Capítulo 3 – Segredos na Brisa Noturna

POV: Mark

Três da manhã. Qualquer pessoa normal estaria na cama, talvez arrependida das decisões tomadas durante a noite. Mas nós? Estamos no meio da areia, com caixas de som berrando e uma fogueira improvisada feita pelo Win (que claramente não sabe acender fogo, mas merece pontos pela tentativa).

— Não acredito que vocês trouxeram Lia nisso — digo, enquanto Ren tenta equilibrar ela no ombro como se fosse uma criança hiperativa.

— Ela não quis dormir. — Ele dá de ombros. — E eu também não podia deixar ela sozinha.

— Então trouxe pro paraíso do caos? Inteligente, príncipe. — Dou um sorriso torto.

Ren não responde, porque tá ocupado rindo da Lia cantar algo no microfone imaginário. Ela é a energia pura da noite, mesmo depois de litros de álcool. E eu… eu tento não pensar demais no quanto esse cara é perfeito até carregando a namorada bêbada sem reclamar.

A galera se espalha: Jo pega o violão (vai tocar mal, mas ninguém liga), Nan já tá abrindo outra garrafa, e eu puxo Ren pra perto da fogueira.

— Vai querer o quê? — pergunto, chacoalhando duas garrafas na mão.

— Água.

— Água é pra covardes. — Entrego uma cerveja. Ele me encara. — Relaxe, é sem álcool. Não vou te derrubar hoje.

Ele pega, resmunga qualquer coisa e senta. Eu sento do lado, porque, bom… sempre sento do lado.

---

Lia aparece de repente, jogando o corpo na areia como uma sereia fora d’água.

— Bora jogar alguma coisa! — ela grita.

— Não tô em clima de karaokê — Ren comenta, mas já sei que vai perder essa batalha.

— Nada de karaokê! — Lia sorri, diabólica. — Jogo da Verdade, versão praia!

— Isso existe? — Ren pergunta.

— Vai existir agora! — Ela ergue o celular, ligando a lanterna pra iluminar o círculo. — Cada um pergunta, ninguém pode mentir. Quem mentir… — ela olha pro mar com um sorriso suspeito — …vai dar um mergulho de roupa.

A galera vibra, claro. Porque todo mundo ama ver gente pagando mico. Eu amo ver Ren tentando fugir disso.

— Começa você, Mark! — Lia aponta.

Sorrio. Isso vai ser divertido.

— Ok… Ren, pergunta básica: qual foi a primeira impressão que teve de mim?

Ele revira os olhos.

— Que você falava demais.

— Injusto. Eu falo o necessário para manter a vida interessante.

Ele ri. Um som rápido, mas que bate no meu peito como foguete.

A rodada continua, risadas, respostas idiotas. Até que Lia vira pra mim, olhos brilhando:

— Minha vez! Mark, você já se apaixonou por alguém do grupo?

A pergunta cai como uma bomba. A roda inteira grita, todo mundo esperando meu show.

— Talvez. — Dou um sorriso lento. — Mas segredo é segredo, Lia.

— Mentira! — ela grita. — Mergulho!

— Eu nunca minto. Só não conto tudo. — Jogo um beijo no ar e me levanto. — Mas adoro um banho.

Vou até a água, rindo com as vaias atrás. Quando mergulho, a água gelada me acorda, mas não lava nada do que sinto. Nem nunca vai.

---

De volta à fogueira, Lia já tá deitada na areia, mandando emojis aleatórios pra alguém no celular. Ren olha por cima, curioso, mas ela vira rápido, rindo sozinha. Estranho.

Quando a roda esfria, a galera começa a fazer apostas bobas: quem consegue correr até a água e voltar sem cair, quem faz mais flexões bêbado… essas coisas idiotas que adoro. Em uma delas, Lia grita:

— Ren contra Mark! Quem perder carrega o outro até o carro!

— Eu não entrei nisso — Ren protesta.

— Entrou sim! — Eu sorrio. — Bora, príncipe. Não vai me decepcionar.

