Capítulo cinco

O jogo continuava, mas cada jogada parecia menos importante do que os pequenos detalhes entre nós. O toque casual das mãos ao pegar uma peça, o cheiro suave dela quando se inclinava para ler uma carta, o leve movimento do cabelo loiro sobre os ombros — tudo se combinava em uma eletricidade silenciosa que eu mal conseguia controlar. Cada risada dela parecia ecoar dentro de mim, tornando impossível pensar em qualquer coisa além dela.

— Você está muito concentrado — ela disse, inclinando-se levemente para frente, os olhos fixos nos meus enquanto mexia as peças. — Até parece que o mundo fora daqui não existe.

— Talvez ele não exista — murmurei, mais para mim do que para ela, sentindo o calor subir ao perceber como seus olhos encontravam os meus sem que precisássemos falar nada.

Ela sorriu, inclinando a cabeça de lado, curiosa, e naquele gesto tão simples, senti um arrepio percorrer minha espinha. Era como se cada gesto natural dela fosse carregado de uma sensualidade sutil, sem esforço, sem intenção consciente. E, no entanto, me deixava completamente hipnotizado.

— Eu gosto de estar aqui com você — falei, a voz baixa, quase um sussurro. — Não é sobre o jogo, nem sobre vencer. É só… estar aqui.

Ela parou por um instante, olhando-me com aquela expressão calma e sincera que me fazia perder o fôlego.

— Eu também gosto — respondeu suavemente. — É raro encontrar alguém com quem conversar assim. Sem máscaras, sem pressa.

A proximidade física entre nós já não era apenas casual. Sentados no tapete, a poucos centímetros de distância, sentia a suavidade da presença dela, o calor que parecia emanar naturalmente, o cheiro que misturava perfume leve e algo inefável, quase hipnótico. Cada movimento que ela fazia, cada inclinar de corpo ou curva do pescoço, parecia convidar, sem palavras, mas ainda assim com total respeito implícito. Em um momento, ela se inclinou para pegar uma carta caída, e eu percebi meu coração acelerar ao sentir o aroma dela tão próximo. Era algo sutil, mas impossível de ignorar. Fiquei imóvel por um instante, apenas absorvendo o momento, tentando não transparecer a intensidade do que sentia.

— Chris… — ela murmurou, olhando para mim enquanto recolocava a carta no tabuleiro — você está muito quieto.

— Estou apenas… prestando atenção em você — disse, e a escolha das palavras fez com que ambos sorríssemos de leve. — Só isso.

Ela inclinou-se de novo, dessa vez sem perceber, nossos olhares se cruzando com uma intensidade que nenhum de nós havia antecipado. A distância entre nossos rostos diminuiu imperceptivelmente, e percebi que cada respiração compartilhada criava uma tensão deliciosa, carregada de expectativa silenciosa.

— É… diferente — disse ela, quase sem voz, e eu entendi que ela também sentia a atração crescente, mas ainda controlada.

Não havia pressa. Nenhum gesto precipitado. Apenas a presença de ambos, o toque mínimo das mãos quando chegávamos perto das peças, os olhares que se encontravam e demoravam mais do que o necessário. Cada risada, cada comentário sobre o jogo, cada inclinar de corpo se transformava em uma dança lenta de proximidade, uma construção natural da tensão que já se instalara entre nós. Finalmente, quando ela ajustou a posição do cabelo atrás do ombro, senti um impulso quase irracional de inclinar-me mais próximo. Mas, em vez de apressar nada, respirei fundo e apenas observei. Cada gesto era carregado de beleza natural e graça, cada sorriso carregava um convite silencioso.

— Eu… posso te fazer uma pergunta? — perguntei, a voz baixa, carregada de sinceridade.

— Claro — respondeu, inclinando-se levemente para frente, curiosa.

— Você sente isso também? — murmurei, quase inaudível. — Essa tensão… essa energia?

Ela me olhou por um instante, e a resposta veio sem palavras, apenas no brilho discreto de seus olhos e no pequeno sorriso que surgiu nos lábios. Um reconhecimento silencioso, compartilhado, e que parecia dizer:

“Sim, eu também sinto.”

Foi como se o tempo desacelerasse. A respiração dela, o cheiro, a suavidade do corpo próximo — tudo conspirava para um momento que ainda não precisava de palavras. E então, quase naturalmente, nossos rostos se aproximaram, um centímetro de cada vez, até que nossos olhares se encontraram em uma comunicação silenciosa.

