Capítulo 2 – O Sussurro da Noite

Aquele espelho sem rachadura ainda estava na cabeça de Léo. Ele passava pelo quarto a cada minuto como quem verifica se um sonho ainda é real.

Não havia explicação. Ele se lembrava claramente: a rachadura cortava o reflexo em duas metades desiguais, como se sua própria imagem tivesse sido partida em pedaços. E agora estava ali, liso, perfeito, refletindo sua figura sem falhas.

No trabalho, passou o dia distraído. Respondia mecanicamente às perguntas do chefe, digitava relatórios sem alma e só pensava na noite anterior.

"Será possível?" — repetia em silêncio.

Quando voltou para casa, o sol já havia se escondido e a cidade brilhava em seus reflexos artificiais. As ruas eram um mosaico de luzes e sombras. Léo olhou para o céu escuro e respirou fundo: aquela noite seria diferente.

Ele não resistiu. Acendeu outro baseado.

A fumaça se espalhou pela sala e, com ela, veio aquela sensação conhecida: os sons se ampliaram, o tempo pareceu se esticar, as cores ganharam uma vibração nova.

Mas não era apenas sensação: sua mente se abria como uma janela para algo maior.

De repente, um pensamento tomou forma, claro como se alguém tivesse sussurrado em seu ouvido:

“O tempo não é uma linha. O tempo é um círculo.”

A frase ecoou em sua mente como sinos. Ele riu sozinho, mas logo o riso parou.

— Um círculo… então nada começa, nada termina. Tudo retorna.

Pegou o caderno e escreveu com letras grandes:

> Filosofia da Noite 2: O tempo não é linha. O tempo é círculo.

E então, sua mente viajou.

Se o tempo fosse círculo, então todos os erros se repetiriam. Todas as vitórias também. Cada gesto de agora já teria acontecido e aconteceria de novo. A vida seria uma dança em looping infinito, cada passo já coreografado pela eternidade.

Léo encostou a cabeça na poltrona, o baseado queimando lento entre seus dedos.

— Talvez seja por isso que tenho a sensação de já ter vivido algumas coisas — murmurou. — Déjà vu não é ilusão. É só a lembrança do círculo.

Naquela madrugada, escreveu páginas e mais páginas. Imaginou que, se o tempo realmente fosse um círculo, ele poderia se antecipar, repetir escolhas melhores, corrigir o que já sabia que iria errar.

Quando o sono o venceu, fechou o caderno como quem guarda um tesouro.

---

Na manhã seguinte, a primeira evidência apareceu.

Léo saiu para trabalhar, atravessando a mesma esquina que cruzava todos os dias. E ali, diante da padaria, parou.

Um menino deixou cair uma bola vermelha. Um cachorro correu atrás. A dona do cachorro gritou, tropeçou e quase derrubou a sacola de pães.

Ele congelou.

A cena era idêntica a um déjà vu que lembrava de meses atrás. Não apenas parecida — era a mesma, como se tivesse sido repetida quadro a quadro.

Léo ficou sem ar. O coração acelerou.

A filosofia da noite anterior estava diante dele, viva: o tempo era um círculo, e ele acabara de sentir a dobra.

Não era mais só o espelho.

Agora, a própria vida estava se repetindo.

E no fundo da mente, um sussurro o provocava:

“Se o tempo é círculo… será que posso aprender a caminhar fora dele?”

Capítulos
1 Capítulo 1 – A Primeira Tragada
2 Capítulo 2 – O Sussurro da Noite
3 Capítulo 3 – As Palavras que Criam
4 Capítulo 4 – O Peso do que se Diz
5 Capítulo 5 – A Primeira Tentativa
6 Capítulo 6 – O Pedido Maior
7 Capítulo 7 – O Poder do Próximo
8 Capítulo 8 – O Impacto da Intimidade
9 Capítulo 9 – O Efeito Inesperado
10 Capítulo 10 – Palavras que Atraem
11 Capítulo 11 – Conexões Delicadas
12 Capítulo 12 – Ecos de Harmonia
13 Capítulo 13 – O Desafio da Cidade
14 Capítulo 14 – O Turbilhão Invisível
15 Capítulo 15 – O Limite Invisível
16 Capítulo 16 – A Brisa do Caos
17 Capítulo 17 – O Estranho no Caos
18 Capítulo 18 – Sob a Luz da Noite
19 Capítulo 19 – A Captura
20 Capítulo 20 – Palavras que Libertam
21 Capítulo 21 – A Madrugada Roubada
22 Capítulo 22 – A Visão Celestial
23 Capítulo 23 – Estratégia e Palavras
24 Capítulo 24 – Sabedoria Divina e Desafios
25 Capítulo 25 – Caminho de Fogo e Escuridão
26 Capítulo 26 – O Encontro e a Fuga Celestial
27 Capítulo 27 – A Perseguição e o Refúgio
28 Capítulo 28 – A Marca da Perdição
29 Capítulo 29 – As Duas Testemunhas
30 Capítulo 30 – A Ofensiva Contra as Testemunhas
31 Capítulo 31 – O Refúgio nas Montanhas
32 Capítulo 32 – O Refúgio e o Amor em Meio à Perseguição
33 Capítulo 33 – A Noite das Feras e Drones
34 Capítulo 34 – O Cerco da Fome
35 Capítulo 35 – A Visão da Brisa
36 Capítulo 36 – O Espetáculo das Trevas
Capítulos

Atualizado até capítulo 36

1
Capítulo 1 – A Primeira Tragada
2
Capítulo 2 – O Sussurro da Noite
3
Capítulo 3 – As Palavras que Criam
4
Capítulo 4 – O Peso do que se Diz
5
Capítulo 5 – A Primeira Tentativa
6
Capítulo 6 – O Pedido Maior
7
Capítulo 7 – O Poder do Próximo
8
Capítulo 8 – O Impacto da Intimidade
9
Capítulo 9 – O Efeito Inesperado
10
Capítulo 10 – Palavras que Atraem
11
Capítulo 11 – Conexões Delicadas
12
Capítulo 12 – Ecos de Harmonia
13
Capítulo 13 – O Desafio da Cidade
14
Capítulo 14 – O Turbilhão Invisível
15
Capítulo 15 – O Limite Invisível
16
Capítulo 16 – A Brisa do Caos
17
Capítulo 17 – O Estranho no Caos
18
Capítulo 18 – Sob a Luz da Noite
19
Capítulo 19 – A Captura
20
Capítulo 20 – Palavras que Libertam
21
Capítulo 21 – A Madrugada Roubada
22
Capítulo 22 – A Visão Celestial
23
Capítulo 23 – Estratégia e Palavras
24
Capítulo 24 – Sabedoria Divina e Desafios
25
Capítulo 25 – Caminho de Fogo e Escuridão
26
Capítulo 26 – O Encontro e a Fuga Celestial
27
Capítulo 27 – A Perseguição e o Refúgio
28
Capítulo 28 – A Marca da Perdição
29
Capítulo 29 – As Duas Testemunhas
30
Capítulo 30 – A Ofensiva Contra as Testemunhas
31
Capítulo 31 – O Refúgio nas Montanhas
32
Capítulo 32 – O Refúgio e o Amor em Meio à Perseguição
33
Capítulo 33 – A Noite das Feras e Drones
34
Capítulo 34 – O Cerco da Fome
35
Capítulo 35 – A Visão da Brisa
36
Capítulo 36 – O Espetáculo das Trevas

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