Kang Minseok, ainda sentado atrás de sua enorme mesa de madeira escura, apoiou os dedos no queixo, lembrando-se do momento em que a garota havia caído em cima dele mais cedo. Os olhos dele se estreitaram e, com a voz baixa e gelada, chamou o secretário:
— Traga aquela garota até mim… a que tropeçou em mim.
O secretário, sempre respeitoso, se curvou e saiu da sala sem questionar.
No escritório de SN…
SN estava concentrada em alguns relatórios, rabiscando também em seu caderno de anotações pessoais, quando ouviu baterem na porta. Ao abrir, ficou em choque ao ver quem estava ali.
— O… o senhor é o secretário do meu marido. O que faz aqui? — perguntou SN, confusa e com os olhos arregalados.
O secretário, rápido em sua mentira, respondeu com calma:
— Minha irmã trabalha no último andar. Ela pediu que eu viesse trazer comida para ela.
SN relaxou, acreditando nas palavras dele, e sorriu de forma tímida:
— Ah… entendi. Desculpe minha reação. Então… o que o senhor queria falar comigo?
O secretário, mantendo a farsa, completou:
— Na verdade, minha irmã pediu que você levasse o café para o CEO.
SN piscou algumas vezes, nervosa, mas assentiu:
— É claro… eu vou levar o café. Só me deixe terminar de escrever uma coisa no meu caderno.
Ela fechou o diário com cuidado e foi até a cafeteria. Minutos depois, SN caminhava pelo corredor, um pouco atrapalhada, equilibrando a bandeja com o café recém-preparado.
Na sala do CEO…
SN entrou devagar, o coração acelerado. Colocou a xícara sobre a mesa e, distraída, deixou cair sem perceber seu diário de capa clara, onde havia colocado também um pequeno cartão vermelho dobrado.
Kang Minseok ergueu os olhos dela e, com voz fria e impaciente, questionou:
— Por que demorou tanto com o café?
SN se apressou em responder, corando de nervoso:
— Me desculpe… eu…
Ele ergueu a mão, cortando a explicação dela.
— Está bem. Pode sair. Mais tarde, vou precisar de você.
— Sim, senhor. — SN respondeu, se curvando e deixando a sala.
Minseok pegou a xícara, deu um gole e, pela primeira vez, murmurou para si mesmo:
— Nada mal… o café está gostoso.
Mas, quando ia se concentrar no trabalho, algo chamou sua atenção: o diário caído no chão.
O diário e o cartão vermelho
Minseok se abaixou, pegou o caderno e percebeu que dentro havia um cartão vermelho com uma pequena mensagem escrita à mão. Movido pela curiosidade, abriu.
"Para meu marido… mesmo sem te conhecer, penso em como será nosso futuro. Sinto medo, mas também esperança. Talvez você seja frio… talvez nunca me olhe com carinho… mas ainda assim, prometo ser forte e cumprir o papel de esposa."
Os olhos dele se arregalaram levemente ao ler as palavras sinceras. Pela primeira vez, algo atravessou sua frieza: choque, curiosidade e um peso no peito que não sabia explicar.
Ele fechou o cartão e olhou para o nome assinado: “SN”.
— Então… era ela. — murmurou.
O encontro interrompido pelo avô
Minseok caminhou até o escritório de SN, encontrando-a distraída no computador. Ficou parado por um instante, observando-a, antes que a porta se abrisse de repente.
— Minseok, o que aconteceu? — perguntou seu avô, entrando com expressão preocupada.
Rapidamente, Minseok disfarçou e respondeu:
— Nada, vovô. Eu só estava verificando algo.
Ele se aproximou, ajudou o idoso a se sentar e completou com calma:
— Vou pedir para o motorista levá-lo até seu apartamento. O senhor precisa descansar.
O avô assentiu, mas lançou um olhar curioso entre o neto e a jovem que estava na sala.
Enquanto isso, Minseok discretamente guardava o cartão vermelho no bolso do paletó. Antes de sair, colocou o diário de SN sobre a mesa dela, dizendo em tom seco:
— Estava no chão do meu escritório. Não perca da próxima vez.
— Muito obrigada, senhor. — respondeu SN, inclinando a cabeça em respeito.
O telefonema da verdade
De volta ao seu escritório, Minseok pegou o celular e ligou para o secretário, sua voz cortante como gelo:
— Preciso de respostas. Você viu minha esposa quando foi ao cartório assinar o contrato no meu lugar, não foi?
Do outro lado da linha, o secretário hesitou, mas respondeu:
— Sim, senhor. Eu a vi.
— Então me diga… — Minseok apertou os olhos, com o olhar fixo no horizonte — qual a idade dela?
O secretário respirou fundo antes de falar com firmeza:
— Senhor, sua esposa tem apenas 17 anos.
Minseok fechou os olhos, o silêncio preenchendo a sala. O cartão vermelho em seu bolso parecia pesar mais do que ouro, e a voz do avô ecoava em sua mente: “Quando vai conhecer sua esposa, Minseok?”
Pela primeira vez, o homem frio sentiu que o contrato assinado não era apenas um jogo de negócios — mas algo que mexia perigosamente com seu coração.
