SN estava sentada à beira da cama, o quarto silencioso. Apenas o som distante da chuva batendo na janela preenchia o espaço. O celular em sua mão brilhava com a conversa aberta no KakaoTalk. Ela respirou fundo, criando coragem.
SN (pensando):
Eu não posso continuar fingindo que nada aconteceu. Eu me casei, mesmo sem vê-lo, e agora ele me manda esse cartão Black como se fosse… o suficiente. Eu preciso perguntar. Preciso de respostas.
Seus dedos finalmente tocaram a tela, escrevendo com cuidado.
📱 SN:
“Eu queria perguntar… por que você mandou seu secretário me entregar um cartão Black? Eu não tenho coragem de usar ainda. Eu tô trabalhando, tenho meu salário. Não preciso disso.”
Ela enviou a mensagem e apertou os lábios, nervosa. O coração batia acelerado.
Do outro lado, em um escritório moderno e amplo, Kang Minseok encostava-se em sua cadeira de couro. A cidade brilhava através da janela de vidro atrás dele. O celular vibrou. Ele olhou para a tela e, pela primeira vez em dias, abriu a conversa.
Kang Minseok (pensando):
Finalmente… Ela resolveu falar. E ainda ousa questionar o cartão? Hm… Essa garota é diferente das mulheres que conheci. Qualquer uma já teria gasto metade em uma única tarde.
Com o cenho levemente franzido, ele começou a digitar.
📱 Kang Minseok:
“Você trabalha. Eu também trabalho. Muito mais do que imagina. Por isso não tenho tempo para encontrar você. Na semana que vem, viajarei para Londres. Preciso fechar um contrato com uma filial importante. Mas eu juro… vamos ter tempo para nos encontrar. Quando for a hora certa.”
SN arregalou os olhos ao ler. Ela sentiu o peito apertar.
SN (pensando):
Ele fala como se fosse simples… Mas não é. Eu casei com ele. Eu aceitei esse acordo. Por que parece que sou a única que leva isso a sério?
Ela digitou de volta, com os dedos tremendo.
📱 SN:
“Se é assim, por que a gente não pode se conhecer logo? Por que você não veio no nosso casamento? Seu secretário assinou no seu lugar. Isso… isso é válido? Um casamento onde o noivo não apareceu?”
Minseok congelou por alguns segundos ao ler aquilo. Seus olhos escuros brilharam com uma mistura de irritação e algo mais profundo que ele não queria admitir.
Kang Minseok (pensando):
Ela é ousada. Está questionando algo que qualquer outra teria aceitado em silêncio. Mas… não posso simplesmente dizer o motivo. Não ainda.
Ele apoiou os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos, e começou a responder devagar.
📱 Kang Minseok:
“O contrato é válido. Meu nome está na certidão, e o meu representante tinha autoridade para assinar. Você carrega meu sobrenome agora. Isso basta.”
SN sentiu as palavras como um soco.
SN (pensando):
Isso basta? Para ele, é só papel, só contrato. Para mim… é minha vida.
Ela respirou fundo, quase desistindo, mas digitou de novo.
📱 SN:
“Você fala como se casamento fosse apenas uma transação. Não é só um papel. Não é só um sobrenome. Eu sou uma pessoa. Eu queria pelo menos olhar nos olhos do meu… marido.”
Do outro lado, Minseok ficou em silêncio. Seus olhos fixaram na tela, sem responder de imediato.
Kang Minseok (pensando):
Marido… Ela me chamou de marido. Mesmo com essa voz frágil, mesmo questionando tudo. Estranho… muito estranho. Eu não deveria me importar. Mas por que sinto esse peso?
Depois de longos segundos, ele digitou.
📱 Kang Minseok:
“Um dia. Quando for inevitável, você me verá. Até lá, aprenda a esperar. O tempo certo chega para aqueles que sabem ter paciência.”
SN fechou os olhos, frustrada.
SN (narrando):
“Eu queria respostas. Queria calor. Mas o que recebi foram frases calculadas, frias, como muros entre nós. Ainda assim… alguma coisa dentro de mim dizia que havia mais do que ele deixava transparecer. Talvez fosse só ilusão. Ou talvez… fosse apenas o início de algo que eu não entendia ainda.”
Ela olhou para o cartão Black sobre a mesa. Tocou-o com a ponta dos dedos e suspirou.
📱 SN:
“…Tudo bem. Vou tentar esperar.”
O avião pousou suavemente no aeroporto de Londres. Kang Minseok ajustou o cinto do paletó enquanto olhava pela janela do carro preto que o esperava no desembarque. O céu cinza e chuvoso refletia o humor habitual dele: frio, calculista, sempre alerta.
Kang Minseok (pensando):
Finalmente cheguei. Mais uma filial, mais uma negociação. Mas ainda penso naquela garota atrevida… a que recebeu meu cartão. Não sei por que, mas não consigo parar de me lembrar das mensagens dela.
