Capítulo 3

^^^Façamos tudo por uma pessoa e tudo por amor^^^

^^^Que aquele que você tem, seja aquele que você quer, do qual precisa^^^

^^^Porque quando é tudo por uma pessoa, é tudo por amor^^^

^^^Quando tem alguém que deveria saber^^^

^^^Então, diga o que sente^^^

^^^E façamos tudo por uma pessoa tudo por amor^^^

^^^All for Love — Rod Stewart^^^

Amir via uma miragem...

Era isso, não era?

Uma bela miragem...

Dizem que, no coração abrasador do deserto, onde o sol destila fogo e o chão se desfaz em calor, nasce a miragem.

Ilusão etérea.

Dançarina da luz.

Enganadora dos olhos sedentos e corações esperançosos.

Ela surge como um lago cintilante ou um oásis verdejante...

Para Amir, como um homem lindo, mais lindo do que qualquer flor que admirou nesses dezoito anos de vida. Tinha medo que fosse apenas uma enganação, a dança da física e poesia, a mesma que engana os andarilhos, os balduínos... os apaixonados.

—Poderia ser meu guia turístico também, vir para o Marrocos sozinho foi a ideia mais louca que já tive, e fico feliz que pelo menos você pareceu me tratar com respeito. Parece que os brasileiro aqui são mau vistos.

Amir gostava muito de ouvir ele falar.

Gostava do timbre da voz, o jeito de conectar uma palavra a outra sem uma pausa, talvez por medo de pronunciar alguma palavra errada, existia graça nisso, uma que só ele parecia ter... Já que nunca se ligou em coisas assim vindo de outros Brasileiros.

Era agradável, assim como era agradável aos seus olhos a sua beleza.

— Não teria motivos pra lhe tratar mal. Sendo brasileiro ou qualquer outra coisa.

Rafael alarga um sorriso, Amir amou isso.

O sorriso estava ali, puro, delicado... Encantador. Queria o puxar pra seus braços com firmeza, não deixar que fosse embora, jamais!

— Isso seria um sim?

A feição de Amir se contorce, não entendeu o que ele queria dizer com tal pergunta.

— Um sim?

— É! Um sim! O meu pedido! Ser meu guia turístico...

— Oh, sim! O que gostaria de ver?

Rafael desvia os olhos franzindo o cenho, pensava bem no que queria.

Se a conversa fosse inversa, Amir saberia muito bem o que queria ver naquele momento, e pensar assim o deixou meio... Quente, o rosto começando a pinicar, era louco? Talvez um pouco, mas perto dele, Amir sentia saber exatamente o que queria.

— Bom, eu amei passear na Medina, Fez é lindo! Gostei da Quermesse... Acho que, um pouco mais das dunas, quem sabe as construções antigas do deserto?

Amir começa a rir, não conseguia deixar de gargalhar, era como se ouvisse uma piada muito boa.

Rafael começou a imaginar se tinha feito papel de bobo, pensou ter dito coisas idiotas, ao julgar o jeito que o moreno ria...

— Vocês estrangeiros são muito engraçados, vem para o Oriente pra ver coisas bobas. Tem tantos outros lugares lindos aqui em Fez, tem o mercado de especiarias, a casablanca, as casas de chás, algumas dela com eventos de dança, e quer ver o deserto e um monte de pedras e colunas abandonadas?

— Me desculpe, mas quando vocês vão ao Brasil também se empolgam com coisa tão... Sem muita graça. Não me julgue! Você perderia o fôlego olhando o Pão de açúcar, e eu acharia algo muito idiota.

Rafael cruza os braços, enquanto na mente de Amir ele fazia uma anotação: conhecer o pão de açúcar ao lado do loiro.

— Não estou julgando, juro —conseguiu dizer depois de devanear um pouco.

— Julgou!

— Não julguei!

— Assume que sim, Amir!

— Ok, ok... Pelo Profeta! — murmura — Eu te levo lá, não hoje! Hoje está tarde, daqui a pouco o sol some, o deserto vai congelar, e não tem iluminação, não vai dar pra tirar as suas fotos.

Rafael alarga mais uma vez o sorriso, e nossa, aquilo mexeu mesmo com Amir, que pensava em emoldurar mil e uma fotos do loiro.

— Eu fico agradecido, vou te pagar por isso, não se preocupe.

— Não precisa, é um prazer te guiar por aí.

Amir nunca teve problemas com grana. E por orgulho imenso não aceitaria nada do Brasileiro. Gostava da troca, quando fosse ao Brasil, Rafael seria obrigado a servir de guia turístico. Uma troca justa.

Rafael alarga o sorriso mais uma vez, ilumina Amir, sem nem ao menos saber.

Não fazia a mínima ideia do que se passava no interior do mulçumano ao sorrir daquele jeito para ele.

—Fico muito agradecido. — O moreno estende a mão pedindo a câmera, antes de entregar, Rafael pisca seus longos cílios um tanto confuso, mas logo lembrando do que foi fazer por aquelas bandas — Ah, a foto, certo.

Rafael olha ao redor, pensava em um lugar que a foto fosse ficar bonita, não podia desperdiçar filme. Caminha até um ponto onde o pôr do sol seria visto, mas sem que o raio solar queimasse a foto. Sorri gigante como sempre, depois de ver o flash solta o ar e abaixa a cabeça, toma fôlego antes de ir até Amir, que, por outro lado, sentia o coração disparar em seu peito, uma tentativa de quebrar a caixa torácica por tanta porra.da de um músculo meio teimoso e idiota.

— Obrigado, então... Aonde te encontro amanhã, e que horas?

— Pode ser aqui mesmo, pode ser às duas da tarde. Fico livre nesse horário.

—Ótimo! Te vejo amanhã.

— Te vejo amanhã. — responde suave.

...----------------...

Já em casa e dentro de seu quarto, o moreno andava de um lado a outro, pensava ter feito a maior burrada, enquanto furava quase o chão com as pisadas firmes.

Estava noivo, e iria se encontrar com um homem, quer dizer... Não era um encontro, só seria guia turístico. Não tinha o que ficar se preocupando, principalmente por serem dois homens, poderiam andar de mãos dadas se fossem amigos, isso era comum no país. Amigos próximos se beijam no rosto, seguram as mãos, andam por aí. Mas não são amigos.

Perfeito

Sem levantar desconfianças.

Ele achava...

Não podia negar que seu interior se agitava, queria que as horas passassem rápido para o ver novamente.

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