Maria ainda tremia quando fechou a última janela, tentando se convencer de que estava segura. Mas o silêncio da casa parecia diferente — pesado, quase sufocante. Cada sombra nos cantos do quarto parecia se mover sozinha, e o ar carregado fazia sua respiração falhar.
Então, ela ouviu, baixinho, quase como um eco dentro da cabeça:
Fantasma 3
Estamos aqui, Maria… não pense que pode se esconder.
Era a voz feminina que a havia seguido no parque. Logo, vieram os sussurros graves dos três homens, cada um com seu tom distinto:
Fantasma 1
Não há refúgio para você.
Fantasma 2
Nós sabemos onde você está.
Fantasma 4
Sua casa não é mais sua.
Maria tentou ligar a luz do quarto, mas a eletricidade falhou por alguns segundos, deixando o espaço mergulhado em uma escuridão ainda mais intensa. Cada vez que seus olhos se acostumavam à penumbra, parecia que figuras translúcidas surgiam nas paredes, nos móveis, observando cada movimento seu.
Ela se aproximou da porta para tentar sair e buscar ajuda, mas as vozes sussurraram novamente, agora mais próximas, como se estivessem ao lado dela:
Fantasma 4
Fique calma… ou nós vamos encontrá-la onde quer que vá.
Maria percebeu que a ameaça não estava apenas do lado de fora — os fantasmas haviam encontrado uma maneira de invadir sua vida, e a sensação de perigo a fazia perceber que, agora, não havia mais refúgio seguro.
Maria se encolheu no canto da sala, tentando controlar a respiração, quando as vozes falaram quase em uníssono:
Fantasma 3
Você não nos vê, mas nós vemos você… cada movimento seu.
Fantasma 1
A sua coragem é admirável… mas inútil.
Fantasma 2
Quanto mais você tenta fugir, mais próximo está de nós.
Fantasma 4
E quando vier a hora, Maria… você será nossa para sempre.
Maria, com lágrimas nos olhos, gritou:
Maria
Não! Eu não vou deixar vocês me pegarem!
Mas as vozes apenas riram, ecoando pelas paredes da casa e envolvendo cada sombra:
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