Ele tirou o celular do bolso e abriu o KakaoTalk. A conversa com SN piscava na tela.
📱 Kang Minseok:
“Já cheguei em Londres. Tudo sob controle aqui. E você, como está?”
Do outro lado, SN estava sentada diante do computador da empresa. A tarde era longa e cheia de relatórios, mas o som da mensagem trouxe uma pequena pausa no seu dia.
📱 SN:
“Ah… entendi. Estou trabalhando no escritório agora. Mas obrigada por avisar. Espero que tudo corra bem aí.”
Ela suspirou, olhando para a tela e massageando a têmpora.
SN (pensando):
Trabalhando… ainda me sinto presa entre o que sou e o que esperam de mim. E ele… o homem que nem imagina que já é meu marido, está em outro continente. Estranho pensar assim.
Passaram-se alguns dias. SN digitava relatórios, respondia e-mails, quando uma notificação inesperada surgiu. Era o secretário de Kang Minseok.
📱 Secretário:
“Senhora SN, ele solicitou que vocês se encontrassem em uma cafeteria em Seul. Aqui está o endereço: 23-5 Gangnam-daero, Seocho-gu, Café Lumière. Ele pede que avisei.”
SN arregalou os olhos, seu coração disparou.
SN (pensando):
Café Lumière… um encontro? Meu Deus, e se for ele? Eu… não sei como agir. Preciso me preparar.
Ela digitou rapidamente:
📱 SN:
“Muito obrigada! Vou me organizar.”
O secretário respondeu rapidamente:
📱 Secretário:
“Ele reservou uma mesa no segundo andar. Apenas siga normalmente.”
Era início da tarde. SN entrou no quarto, fechou a porta, e começou a se arrumar. Escolheu um vestido leve e elegante, de cor creme, que chegava um pouco abaixo dos joelhos. Passou perfume com cuidado, penteou o cabelo com suavidade e conferiu cada detalhe no espelho.
SN (pensando):
Preciso parecer natural, mas confiante. Não posso parecer nervosa… mesmo que meu coração queira saltar do peito.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, Kang Minseok também se preparava. Ajustou o paletó escuro, prendeu o cabelo levemente e verificou seu relógio de pulso caro. Não costumava se preocupar com encontros fora do trabalho, mas algo naquele encontro parecia diferente.
O táxi os deixou na frente do Café Lumière, e ambos entraram praticamente ao mesmo tempo. Nenhum dos dois olhou imediatamente para o outro; a cafeteria estava cheia de luz natural filtrando pelas janelas grandes, o aroma de café fresco preenchendo o ambiente.
SN se aproximou do balcão, tentando controlar a respiração.
— Um café latte, por favor — disse ao garçom, e pagou com cartão próprio, ainda nervosa.
Kang Minseok também fez seu pedido, a voz baixa, firme, enquanto entregava o cartão do próprio bolso.
Eles, curiosamente, mantiveram distância, cada um seguindo para o segundo andar, conforme as instruções do secretário. Antes de subir, ambos pegaram seus celulares.
📱 SN:
“Já cheguei na cafeteria.”
📱 Kang Minseok:
“Estou no segundo andar.”
O simples envio de mensagens fez o coração de SN disparar novamente. Ela respirou fundo e subiu lentamente, sentindo cada passo ecoar no chão de madeira polida. Ao chegar, avistou a mesa reservada — uma pequena mesa redonda, próxima à janela.
Minseok já estava lá, olhando pela janela, mãos cruzadas sobre a mesa. Quando ouviu o som da cadeira sendo puxada, levantou levemente o olhar, mas desviou rapidamente. Um silêncio curioso tomou conta do espaço entre eles.
SN (pensando):
Ele está ali, e meu coração não para. Preciso parecer calma… mas é impossível.
Kang Minseok (pensando):
Ela finalmente chegou… mais perto do que imaginava. Estranho sentir que algo me incomoda sem sequer ter trocado uma palavra direta com ela ainda.
SN colocou seu café sobre a mesa e respirou fundo, encarando o ambiente, tentando ignorar o calor repentino no rosto.
📱 SN:
“Então… estamos aqui.”
📱 Kang Minseok:
“Sim. Aproveite a vista do segundo andar.”
O diálogo era mínimo, mas carregado de tensão. Cada um mantinha sua postura, medindo as palavras, os gestos e a respiração. O aroma do café, o brilho suave da tarde e a proximidade silenciosa criavam uma atmosfera estranha, uma mistura de nervosismo e curiosidade que nenhum dos dois conseguia ignorar.
SN (pensando):
Ele é tão frio, mas estar aqui… tão perto… sinto que algo vai mudar.
Kang Minseok (pensando):
Ela é jovem, indefesa talvez… mas há algo nela que me prende. Preciso entender o motivo.