O primeiro beijo aconteceu lentamente, sem pressa, sem urgência, apenas um encontro delicado e intenso, carregado de tudo o que havíamos sentido naquela noite: a atração crescente, a conexão natural, o respeito mútuo. Foi o primeiro passo de algo que prometia ser explosivo, mas que começava de forma pura, intensa e genuína. E, naquele instante, percebi que o acaso tinha nos conduzido a esse momento — não como um ato impensado, mas como algo inevitável, construído em cada olhar, cada sorriso e cada gesto, sem pressa, sem pressões, apenas na cadência perfeita da descoberta mútua.

O gosto dela me invadiu devagar, quente e doce, como se cada segundo fosse prolongado de propósito. O corpo de Eleonor se aproximou mais, e quando percebi, eu já a tinha deitada sob mim no tapete, sentindo o perfume do cabelo dela se misturar ao calor da pele. A boca dela se abriu para a minha, recebendo minha língua com uma entrega que incendiava. Os braços dela se enroscaram no meu pescoço, puxando-me para mais perto, como se não quisesse me dar espaço para respirar. Minhas mãos deslizaram pela cintura dela, firmes, explorando a curva suave que cabia inteira no meu toque, e eu me perdi naquele contraste de delicadeza e intensidade. O coração batia rápido, não de ansiedade, mas de desejo puro, e cada suspiro que escapava dos lábios dela contra os meus aumentava a tensão, nos prendendo num ritmo só nosso. Era lento e urgente ao mesmo tempo, uma dança silenciosa em que nenhum dos dois queria se afastar, como se o mundo inteiro tivesse se resumido àquele tapete, àquele beijo, àquele instante inevitável.

A boca dela era um vício, mas eu não resisti a deslizar os lábios pelo contorno do queixo, descendo até o pescoço. A pele de Eleonor exalava o seu cheiro natural, me deixando completamente louco. Beijei devagar, pressionando minha boca contra a curva macia, e ouvi o primeiro suspiro escapar dela, quente, trêmulo, como se tivesse acabado de se render a algo que vinha segurando. A cada beijo, senti o corpo dela se arquear de leve contra o meu, os dedos se cravando na nuca e nos meus ombros, como se precisasse de um ponto de apoio para suportar o que eu a fazia sentir. A língua percorreu a pele dela, lenta, saboreando cada pedaço, até encontrar o ponto sensível logo abaixo da orelha. Quando suguei ali, ela arquejou e deixou escapar um gemido baixo, quase involuntário, que me fez apertar a cintura dela com mais força, trazendo-a mais para mim.

O calor do corpo dela subia rápido, e eu percebi que o desejo estava crescendo em cada pequeno gesto — no jeito que ela inclinava o pescoço para me dar espaço, no jeito que os quadris dela se ajustavam sob o peso do meu corpo, no jeito que a respiração dela já vinha entrecortada, implorando sem palavras para que eu não parasse. Minhas mãos estavam firmes na cintura dela, sentindo o calor atravessar o tecido fino, e cada suspiro que Eleonor soltava me deixava mais faminto por ela. Apertei sua pele com força, puxando-a para mais perto, e quando deslizei os dedos por baixo da blusa, senti o arrepio imediato percorrer seu corpo. A palma da minha mão encontrou a curva dos seios dela, ainda cobertos pelo sutiã, mas quentes, cheios, como se tivessem sido feitos para caber ali.

Ela gemeu baixinho contra a minha boca, os quadris se erguendo em resposta, como se aquele toque fosse uma faísca que incendiava tudo por dentro. Apertei de leve, explorando o contorno, até subir os dedos e alcançar os biquinhos endurecidos sob o tecido. Passei a ponta dos dedos devagar, provocando, e ela arqueou as costas, colando o peito contra a minha mão como se implorasse por mais. O beijo ficou mais urgente, a respiração dela misturando-se à minha, e cada gemido abafado me deixava sem controle. O contraste entre o peso do meu corpo sobre o dela e a delicadeza do toque me enlouquecia, e eu sabia que estávamos à beira de perder qualquer freio que ainda restasse.

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2 Capítulo dois
3 Capítulo três
4 Capítulo quatro
5 Capítulo cinco
6 Capítulo seis
7 Capítulo sete
8 Capítulo oito
9 Capítulo nove
10 Capítulo dez
11 Capítulo onze
12 Capítulo doze
13 Capítulo treze
14 Capítulo quatorze
15 Capítulo quinze
16 Capítulo dezesseis
17 Capítulo dezessete
18 Capítulo dezoito
19 Capítulo dezenove
20 Capítulo vinte
21 Capítulo vinte e um
22 Capítulo vinte e dois
23 Capítulo vinte e três
24 Capítulo vinte e quatro
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