Capítulo 2: A cena do Crime

Enquanto examinava a cena, James não conseguia afastar a sensação de que o assassino estava jogando com ele, provocando-o. Cada detalhe parecia cuidadosamente planejado para transmitir uma mensagem, mas qual? Ele fechou os olhos por um instante, tentando organizar os pensamentos, enquanto a imagem do corpo mutilado permanecia gravada em sua mente. Quem quer que tivesse feito aquilo, não era apenas um homicida; era alguém que tinha prazer em manipular o medo, em mostrar que estava no controle.

James levantou-se lentamente, seus olhos percorrendo cada canto da sala. As paredes descascadas, o chão irregular, tudo parecia impregnado com a energia sombria do que havia acontecido ali. Mas, por mais que procurasse, não havia nenhum sinal de luta, nenhuma marca que sugerisse resistência. A vítima estava completamente à mercê do assassino, subjugada desde o início. E isso significava que o assassino tinha planejado tudo com antecedência, escolhendo o local e o momento exato para agir.

Os outros policiais se moviam pela casa como sombras, ainda mais perturbados pela ausência de pistas do que pela própria brutalidade do crime. James os observou por um momento, percebendo o desalento em seus rostos. Eles estavam acostumados a cenas de violência, mas aquela era diferente. Não era apenas um assassinato; era uma exibição calculada de poder e crueldade. Eles não sabiam o que fazer com isso, e essa incerteza os deixava vulneráveis.

Enquanto a equipe de perícia começava a tirar fotos e coletar amostras, James se afastou um pouco, buscando uma nova perspectiva. Ele sabia que o assassino estava confiante, seguro de que não havia deixado nada para trás. Mas havia algo mais, algo que ainda escapava à compreensão dos outros. James sentia que estava lidando com uma mente que via além das aparências, que compreendia o medo de uma forma única, quase artística.

Ele se abaixou mais uma vez, olhando diretamente para os olhos vidrados da vítima, como se tentasse captar a última coisa que aquele homem havia visto antes de morrer. Seria o rosto do assassino? Ou algo ainda mais assustador, a própria certeza de sua morte iminente? James queria entender o que havia passado pela mente da vítima, mas tudo que encontrou foi um vazio frio e sem resposta. Talvez, pensou ele, o verdadeiro terror estivesse não no que o homem viu, mas no que ele não podia ver — a total ausência de esperança.

Com um suspiro, James se levantou, sentindo o peso da cena sobre seus ombros. Ele sabia que aquele era apenas o começo, o prólogo de algo muito maior e mais sombrio. O assassino não pararia ali. Aquela era uma declaração de intenções, um convite para um jogo mortal que ele estava determinado a vencer. E James, com sua mente aguçada e instinto apurado, era a única pessoa que poderia tentar decifrar os próximos passos desse predador sombrio.

A questão era: ele estava pronto para enfrentar o que viria a seguir?

James mal havia conseguido dormir após a noite da descoberta do corpo. O horror daquela cena continuava a assombrá-lo, surgindo em flashes cada vez que fechava os olhos. Ele não era o tipo de pessoa facilmente abalada, mas havia algo na brutalidade meticulosa do crime que o atingia de maneira profunda. Naquela manhã, enquanto o sol nascente banhava a cidade com uma luz pálida e fria, ele se encontrava de volta ao Departamento, encarando o quadro branco na sala de investigações. Nele, fotos da vítima, o diagrama da cena do crime, e os poucos detalhes que tinham conseguido até agora estavam organizados, mas não havia uma conexão clara.

Cada tentativa de encontrar uma pista, um padrão, parecia levar a becos sem saída. James estava inquieto, seus dedos tamborilando na mesa, enquanto revisava os relatórios mais uma vez. Ele sabia que o assassino havia sido cuidadoso, mas havia algo mais ali, algo que ainda não conseguia captar. Sua mente trabalhava freneticamente, tentando ligar os pontos entre a violência do crime e a frieza clínica com que foi executado. Quem poderia odiar tanto a vítima a ponto de mutilá-la daquela maneira? E mais importante, por quê?

Uma batida na porta interrompeu seus pensamentos. O Capitão Moretti entrou na sala com um semblante grave. Ele se aproximou de James em silêncio, antes de pousar uma nova pasta sobre a mesa. “Mais um”, disse ele, sua voz carregada de uma preocupação que não precisava ser verbalizada. James abriu a pasta lentamente, sentindo uma onda de antecipação sombria enquanto olhava as fotos de um novo corpo. A semelhança com a primeira cena era inconfundível — a mesma mutilação meticulosa, o mesmo padrão de crueldade. Agora, não havia dúvida: eles estavam lidando com um serial killer.

James sentiu uma tensão crescente em seu peito, uma mistura de adrenalina e medo. O jogo havia escalado, e o tempo estava contra eles. O assassino estava desafiando a polícia, se movendo com precisão cirúrgica, deixando um rastro de terror sem pistas claras para segui-lo. Cada novo corpo era uma mensagem, um lembrete de que ele estava sempre um passo à frente. O relógio estava correndo, e James sabia que o próximo movimento poderia ser decisivo, tanto para o assassino quanto para ele.

O silêncio na sala de investigações era quase palpável, apenas o som distante da cidade quebrando a tensão. James fechou os olhos por um momento, tentando visualizar o que o assassino faria em seguida, onde atacaria, e como poderia antecipá-lo. Ele sentia que estava perto de algo, uma epifania que parecia prestes a se revelar. Mas antes que pudesse concretizar seus pensamentos, o telefone tocou, ecoando pela sala vazia. James atendeu, e a voz do outro lado da linha trouxe uma nova informação, algo que fez seu coração disparar. A investigação estava prestes a tomar um rumo inesperado, e ele não tinha ideia do que iria encontrar a seguir.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!