A cafeteria os envolvia com sua calma elegante, mas para eles, o mundo parecia ter parado. Dois estranhos, conectados por um número no celular, ainda sem saber que estavam ligados para sempre por um contrato silencioso, dividindo o mesmo espaço e o mesmo café, sem coragem de trocar olhares diretos.
O som dos passos ecoava pelo corredor da cafeteria. SN respirava fundo, o coração disparado. Seus dedos seguravam firmemente o celular. Ela precisava ter certeza: o homem sentado na mesa do segundo andar era realmente o seu marido ou apenas o chefe misterioso que ela conhecia de mensagens?
SN (pensando):
Se for ele… Kang Minseok… meu marido… Eu não posso recuar agora. Preciso subir.
Ela correu pelas escadas, os saltos batendo suavemente no chão de madeira, quase perdendo o equilíbrio, mas mantendo a determinação. Ao chegar ao topo da escada, seus olhos se encontraram com os de Minseok. O choque foi instantâneo. Ambos congelaram, encarando-se sem palavras.
O ar parecia pesado, carregado de uma mistura de surpresa e incredulidade. SN agarrou o celular e ligou para o número salvo com o nome “Marido Misterioso”.
📱 SN:
“Oi… eu tô subindo, ok?”
Minseok respirou fundo, tentando manter o controle, mas o olhar fixo dela o perturbava mais do que queria admitir.
📱 Kang Minseok (pensando):
Então… ela é realmente ela. SN… minha esposa. E eu nunca imaginei que iria encará-la assim, tão de repente.
Ela subiu e finalmente sentou-se à mesa em frente a ele. O café ainda fumegava, o aroma preenchendo o espaço entre os dois. Minseok franziu a testa e cruzou os braços.
— Que palhaçada é essa, SN? — disse ele, com a voz fria, quase cortante. — Eu tô esperando uma pessoa importante. Você devia estar trabalhando.
SN (pensando):
Como eu explico agora? Ele vai me mandar embora… ou pior… vai pensar que eu sou insana.
📱 SN:
“Na verdade… eu não sei como contar isso pra você.”
Minseok arqueou uma sobrancelha, o olhar intenso.
— Explicar o quê? — perguntou, a voz firme, quase desafiadora.
SN respirou fundo e enviou um áudio. Suas mãos tremiam levemente, mas sua voz estava decidida.
📱 Áudio SN:
“Eu sei… você provavelmente não vai aceitar isso… mas… eu… você é meu marido. Eu peguei a certidão de casamento, assinei o contrato… Eu não li cada detalhe, ficou guardado, mas… é real. Nós somos casados.”
Minseok segurou o celular, sentindo o peso daquilo tudo. Um silêncio pesado caiu sobre a mesa. Ele permaneceu imóvel, os olhos fixos nela, tentando processar cada palavra.
Kang Minseok (pensando):
Casados? Ela… ela realmente não sabia… mas ainda assim, tem coragem de me encarar assim… e ainda envia um áudio como se tudo fosse normal? Estranho. Muito estranho… mas de algum jeito… eu não consigo recuar.
Ele respirou fundo e falou, a voz fria ainda carregada de intensidade:
— Você… é minha esposa. Mesmo sem saber, mesmo sem me conhecer direito, você tem a audácia de me dizer isso como se fosse simples?
SN engoliu em seco, o rosto levemente vermelho, mas mantendo a postura.
— Eu sei… é estranho… eu não queria que fosse assim… mas eu precisava que você soubesse. Eu não podia continuar escondendo. Eu precisava… precisava ser honesta com você.
Minseok estudou cada gesto, cada expressão dela. O choque ainda pairava, mas algo começou a mudar dentro dele: uma mistura de curiosidade e uma estranha admiração pela coragem dela.
— Então… — ele disse devagar — você é a garota que assinou meu contrato sem nem ler a certidão… e agora senta aqui como se nada tivesse acontecido.
SN respirou fundo, as mãos entrelaçadas sobre a mesa.
— Sim… sou eu. Não queria enganar você. Eu só… não sabia que era o meu marido. Eu só precisava que você soubesse agora.
Minseok inclinou-se ligeiramente para frente, o olhar penetrante. O silêncio entre eles falava mais do que qualquer palavra. Ambos estavam conscientes de que algo importante começava ali, algo que nenhum dos dois podia ignorar.
SN (pensando):
Ele é tão frio… e ao mesmo tempo… meu coração não para de acelerar. Eu realmente estou diante do meu marido, e nunca imaginei que seria assim… tão intenso.
Kang Minseok (pensando):
Ela é minha esposa… e eu nunca imaginei que sentiria tanta curiosidade por alguém tão jovem, tão… inesperada. Ela é minha responsabilidade agora. Mas mais que isso… eu quero entender essa garota que ousou me encarar assim.
O café continuava fumegando, o mundo ao redor desaparecia, e por alguns segundos, apenas eles existiam ali — chocados, tensos, e estranhamente conectados pelo contrato que os unia silenciosamente.
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Atualizado até capítulo 52
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