Lyra responde solícita:
— Obrigada, senhora Freet.
— Obrigada, senhora. Respondi sem paciência.
A diretora olha para mim e fala:
— Você é bem parecida com a sua mãe, a única diferença é a cor do seu cabelo. Creio que a coordenadora Müller fez o tour, o que achou senhorita Dominic Mízia?
— Normal, uma escola bem antiga e bem previsível. Falei friamente.
A diretora franze o cenho e pergunta para Lyra:
— E você, senhorita Fourtner? O que achou?
— Adorei, estava tão ansiosa para vir pra Academia. Respondeu Lyra com os olhos brilhando.
É a primeira vez que eu vejo alguém animado para ir pra escola, um recinto que é uma pequena amostra do inferno que vivemos. Lyra realmente me surpreende, eu não tenho animação nenhuma e nem queria estar aqui. Mas, não tive escolha, ainda fui atacada pelas sanguessugas desgraçadas. Mas também, fui salva por uma delas e ainda ao chegar aqui sofro preconceito por parte daquela vadia dos Müller.
A vontade que eu tenho é fugir daqui, voltar para meus treinamentos na floresta que valem mais a pena. Sinto que vou me ferrar tanto nessa Academia, por isso meu desânimo e desesperança. Se não fosse por Lyra, estaria completamente isolada aqui.
Enfim, a diretora se agrada da resposta da minha prima e diz:
— Gostei do espírito, senhorita Fourtner. Espero que a senhorita Mízia mude a visão sobre a Academia.
Mudar de ideia sobre a Academia? Só se eu estivesse enlouquecendo, não tem como mudar minha visão sobre essa escola. Vou ser xingada, humilhada, rechaçada diariamente por esses alunos hipócritas e idiotas. Durante o tour, notei os olhares e sinto que não vai sair nada de bom dali. Que se f0d4, eu odeio todos igualmente sem distinção. Não respondo o comentário da diretora Freet, Lyra fala:
— Ela vai mudar, tenho certeza diretora.
Quem disse que eu permiti que respondessem por mim? Detesto essa mania que a Lyra tem de fugir de conflitos, eu não vou responder porque esse papo já estar me enchendo o saco. Estou a um ponto de perder a paciência por completo, quero descansar para aguentar a merda que vai ser amanhã e nos próximos quatro anos da minha vida.
Reviro os olhos, Freet se despede:
— Tomara, sejam bem-vindas e tenham uma boa noite. Amanhã, as aulas começam as sete da manhã, até breve.
— Até, boa noite, senhora. Respondemos em uníssono.
Caminhamos de volta para o dormitório feminino da família Mízia, aqui as famílias e clãs tem seus dormitórios masculinos e femininos. Cada membro dos clãs ficam no dormitório exclusivo, a família real tem uma ala inteira apenas para eles. Quem não pertence a nenhum clã, enviado ao dormitório dos comuns sendo separados em masculino e feminino, nas alas em que ficam os outros dormitórios.
Adentramos no nosso dormitório, estou exausta e Lyra pergunta:
— Está preocupada? Por que tá triste?
— Estou cansada, caminhei bastante nessa escola com essas bagagens. Estou triste porque vim pra cá, gostava da floresta. Fora que vão me discriminar pra car4lho. Falei.
— Não pensa assim, nem todos são assim. Saiba que tem a mim, Domi. Sempre estarei ao seu lado, somos irmãs. Disse Lyra.
— Eu sei, e sou grata por isso. Falei.
— Ainda não entendi, por que os vampiros te atacaram?
— Somos inimigos naturais, sou metade lycan. Mas, eles te farejaram, tinha a intenção de se alimentarem do seu sangue. Você tem uma parte humana, mesmo usando aquela poção, eles ainda sentia a sua presença. Expliquei.
Ela se entristece e diz:
— Então, você se arriscou para me salvar?
— Para nos salvar, visto que eles queriam me matar. E por um momento pensei que eles teriam sucesso nisso. Falei.
Temperei a garganta e disse:
— Queria que não contasse a ninguém o que vou falar agora, ok?
— Sou um túmulo, pode contar.
— Fui atacada por um vampiro e levei a pior, ele me deu uma surra e me jogou contra uma árvore. Eu ia morrer, mas fui salva por outro vampiro que usou um feitiço de regeneração para me salvar. Tava com vários ossos do corpo quebrados, ele me salvou, Ivan Stolker. Por isso, sobrevivi. Expliquei.
