não entendia o motivo dele ter acelerado, um pouco surpreso com tudo aquilo logo o afasto.

─ Por que diabos fez isso? ─ Ele sorriu segurando em meu queixo tocando meus lábios com o polegar.

─ Já disse... Eu o amo.

─ Pare de brincar comigo... ─ continuei a por forças em minhas mãos para o afastar. Aquilo não poderia estar acontecendo de novo. Eu havia custado a me livrar de um, agora outro pra passar dos limites comigo? Não, não, não!

─ Por que pensa que estou brincando com você? ─ Soltando o meu queixo ele toca o meu rosto com sua mão acariciando de leve minha bochecha e se aproximando ele repete sussurrando: ─ Eu realmente te amo... ─ E novamente sinto seus lábios se encostarem nos meus eu não podia acreditar no que estava havendo ali, mas seu beijo, seus lábios, estavam tentadoramente me atraindo.

Eu, não... eu não devia deixar com que aquilo me acontecesse, deveria ter gritado por ajuda ou simplesmente negado seu pedido pra conversarmos a sós. Mas logo ele se separa dos meus lábios.

Ele então se ajoelha entre minhas pernas ficando na minha altura começando a beijar meu pescoço e a colocar suas mãos por dentro do meu uniforme, eu tentei segurá-lo mas suas mãos eram quentes e macias e por um momento meu corpo parecia não me obedecer, ele queria mais e mais, já não me importava mais com o fato dele estar ou não brincando comigo, meu corpo o desejava talvez pelo tempo que já não fazia mais coisas deste tipo mesmo que contra vontade, mas aquilo era... diferente.

No momento acabei por soltar um gemido baixo e logo tapei minha boca. Senti minha respiração mais ofegante e Allex a parar os movimentos por um segundo me olhando nos olhos, com um sorriso se formando nos lábios ele retirou de baixo do meu uniforme a mão que me apertava contra parte sensível do meu peitoral, a fazendo deslizar pelo meu corpo até meu pescoço enquanto ele se inclinava um pouco mais beijando meus lábios ao que mordia-os para se separar do ósculo.

─ Você gosta disso, pequeno? ─ Ele sussurrou levando os lábios até minha orelha a lambendo e mordiscando, eu estava terrivelmente corado e mal conseguia falar, na verdade eu não queria falar nada pois vindo de mim eu só poderia piorar as coisas.

Mas aquilo estava fugindo do meu controle, podia sentir lá em baixo ficando rígido por debaixo daqueles tecidos e de fato já estava me incomodando, quando percebi eu já estava excitado enquanto o mais velho ainda me provocava e eu queria me esconder, fugir, mas não tinha como. E como o destino não é nem um pouco meu amigo o professor percebeu, eu pude notar que ele havia ficado um pouco corado, e não entendi muito o porquê dele estar assim já que quem estava sendo provocado ali era eu.

─ Me deixe te ajudar? ─ ele questionou ainda em tom sério.

─ O que?! ─ Questionei obviamente confuso e desnorteado, nunca haviam me pedido permissão para coisas assim, pior, mesmo com tom sério em sua fala aquele maldito sorriso ainda estava lá.

─ Eu juro que não vou fazer nada que não queira.

Já ouvi isso antes... mas nada respondi, apenas apertei-lhe os ombros desviando o olhar, imensamente corado e constrangido.

─ Vou tomar isso como um sim... ─ Tendo dito isso, ele tira o cinto da minha calça o a desabotoa, colocando sua mão dentro da minha cueca fazendo-me sentir seu calor e isso me deixava maluco. Então resolvi morder o dorso de minha mão para não deixar gemidos escaparem e chamar muita atenção de quem estivesse ao lado de fora.

No momento seguinte ele o retirou de dentro da cueca eu não podia acreditar no que estava acontecendo, ao mesmo tempo que eu queria me matar por estar fazendo isso eu queria mais dele.

─ Você está mesmo tão exitado assim pequeno? ─ Allex sorri tirando a mão da minha boca. ─ Pode gemer, quero ouvir sua doce voz meu anjo. ─ Então ele começa a me chupar eu tentei segurar os gemidos mesmo sem estar com a mão tampando mas isso já estava me deixando maluco, os seus movimentos, os seus toques ele parecia saber exatamente o ponto certo de deixar alguém como eu surtando, eu nunca havia sentido isso antes, era algo bom sem agressões ou forçamento algum, era simplesmente algo inexplicável.

─ A-Allex! eu... ahh! Nnnnñ! ─ Logo o sinal toca, mas ele continua a me chupar até o momento em que não aguentei mais e acabei por liberar aquilo dentro da boca dele. O mais velho engoliu tudo o que saiu com "bom gosto" em sua feição e não deixando cair nem uma gota, e isso me deixou mais corado ainda. ─ M-me desculpa, eu... ─ E antes que eu pudesse terminar minhas desculpas eu o vi sorrir largamente e logo uma risada escapar de seus lábios enquanto ele negava com a cabeça.

─ Você é doce ate nisso sabia? Não precisa se desculpar, eu amei sentir seu sabor. Sabe, eu não quero uma resposta agora, eu espero pacientemente ate que sinta o mesmo por mim. ─ Ele completou e logo depois se levantou, me vestiu com cuidado enquanto eu não conseguia dizer nada, estava extremamente tímido naquele momento e sentia como se minhas bochechas estivessem em chamas. ─ Vamos, agora você consegue assistir as aulas sem se incomodar com isso.

