O jantar continuou em silêncio por alguns segundos pesados. O pai de Aiko mal mexia no prato, e a tensão pairava no ar como um nevoeiro denso.
Diana a mãe tentavam aliviar a situação, conversando baixinho sobre assuntos neutros, mas Aiko mantinha os olhos fixos no pai, firme em sua posição.
— Acho que… — disse o pai, finalmente, com um suspiro — só precisamos nos entender melhor. Talvez eu tenha sido rígido demais.—
Aiko sentiu um pequeno alívio, mas não baixou a guarda.
— Ótimo. Então pelo menos agora você sabe que não vou aceitar comentários desse tipo. —
Ele assentiu, ainda um pouco constrangido, e Aiko respirou fundo, sentindo uma mistura de vitória e cansaço.
Mesmo que o jantar tivesse começado tenso, ela sabia que, por hoje, tinha se mantido fiel a si mesma.
O jantar finalmente terminou. O pai de Aiko se despediu de forma breve, pegou suas coisas e saiu, indo para a casa .
— Mãe, será que eu posso ir pra casa da Yuki hoje? — perguntou Aiko, tentando soar casual, mas ainda um pouco apreensiva.
— Hmm… — A mãe olhou para ela, avaliando a situação, enquanto Diana observava silenciosa. — Tá bem, Aiko. Mas só porque você se comportou no jantar. Seja responsável, hein!—
— Pode deixar, mãe! — respondeu Aiko, sorrindo aliviada.
Diana soltou um suspiro e deu um sorriso divertido:
— Aproveita aí, irmãzinha. Mas não faz besteira, hein!—
Aiko riu e correu pegar a mochila, ansiosa para ir para a casa de Yuki.
Aiko sentou-se na cama, pegou o celular e rapidamente ligou para Yuki, ainda sorrindo de leve ao pensar na resposta que esperava.
— Alô? — atendeu Yuki, com a voz um pouco sonolenta.
— Oi, Yuki… — começou Aiko, meio tímida — será que… será que eu posso dormir aí hoje?
Do outro lado da linha, Yuki deu um riso baixo, animada.
— Claro! Só vem, Aiko. A casa tá tranquila hoje.—
Aiko sorriu, sentindo uma onda de alívio e felicidade.
— Oba! Então já tô indo, tá? — disse, pegando a mochila rapidamente.
— Te espero! — respondeu Yuki, e desligou, ainda com um sorriso bobo no rosto.
Aiko respirou fundo, animada, e começou a se preparar para sair, ansiosa para passar a noite com Yuki.
Aiko não demorou muito e foi para a casa da amiga. Como moravam perto, a caminhada foi rápida, mas quem atendeu à porta foi a mãe de Yuki.
— Oi, minha filha! Tudo bem? —
Falou de forma simpática, sorrindo.
— Tudo sim, tia. — respondeu Aiko, um pouco tímida — e é que eu vim dormir aqui, não sei se a Yuki falou pra senhora.
— Ah, ela falou sim. E mesmo que não tivesse falado, não tem problema, ela tá no quarto. —
Respondeu a mãe de Yuki, acenando.
— Ah, então tá bom, tia! — disse Aiko, sorrindo de alívio. — Boa noite!
Ela deu tchau, subiu as escadas e seguiu para o quarto de Yuki, animada para finalmente passar a noite com a amiga.
Aiko bateu à porta do quarto de Yuki, que rapidamente abriu com um sorriso.
— Oi, Aiko! — disse Yuki, dando espaço para ela entrar. — Já estava te esperando.
Assim que Aiko entrou e fechou a porta atrás de si, Yuki se sentou na cama, olhando curiosa:
— Então… como foi o jantar com seu pai? — perguntou, inclinando-se levemente, os olhos brilhando de interesse.
Aiko suspirou, sentando-se ao lado de Yuki e passando a mão pelo cabelo, ainda um pouco tensa.
— Aff… foi complicado. Ele… sabe como é, né? Sempre metendo comentários homofóbicos, tentando controlar tudo.
Yuki franziu levemente a testa, preocupada, mas manteve a voz calma e carinhosa:
— E você conseguiu se colocar, não é?—
Aiko olhou para Yuki, um pouco surpresa com a pergunta, mas sorrindo levemente:
— Sim… dessa vez eu não deixei barato. Falei tudo que pensei. Ele ficou sem reação. —
Yuki sorriu, passando a mão pelo braço de Aiko de forma acolhedora:
— Eu sabia que você ia conseguir. Você é forte demais.—
Aiko corou, desviando o olhar e tentando disfarçar:
— Ah… para, Yuki… você vai me deixar toda boba com esses elogios.—
— Mas é verdade, Aiko, você é muito forte. —
Yuki falou, sorrindo boba, olhando para a amiga com admiração.
— Vou colocar meu pijama e já volto. —
Disse Aiko, levantando-se para ir ao banheiro.
Pouco tempo depois, Aiko saiu do banheiro vestindo seu pijama todo rosa, colocou a mochila na cômoda ao lado da cama e se deitou. Yuki já estava deitada, e logo puxou a coberta só para si.
— Aiko, você sempre roubando o cobertor todo pra você. —
Reclamou Yuki, com um sorrisinho irritado, mas divertido.
— Nada a ver! — respondeu Aiko, rindo. — Você que quer tudo pra você, aiai.—
As duas caíram na risada, e a cama ficou um pouco apertada, mas confortável. O clima entre elas estava leve, divertido, e cheio daquela intimidade gostosa de quem se sente completamente à vontade uma com a outra.
Yuki, aproveitando o momento de risos bobos, começou a fazer cócegas na amiga.
Aiko ria sem parar, tentando se esquivar das mãos de Yuki, que não parava de fazer cócegas.
— Yuki! Para! — gritava entre risadas, se contorcendo na cama.
— Nunca! — respondeu Yuki, sorrindo travessa, e se inclinou mais perto, subindo em cima de Aiko de brincadeira, mantendo o equilíbrio com cuidado. — Você sempre tenta me escapar!—
Aiko se debatia, mas aos poucos começou a perceber como estava perto de Yuki, sentindo o calor do corpo da amiga e o cheiro do cabelo dela. Seus risos começaram a se misturar com uma respiração mais pesada, e um silêncio breve caiu por alguns segundos entre as cócegas.
Foi nesse momento que os olhares se encontraram, e a distância entre os rostos diminuiu naturalmente. Yuki sorriu levemente, com um brilho travesso nos olhos, e Aiko sentiu seu coração disparar.
Antes que qualquer uma pudesse recuar, os lábios se tocaram — primeiro um toque tímido, depois mais firme, como se todo aquele riso e brincadeira tivessem sido só uma preparação para aquele momento.
O beijo foi rápido, doce e cheio de surpresa, mas ambos sabiam que algo tinha mudado ali. Quando se separaram, ambas ficaram sem fôlego, coradas, e Aiko sussurrou:
— Eu…nunca pensei que isso fosse acontecer…—
Yuki apenas sorriu, ainda por cima dela, e respondeu baixinho:
— Nem eu… mas… gostei.—
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Atualizado até capítulo 21
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