SN acordou cedo naquele dia, mas não conseguia se concentrar no trabalho. Desde que ajudou o idoso simpático no prédio da empresa, algo dentro dela a dizia que precisava revê-lo. Então, pouco antes do almoço, tomou coragem e pegou o elevador até o último andar.
Assim que chegou, se aproximou da secretária do CEO.
— Com licença… eu queria saber se o senhor idoso, que esteve aqui outro dia, ainda está por aqui. — perguntou, a voz suave, quase tímida.
A secretária levantou os olhos do computador e sorriu gentilmente.
— Ah, você de novo. Ele já saiu, mas pediu para deixar um recado: disse que voltará em breve e que vai buscá-la para almoçar.
SN arregalou os olhos, surpresa.
— Ele… ele disse isso? — murmurou, tocando o peito com a mão, sentindo o coração disparar.
A secretária apenas confirmou com a cabeça e voltou ao trabalho.
SN, ainda nervosa, entrou no elevador para retornar ao seu andar. Mas o destino parecia gostar de brincar com ela: assim que as portas se abriram, ela tropeçou e caiu novamente.
Dessa vez, em cima do CEO.
— A… ai meu Deus! — SN pensou, desesperada. — Pronto, agora eu vou ser demitida de vez.
Kang Minseok a segurou pelos braços com firmeza. O olhar dele era sério, penetrante, frio como sempre. Mas, em vez de uma bronca ou um comentário cruel, suas palavras foram inesperadas:
— Toma mais cuidado. Não quero que se machuque.
SN ficou paralisada, vermelha até as orelhas.
— S-sim, senhor… me desculpe… — murmurou, fugindo com passos apressados.
De volta à sua sala, se jogou na cadeira, cobrindo o rosto com as mãos.
— Que vergonha… duas vezes já. Ele deve me achar a funcionária mais desastrada do planeta. — pensou, mordendo o lábio.
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Alguns dias depois…
O tempo passou e o final de semana chegou. SN aproveitou para passar tempo em casa com o pai, mas a cena com o CEO não saía da sua mente. Durante o café da manhã, entre uma colherada e outra, decidiu abrir o coração:
— Appa… — começou, olhando para o pai com hesitação. — Aconteceu algo estranho na empresa.
— O que foi, filha? — o pai perguntou, colocando o jornal de lado.
SN suspirou fundo:
— Eu… acabei tropeçando duas vezes no CEO. Duas vezes, appa! Cai em cima dele como uma idiota.
O pai não conteve o riso e balançou a cabeça, tentando acalmá-la.
— Filha, relaxa. Essas coisas acontecem. O importante é que você está bem.
SN bufou, mas sorriu levemente com o jeito despreocupado do pai. No entanto, o que ele disse em seguida fez seu coração parar por alguns segundos.
— Aliás… preciso te contar uma coisa. — o pai falou, olhando-a nos olhos. — Seu marido… está curioso para saber quem você é.
SN arregalou os olhos.
— O q-quê? Como assim?
— O secretário dele veio aqui ontem à noite, enquanto você dormia. Ele deixou isso para você. — respondeu o pai, tirando um pequeno cartão do bolso e entregando à filha. — É o contato dele.
SN segurou o cartão com as mãos trêmulas. Parecia um simples pedaço de papel, mas para ela, era como segurar um segredo proibido.
— Appa… — sussurrou, emocionada. — Obrigada.
— Só tenha cuidado, filha. — disse o pai, colocando a mão sobre a dela. — Eu sei que você é forte, mas ainda é muito jovem.
SN assentiu, com um sorriso doce. Mas quando voltou para seu quarto, ficou sozinha encarando o cartão.
O cartão misterioso
No cartão havia apenas um número, escrito de forma simples, e ao lado o símbolo do Kakaotalk.
SN pegou o celular, respirou fundo e salvou o contato. Não quis colocar apenas “marido”. Escreveu devagar, mordendo o lábio, até ficar assim:
“Marido Misterioso 💌”
Ela ficou minutos olhando para a tela, os dedos tremendo. Várias vezes começou a digitar uma mensagem e apagava logo em seguida.
— E se ele não responder? E se for frio comigo, igual é com todo mundo? — pensou, nervosa.
Mas a coragem venceu o medo. Com o coração acelerado, digitou:
"Olá… aqui é a SN. Sei que talvez eu não devesse mandar mensagem, mas recebi o seu contato. Queria agradecer pelo cartão de crédito… ele tem me ajudado. Também queria dizer que estou trabalhando na empresa do grupo, e… sinceramente, o chefe tem sido muito frio comigo. Às vezes sinto que ele me odeia."
SN fechou os olhos, respirou fundo e apertou enviar. O som da mensagem ecoou no silêncio do quarto.
Por alguns segundos, nada aconteceu. SN quase jogou o celular longe, envergonhada. Mas então, a tela acendeu.
O status mudou.
Marido Misterioso está digitando…
O coração de SN quase saiu pela boca. Cada segundo parecia uma eternidade.
O que ele iria responder?
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Atualizado até capítulo 52
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