Capítulo 3 – As Palavras que Criam

O espelho consertado e a cena repetida na rua não saíam da mente de Léo.

Ele não sabia se ria, se tinha medo, ou se simplesmente aceitava.

Tudo estava indo rápido demais.

Naquela noite, depois de um dia inteiro perdido em pensamentos, Léo voltou ao seu ritual. Fechou a janela, apagou a luz, deixou apenas a luminária baixa sobre a mesa.

Pegou o caderno, o isqueiro e um novo baseado.

— Hoje quero respostas — disse em voz baixa, como quem fala com alguém invisível.

Tragou fundo, fechou os olhos, e esperou o turbilhão chegar.

A fumaça o envolveu como um manto, e logo as ideias começaram a brotar.

Mas, dessa vez, não veio uma frase pronta como antes. Veio uma sensação. Algo vibrando na boca, na garganta, como se cada palavra dita carregasse um peso que nunca tinha notado.

E então, como um raio, a filosofia se formou:

“As palavras não descrevem o mundo. As palavras criam o mundo.”

Ele se assustou. Abriu os olhos, olhou ao redor da sala.

— Criam? Como assim criam?

A ideia latejou mais forte:

Quando você diz “a vida é dura”, a vida se torna dura.

Quando você diz “eu sou fraco”, você enfraquece.

Quando você diz “eu posso”, o mundo abre espaço.

Pegou o caderno, escreveu apressado, quase rasgando as folhas:

> Filosofia da Noite 3: As palavras criam o mundo.

Léo levantou-se, andou pela sala como um pregador em transe.

— Então… se eu disser que amanhã vai chover, talvez chova?

Se eu disser que alguém vai sorrir, talvez sorria?

O pensamento lhe pareceu ao mesmo tempo assustador e embriagante.

As palavras como feitiços. Cada frase, uma semente no solo da realidade.

Falou em voz alta:

— Amanhã, eu vou encontrar uma nota de cinquenta reais na rua.

Sorriu de si mesmo. Era ridículo. Era só a viagem da fumaça. Mas, no fundo, acreditava. Uma parte dele acreditava.

Naquela madrugada, dormiu com a sensação de que sua boca carregava mais poder do que imaginava.

---

Amanheceu.

O dia parecia comum. O mesmo caminho até o trabalho, a mesma esquina, as mesmas pessoas apressadas.

Mas no meio do trajeto, algo aconteceu.

Na calçada, perto de uma banca de jornal, o vento soprou um papel contra sua perna. Ele olhou para baixo, irritado, pensando que fosse lixo.

Não era.

Era uma nota. Uma nota de cinquenta reais, dobrada, um pouco suja, mas real.

Léo ficou parado, atônito, com a nota na mão. Sentiu o mundo girar ao redor.

Ninguém veio reclamar. Ninguém parecia notar.

Era dele.

Engoliu seco.

Na noite anterior, ele havia falado aquelas palavras quase como uma piada. E agora estavam ali, materializadas na palma da mão.

O coração bateu forte.

Era verdade. As palavras criavam.

No caminho até o trabalho, não conseguiu pensar em outra coisa.

E pela primeira vez em muito tempo, sentiu medo.

Não era mais coincidência.

Não era só uma viagem.

Algo estava acontecendo.

E uma pergunta ecoava, insistente, em sua mente:

“Se minhas palavras podem criar… o que acontecerá quando eu perder o controle delas?”

Capítulos
1 Capítulo 1 – A Primeira Tragada
2 Capítulo 2 – O Sussurro da Noite
3 Capítulo 3 – As Palavras que Criam
4 Capítulo 4 – O Peso do que se Diz
5 Capítulo 5 – A Primeira Tentativa
6 Capítulo 6 – O Pedido Maior
7 Capítulo 7 – O Poder do Próximo
8 Capítulo 8 – O Impacto da Intimidade
9 Capítulo 9 – O Efeito Inesperado
10 Capítulo 10 – Palavras que Atraem
11 Capítulo 11 – Conexões Delicadas
12 Capítulo 12 – Ecos de Harmonia
13 Capítulo 13 – O Desafio da Cidade
14 Capítulo 14 – O Turbilhão Invisível
15 Capítulo 15 – O Limite Invisível
16 Capítulo 16 – A Brisa do Caos
17 Capítulo 17 – O Estranho no Caos
18 Capítulo 18 – Sob a Luz da Noite
19 Capítulo 19 – A Captura
20 Capítulo 20 – Palavras que Libertam
21 Capítulo 21 – A Madrugada Roubada
22 Capítulo 22 – A Visão Celestial
23 Capítulo 23 – Estratégia e Palavras
24 Capítulo 24 – Sabedoria Divina e Desafios
25 Capítulo 25 – Caminho de Fogo e Escuridão
26 Capítulo 26 – O Encontro e a Fuga Celestial
27 Capítulo 27 – A Perseguição e o Refúgio
28 Capítulo 28 – A Marca da Perdição
29 Capítulo 29 – As Duas Testemunhas
30 Capítulo 30 – A Ofensiva Contra as Testemunhas
31 Capítulo 31 – O Refúgio nas Montanhas
32 Capítulo 32 – O Refúgio e o Amor em Meio à Perseguição
33 Capítulo 33 – A Noite das Feras e Drones
34 Capítulo 34 – O Cerco da Fome
35 Capítulo 35 – A Visão da Brisa
36 Capítulo 36 – O Espetáculo das Trevas
Capítulos

Atualizado até capítulo 36

1
Capítulo 1 – A Primeira Tragada
2
Capítulo 2 – O Sussurro da Noite
3
Capítulo 3 – As Palavras que Criam
4
Capítulo 4 – O Peso do que se Diz
5
Capítulo 5 – A Primeira Tentativa
6
Capítulo 6 – O Pedido Maior
7
Capítulo 7 – O Poder do Próximo
8
Capítulo 8 – O Impacto da Intimidade
9
Capítulo 9 – O Efeito Inesperado
10
Capítulo 10 – Palavras que Atraem
11
Capítulo 11 – Conexões Delicadas
12
Capítulo 12 – Ecos de Harmonia
13
Capítulo 13 – O Desafio da Cidade
14
Capítulo 14 – O Turbilhão Invisível
15
Capítulo 15 – O Limite Invisível
16
Capítulo 16 – A Brisa do Caos
17
Capítulo 17 – O Estranho no Caos
18
Capítulo 18 – Sob a Luz da Noite
19
Capítulo 19 – A Captura
20
Capítulo 20 – Palavras que Libertam
21
Capítulo 21 – A Madrugada Roubada
22
Capítulo 22 – A Visão Celestial
23
Capítulo 23 – Estratégia e Palavras
24
Capítulo 24 – Sabedoria Divina e Desafios
25
Capítulo 25 – Caminho de Fogo e Escuridão
26
Capítulo 26 – O Encontro e a Fuga Celestial
27
Capítulo 27 – A Perseguição e o Refúgio
28
Capítulo 28 – A Marca da Perdição
29
Capítulo 29 – As Duas Testemunhas
30
Capítulo 30 – A Ofensiva Contra as Testemunhas
31
Capítulo 31 – O Refúgio nas Montanhas
32
Capítulo 32 – O Refúgio e o Amor em Meio à Perseguição
33
Capítulo 33 – A Noite das Feras e Drones
34
Capítulo 34 – O Cerco da Fome
35
Capítulo 35 – A Visão da Brisa
36
Capítulo 36 – O Espetáculo das Trevas

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