— Vampiros sabem usar feitiços, além daquele que usam para atrair humanos? Lyra indagou.
— Sim, a tia Helena nunca te falou? Quando aprendem, podem se tornar mais habilidosos que a gente. É o caso de Ivan, para usar o feitiço de regeneração tem que ter uma quantidade absurda de magia, e anos de experiência fazendo esse encantamento. Falei.
— Nossa, vivendo e aprendendo. Pera, por que ele te salvou?
— Disse que conheceu a minha mãe Nefeli, que ele devia a vida a ela e que um dia retribuiria o favor. Fez isso agora, salvando a filha dela. Contei.
— Ele era bonito?
— Era, se eu fosse humana estaria encrencada. A presença dele é muito marcante, um olhar intenso, penetrante e o perfume dele é diferente dos outros vampiros. Ele parecia que foi esculpido a mão de tão lindo, confesso que tive pensamentos nada puros. Solto uma risadinha.
Lyra rir e diz:
— Nossa, você tem esses tipos de pensamentos? Safada, e não deseja se relacionar com ninguém?
— Não dessa maneira romântica, mas também sinto vontade de fazer sexo às vezes. Normal, para alguém da minha idade. Falei.
— Hum, quero ver quando se apaixonar. Como é que vai ser? Brincou Lyra.
— Vira essa boca pra lá, Lyra. Me erra, porr4. Solto uma risada.
— Você não é imune a isso, Domi. Ainda soube daquela história do parceiro destinado da Deusa Selene, sabe?
— Lá vem, isso não funciona comigo. Não sou uma lycan pura, graças a Ártemis. Respondi.
— Sei, eu quero encontrar um amor. Tomara que eu não sofra tanto, meu sonho é casar e ter meus filhos. Disse Lyra.
— Meu sonho é alcançar uma quantidade de magia absurda, e me tornar a líder do clã Mízia. Falei.
— Mas, você já tem uma quantidade de magia fora do normal. Quer mais?
— Ao ponto de aguentar umas batalhas de horas sem desmaiar, e terminar o embate ainda de pé. Falei animada.
— Magia te anima sempre?
— Me dedico a ela desde que me entendo como um ser. Respondi.
— Aqui você pode aprender isso, eu gosto de magia. Mas, não com esse amor todo, quando você fala nisso seus olhos brilham.
— Por isso que não me apaixono, já amo a magia. Ela tem o meu coração, amo sentir os meus poderes percorrer meu corpo. Respondi.
— A magia me causa dor, por isso gosto da magia de cura e defesa. Disse Lyra.
Lyra quase morreu uma vez, quando tentou usar uma espada imbuída de magia de ataque, isso tem uns dois anos. Durante um treinamento, Helena disse para ela pegar uma espada comum, mas ela se confundiu e pegou uma espada imbuída com magia.
Quando ela empunhou, a magia de ataque entrou em contato com o braço dela, e como ela não sabia mexer com esse tipo de magia, não controlou direito. E esse poder quebrou o braço dela em três pedaços, cortou o ombro próximo à carótida. Se tivesse sido atingida dois centímetros ao lado, teria sangrado até a morte. Minha tia se desesperou, mas depois deu uma bronca nela.
Eu não estava lá no momento, eu teria falado para Lyra que a espada estava imbuída com magia de ataque. Sei reconhecer uma magia de ataque pelo cheiro e a quantidade de poder. Desde então, ela teme magias de ataque. Foi bem traumático para ela.
Falei para Lyra:
— Magia é perigosa quando não se sabe mexer com ela, ou se for para feitiços proibidos.
— Você sabe algum feitiço proibido? Perguntou Lyra.
— Não, não é permitido. Respondi.
Na verdade, sei quatro feitiços proibidos, Hinami me ensinou seis deles. Quando estávamos no Reino dos Humanos, numa área desabitada, foi fod4 e bem perigoso. Eles são perigosos, porque são letais e requer uma quantidade de magia muito grande. Porém, não quero que ninguém saiba que eu sei uma p0rr4 dessa. Não quero ir pra cadeia, isso jamais.
Lyra franze o cenho:
— Vou fingir que acredito, Domi.
— Estar sem sono? Perguntei.
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Atualizado até capítulo 27
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