─ Ah! o-ok ─ Eu não sabia o que falar, eu por acaso deveria fazer o que, agradecer? idiota! lógico, agradeça um cara por ter te chupado... Droga! Depois de anuir Me levantei e fui até a porta, antes que ele abrisse a mesma, ele segurou meu rosto e beijou a minha testa. Por  um momento me lembrei de Paulo, não sei mas foi estranho pois só ele me beija deste jeito, mas como amigo, o beijo era muito parecido com o do Paulo a sensação era a mesma mas, eu... ─ "Eu só posso estar maluco.. isso não pode ser verdade..." ─ Então saio da sala na frente e vou correndo para a sala de aula e me sento no meu lugar.

Logo atrás aparece o professor e como da última vez ele parecia normal, como se não tivesse acontecido nada, isso me deixava irritado pois eu não sabia como me comportar além do mais Paulo estava estressado e eu tive medo de me abrir com ele, parece que ele não se dá muito bem com o professor Allex, sempre foi assim e eu nunca soube o motivo.

Durante o resto do dia eu não conseguia prestar atenção nas aulas, minha cabeça estava confusa mas eu notei Paulo e Anna olhando entre si como se tivessem notado algo em mim, talvez fosse o sentimento de culpa, talvez, mas eu não conseguia entender como havia gostado daquilo.

Perdido em meus pensamentos nem notei o sinal tocar para irmos embora e só voltei a mim mesmo quando Paulo me tocou o ombro depois de tanto chamar pelo meu nome.

─ Mikael, está bem? ─ questionou com tom de voz embargado de preocupação.

─ Ah oi! desculpa eu...

─ Você por acaso quer dormir na escola hoje? ─ Ele disse com ar de brincadeira completando. ─ Ate Anna já se foi e nós dois estamos aqui.

─ S-sério? ─ Olhei a minha volta, realmente a sala estava vazia, somente eu e ele ali dentro.

─ Sim, vamos? eu te ajudo a guardar o material... ─ Ele propôs ao que levava a mão até minhas coisas, mas, eu o impedi apenas por reflexo.

─ NÃO PRECISA! ─ Então ele retirou a mão se afastando um pouco, ao que seus olhos me observavam confusamente.

─ Tudo bem... — Afirmou o loiro embora achando muito estranho aquele tipo de atitude vindo de Mika, pois o mesmo nunca havia gritado ou agido daquela maneira antes com ele.

[•••] Mais tarde na casa de Paulo...

Todos já estavam prontos para dormir e como o de costume Paulo foi até o quarto de Mikael desejar-lhe boa noite. Quando chegou ao quarto se deparou com ele na janela, por ele estar ainda avoado e não ter o ouvido ser chamado, Paulo se aproximou com mais uma tentativa.

─ Mika, já estou indo me deitar, boa noite... ─ Paulo disse em um tom sutil e chega mais perto para lhe dar o beijo na testa quando o Mikael lhe dá um tapa em sua face. Paulo arregalou levemente os olhos ao que ficou espantado com a atitude dele, então dá um passo pra trás apenas observando o garoto enquanto o ouvia dizer um "Hoje não!" Em tom mais frio. ─ Esta tudo bem com você Mikael? eu te magoei ou algo parecido? ─ questionou na tentativa de compreender o que se passava com o garoto naquele momento, talvez pudesse ter feito algo durante o dia que o machucou de alguma forma? Ou estava a enfrentar mais problemas?

─ Eu quero ficar sozinho, se possível... ─ Teria sido a única resposta do moreno para com ele. Totalmente frio e seco. O loiro apenas engoliu a seco anuindo com um simples aceno.

─ Entendo... tudo bem... Então, boa noite. ─ Paulo se despediu e sem muito mais o que fazer apenas seguiu para fora do quarto de Mikael indo em direção ao próprio quarto.

Fechou rapidamente a porta atrás de si a trancando, de costas para a mesma se encostou deixando o corpo descer até que se encontrasse sentado ao chão abraçando os joelhos e enquanto seu rosto repousava entre eles algumas lágrimas lhe fugiam pelos olhos.

"Meu coração está doendo, já senti isso antes quando o vi machucado mas, esta pior agora, isso foi diferente, foi como uma apunhalada em meu peito. Será que eu o magoei? ele esta com raiva de mim? eu..." O loiro pensava a medida em que mais lágrimas escorriam até que ele encostasse a cabeça na porta, olhando para o teto soltando um suspiro enquanto murmurava para si mesmo. ─ Porquê estou chorando? isso foi só um tapa, ele deve estar cansado, entendo que queira um pouco de privacidade, mas ainda sim, será que foi mesmo necessário isso? ─ Depois de um tempo Paulo se levantou e como havia dito para Mikael, foi se deitar na cama. Mas quem disse que seus olhos conseguiam se fechar para dormir? aquela cena não saía de sua cabeça e a preocupação só aumentava.

[•••] Quarto de Mikael...

─ Eu não quero que ele me toque, na verdade não quero que ninguém faça isso, o que aquele professorzinho pensa que esta fazendo, eu não sou um brinquedo... Me ama, Me ama... como ele pode brincar com isso, apesar de que... ─ Andava de um lado para o outro com um braço cruzado e o outro levava a mão até o queixo o apertando enquanto murmurava e cenas do último encontro com ele me vinham na cabeça me deixando novamente vermelho. ─ Isso não pode ser verdade, não mesmo! ─ Me deito colocando o travesseiro na cara. ─ Como eu sou um idiota!!! eu quero morrer ... ─ Me virei para o outro lado da cama podendo ver a porta e soltei um breve suspiro. ─ Eu bati no Paulo, será que ele está bem? eu não deveria ter feito aquilo mas eu... ─ um suspiro ─ Bom vou dormir melhor do que pensar em tudo o que me aconteceu hoje.

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