Obra: Corações em Chamas: Amor & Aço
Autor:Osvaldo joão de Lemos
Declaro que esta obra é original e criada sob minha direção e autoria.
A história, personagens e enredo foram desenvolvidos exclusivamente para esta publicação, sem uso de materiais protegidos por direitos autorais de terceiros.
Alguns elementos visuais foram produzidos com o auxílio de ferramentas digitais de ilustração, sob minha orientação criativa, mantendo a total originalidade da obra.
💥 Capítulo 2 — “Promessa no Telhado”
A noite caía sobre Tatsuhama, e as luzes da cidade piscavam como brasas sob o vento.
Depois do encontro com o loiro da cicatriz, Ren e Aki andavam lado a lado em silêncio.
O barulho distante das motos e gritos ecoava pelas ruas — sinais de que os Lobos Vermelhos estavam em movimento novamente.
Ren coçou a nuca, tentando quebrar o clima tenso.
— “Então... aquele cara loiro parecia te conhecer bem. Ex-namorado psicopata, talvez?”
Aki lançou um olhar afiado.
— “Se quer viver até amanhã, não repete isso.”
Ren levantou as mãos, rindo sem graça.
— “Tá bom, tá bom! Só tentando aliviar o clima.”
Aki suspirou, olhando o chão.
— “O nome dele é Kaito Ryuzen. Era o braço direito do meu pai... antes de tudo desmoronar.”
Ren franziu o cenho.
— “Teu pai... fazia parte de uma gangue?”
Ela hesitou.
— “Não apenas fazia parte. Ele liderava os Lobos Vermelhos.”
O silêncio caiu como uma bomba. O som dos grilos pareceu desaparecer.
Ren piscou algumas vezes.
— “Então quer dizer que... o cara que tentou te intimidar hoje... era teu ex-subordinado?”
— “Algo assim.”
— “Ok, isso é oficialmente o colégio mais perigoso do país.”
Aki esboçou um pequeno sorriso — o primeiro desde o incidente.
Ren relaxou um pouco. Ele não entendia por que, mas queria ver aquele sorriso mais vezes.
Mais tarde, eles chegaram à casa de Ren. Uma pequena oficina de metal ocupava o térreo — o domínio do avô dele, Sr. Hayashi, um homem de voz rouca e olhar de aço.
O velho ergueu os olhos da bigorna quando os viu entrar.
— “Trouxe companhia, Ren?”
Ren corou.
— “N-não é o que tá pensando! Ela só... ficou sem transporte!”
O avô cruzou os braços.
— “Hmph. Já vi esse filme antes.”
Aki inclinou-se educadamente.
— “Boa noite, senhor Hayashi. Sou Aki Sato.”
Os olhos do velho estreitaram-se.
— “Sato...? O mesmo Sato que liderava os Lobos Vermelhos há dez anos?”
Ren arregalou os olhos.
— “Vô! Tu conhece o pai dela?”
— “Conheci... e temi. Aquele homem tinha fogo nos olhos — fogo e dor.”
O silêncio pesou. Aki baixou o olhar.
— “Meu pai não era um monstro. Só fez escolhas erradas.”
O velho soltou um suspiro pesado.
— “Todos fazemos. A questão é o que fazemos depois delas.”
Depois de alguns segundos, ele se levantou e foi até a oficina, voltando com um pequeno chaveiro em forma de espada.
— “O velho Sato me pediu pra forjar isso. Disse que era um presente pro futuro dele. Parece que o futuro chegou.”
Aki segurou o chaveiro, surpresa. Um pequeno “A&S” estava gravado na lâmina.
Ren observava em silêncio, sentindo uma estranha conexão nascer entre eles — como se o destino já os tivesse cruzado antes.
Na manhã seguinte, o clima na escola era tenso. Boatos corriam pelos corredores: “Os Lobos Vermelhos voltaram!”, “Eles estão recrutando de novo!”.
Ren tentava ignorar, mas era impossível.
— “Aki, acha que eles realmente vão tentar algo aqui dentro?”
— “Eles sempre tentam. Mas agora é diferente... Kaito não quer apenas poder. Ele quer vingança.”
— “Vingança por quê?”
Ela desviou o olhar.
— “Pelo que aconteceu no incêndio.”
Antes que Ren perguntasse mais, um som ecoou do pátio — BAM!
As janelas tremeram.
