Kael
Enquanto caminho pelo pátio da academia, meu casaco preto e longo dança com o vento, seguindo cada passo meu. Atrás de mim, meu bando permanece firme, como escudeiros leais, atentos a qualquer sinal de desafio.
Ao passar rente às janelas de vidro, vejo meu reflexo. Meus cabelos brancos, quase platinados, brilham sob o sol de maneira que me agrada. O casaco de gola alta só reforça a intensidade do meu olhar dourado. Sorrio de lado, consciente de que minha presença chama atenção — afinal, sou Kael, príncipe dos Lobos Blasters.
Os gritinhos das meninas da minha alcateia ecoam pelo pátio, e noto até alguns olhares curiosos de fêmeas de outras linhagens. Meu sorriso se amplia, deixando claro que minha fama não é por acaso.
E então… acontece.
Alguém bate em mim com força, me empurrando para trás. O impacto me pega de surpresa. Quando meus olhos se ajustam, vejo a responsável — que se encontra caída no chão.
Cabelos castanhos trançados dos dois lados da cabeça, olhos castanhos que me encaram com uma mistura de desafio e nervosismo. À primeira vista, parece apenas mais uma novata.
Mas algo no cheiro, no leve tremor ao redor dela, me diz que é uma fada.
— Senhor Blaster, o senhor devia olhar por onde anda! — exclama a diretora Verusa, surgindo firme logo atrás dela, autoritária como sempre.
— Está bem, Lilia? — pergunta a diretora, a preocupação visível na voz.
Ela se ergue com determinação, sacudindo a roupa e endireitando a postura.
— Estou. — A voz é pequena, mas carregada de firmeza, e há um brilho em seus olhos que me intriga.
Observo-a por um instante mais longo do que deveria. Meu instinto grita que essa pequena intrusa não vai passar despercebida na Academia Improvável — e, de algum modo, sei que vai causar mais problemas do que imagina.
Então ela se afasta, seguindo a diretora. Nesse instante, Lino, um dos meus, se aproxima com aquele sorriso de quem sabe de tudo.
— É a sobrinha da diretora Verusa — diz ele, inclinando-se um pouco para falar baixo. — Ouvi rumores de que a diretora foi buscá-la. É mais uma descendente das linhagens das fadas.
Reviro os olhos, um misto de tédio e desdém, e solto, firme:
— Patética.
Lino dá de ombros, percebendo que não vale a pena discutir comigo. Mas mesmo enquanto seguimos nosso caminho, não consigo tirar os olhos dela da memória. Há algo… diferente nela. Algo que, no fundo, me incomoda mais do que deveria.
Movido por essa inquietação, puxo Lino para mais perto, inclinando-me ligeiramente para que ninguém nos ouça. Meu olhar varre o pátio com rapidez, atento a qualquer curiosidade indesejada. Sussurro, com a voz carregada de malícia:
— Quero que descubra onde será o quarto dela, Lino. Acho que encontrei um brinquedinho para brincar.
Ele arregala os olhos, a surpresa estampada no rosto.
— Não está falando sério, não é? — pergunta, hesitante, como se já antecipasse problemas.
Solto seu braço e paro abruptamente, fazendo com que todos atrás de mim também cessem os passos. Minha voz baixa, mas firme, corta o ar:
— Não irei fazer nada demais. Só quero dar um susto na novata.
Lino ajeita a gola do uniforme, visivelmente desconfortável, e retruca:
— Isso pode trazer problema, Kael… ela é sobrinha da diretora…
Interrompo imediatamente, o tom agora carregado de autoridade:
— E meu pai é um dos maiores acionistas desta academia. Os Improváveis só existem porque meu pai financiou.
Ele hesita, mordendo o lábio inferior, ainda incerto.
— Eu não sei…
Puxo-o novamente, desta vez com força, e sinto o rosnado baixo do meu lobo interno ecoando, pronto para sair.
— Você vai fazer o que estou mandando, Lino. É uma ordem! — minha voz agora não admite questionamentos. — Uma ordem do seu príncipe e futuro rei lobo! Agora vá e descubra onde aquela… patética ficará!
Enquanto Lino se afasta, sigo meu caminho pelo pátio, mas algo dentro de mim não se acalma. Um arrepio percorre minha espinha e meu olhar dourado se estreita, fixo na direção por onde ela desapareceu.
E então, a voz sombria do meu lobo ressoa dentro da minha mente, fria e possessiva:
"Ela é minha".
Meu coração dispara, e um sorrisinho de canto, ao mesmo tempo cruel e inquietante, surge nos meus lábios. O jogo apenas começou.
— Me aguarde, fadinha…
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Nathaly Assunção
ela é o mate dele.
ela foi predestinada a ser dele .
kkkk
Será que ela vai se apaixonar pelo Lino ???
2025-09-17
1
Nathaly Assunção
ela é o mate dele.
ela foi predestinada a ser dele .
kkkk
Será que ela vai se apaixonar pelo Lino ???
2025-09-17
2