Quando olharam pra fora, viram Kaito e dois comparsas empurrando um aluno contra o muro.
— “Quero saber onde ela tá! A Aki Sato voltou pra esta escola, e alguém aqui sabe!”
Ren cerrou os punhos.
— “Não posso deixar isso passar.”
Aki segurou o braço dele.
— “Não se mete.”
— “Mas—”
— “Eu resolvo.”
Ela saiu da sala e desceu as escadas com passos firmes.
Os alunos abriram caminho conforme ela se aproximava.
O vento soprou forte, levantando os fios de cabelo negros enquanto os olhos dourados brilhavam.
— “Kaito.”
O loiro virou-se, um sorriso torto nos lábios.
— “Olha só... finalmente deu as caras.”
— “Acabou, Kaito. Os Lobos não existem mais.”
— “Errado.” Ele estalou os dedos e os outros dois se aproximaram. “Os Lobos sempre existirão — e você vai liderá-los de novo, quer queira ou não.”
Ren chegou a tempo de ouvir.
— “Nem pensar! Ela não vai voltar pra esse lixo de gangue!”
— “Ah, o cachorrinho dela.” Kaito riu. “Quer brincar de herói?”
O loiro avançou primeiro. Ren tentou desviar, mas levou um golpe no ombro e caiu.
Aki gritou:
— “Ren!”
Ele levantou-se, cambaleando.
— “Eu não... vou correr.”
— “Não seja idiota!”
— “Sou especialista nisso.”
Kaito veio novamente, mas dessa vez Ren se abaixou e acertou um soco direto no estômago dele.
O impacto o fez recuar.
Os alunos ao redor começaram a murmurar.
Aki aproveitou o momento e deslizou o pé, derrubando um dos comparsas.
Com um movimento rápido, agarrou o outro e o empurrou contra o muro.
— “Vocês não aprendem, né?”
Kaito limpou o sangue no canto da boca e riu.
— “Interessante... esse garoto tem coragem. Mas coragem sem poder é só suicídio.”
Ele tirou um pequeno canivete do bolso.
O brilho da lâmina refletiu o sol.
Ren congelou.
Antes que pudesse reagir, Aki se jogou na frente. A lâmina passou raspando pelo braço dela, cortando a manga do uniforme.
O sangue começou a escorrer lentamente.
— “Aki!” Ren gritou, segurando-a.
Ela rangeu os dentes, mas manteve o olhar fixo em Kaito.
— “Se me tocar de novo, eu juro que... acabo contigo.”
O loiro hesitou por um segundo. O olhar dela não era humano — era o olhar de uma fera presa, pronta pra atacar.
Ele guardou a lâmina e deu meia-volta.
— “Isso não acabou, Aki. Ainda vai pagar pelo que fez.”
Quando ele se afastou, os estudantes começaram a cochichar.
Ren rasgou um pedaço da própria camisa e amarrou no ferimento dela.
— “Você é maluca! Por que se jogou na frente?”
— “Porque não ia deixar ele te machucar.”
— “Mas eu podia ter...”
— “Podia nada. Você é corajoso, mas atrapalhado.”
Ren suspirou.
— “Parece o título de um anime ruim.”
Ela riu, fraca.
— “Então somos o elenco principal.”
Mais tarde, no telhado, o vento balançava o curativo improvisado no braço de Aki.
Ren olhava o céu, pensativo.
— “Sabe... eu devia estar com medo. Mas tô mais irritado do que assustado.”
Aki cruzou os braços.
— “Irritado com quem?”
— “Comigo mesmo. Porque não consegui te proteger.”
Ela o encarou.
— “Não preciso que me proteja, Ren. Só que não desista.”
Ele olhou pra ela, sério.
— “Então promete que não vai enfrentar tudo sozinha.”
Aki ficou em silêncio por alguns segundos. Depois, estendeu a mão.
— “Prometo... se você prometer que vai continuar sendo idiota o suficiente pra tentar me ajudar.”
Ren segurou a mão dela, sorrindo.
— “Fechado.”
O vento soprou forte, levando consigo a tensão do dia.
Lá embaixo, a cidade parecia respirar novamente.
Mas entre os prédios, na sombra de uma torre abandonada, Kaito observava com o cigarro aceso.
— “Promessas... sempre acabam quebradas.”
Ele apagou o cigarro e sorriu.
— “A próxima chama... vai consumir tudo.”
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Atualizado até capítulo 41
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