Ele resmunga, mas levanta. Corrida até a beira da água. Fácil. Ou seria… se eu não tivesse deixado ele ganhar. Porque ver Ren rindo, comemorando vitória, vale mais que qualquer aposta.

— Anda, gigante — ele provoca. — Pro carro!

Eu suspiro teatralmente e me abaixei.

— Sobe então. Mas só porque sou um cavalheiro.

Ele hesita, mas acaba subindo nas minhas costas. E é oficial: vou morrer hoje. Não por causa do peso. Mas porque nada nunca me deixou tão vivo e tão quebrado ao mesmo tempo.

---

POV: Ren

Mark é maluco. Essa é a única explicação. Quem deixa alguém subir nas costas às quatro da manhã depois de uma noite dessas? Mas ele faz isso como se fosse natural. Como se carregar um amigo fosse só mais uma piada pra contar.

— Confortável aí, majestade? — ele pergunta, andando pela areia.

— Anda logo, antes que eu caia e quebre a coluna.

Ele ri, aquele riso alto que sempre chama atenção. E eu tento ignorar a estranha sensação de que… sei lá. É bom. Bom demais.

Sacudo a cabeça, porque isso não faz sentido. Tenho a Lia. E ela tá logo atrás, rindo, filmando tudo.

— Isso vai pro meu story! — ela grita.

— Deleta essa porcaria! — digo, mas já é tarde demais.

Quando chegamos no carro, Lia senta no banco de trás, ainda rindo, e pega o celular de novo. Tá digitando rápido, com um sorriso que não vi antes. Um sorriso… diferente.

— Quem é? — pergunto, curioso.

— Segredo — ela responde, sem me olhar. Depois bloqueia a tela e apoia a cabeça no vidro.

Estranho. Muito estranho.

No caminho, Mark liga a música e começa a cantar alto, desafinado de propósito. Eu rio, porque não dá pra não rir. E, por um instante, esqueço de tudo: da Lia estranha, da madrugada fria, de qualquer coisa além daquele idiota gritando meu nome no refrão errado.

Mas algo me diz que as coisas não vão continuar assim por muito tempo.

---

Chegamos no prédio da Lia. Ela sobe cambaleando, e eu vou atrás pra ajudar. No meio da escada, ouço ela sussurrar, rindo baixinho:

— Amanhã… vou te ver, tá?

Olho em volta. Ela tá sozinha. E a voz dela… suave demais.

— Lia? — chamo.

— Nada, amor — ela responde rápido, com um sorriso estranho. — Só falando sozinha.

Mas quando chegamos na porta, o celular vibra. E eu vejo na tela, por um segundo:

> “Não vejo a hora de amanhã, Ploy 💕”

Ploy? Quem é Ploy?

Capítulos
1 Capítulo 1 – Um Drink Inocente… ou Não?
2 Capítulo 2 – After Caótico e Apostas Perigosas
3 Capítulo 3 – Segredos na Brisa Noturna
4 Capítulo 4 – Notas Fora do Tom
5 Capítulo 5 – Entre Linhas e Silêncios
6 Capítulo 6 – Churrasco, Mentiras e Olhares
7 Capítulo 7 – Linhas Tênues
8 Capítulo 8 – Entre Filmes e Verdades Não Ditass
9 Capítulo 9 – Silêncios que Dizem Tudo
10 Capítulo 10 – Quando Tudo Começa a Sair do Controle
11 Capítulo 11 – Verdades Rachando
12 Capítulo 12 – Manhãs Nunca Foram Tão Perigosas
13 Capítulo 13 – Tudo Que Você Não Devia
14 Capítulo 14 – Quebra de Limites
15 Capítulo 15 — Intervalos
16 Capítulo 16 – Rastros do Fim
17 Capítulo 17 – Linhas que Não Dá pra Desfazer
18 Capítulo 18 – No Limite
19 Capítulo 19 – Amanhecer Estranho
20 Capítulo 20 – Entre o Café e o Silêncio
21 Capítulo 21 – Entre Piadas e Silêncios
22 Capítulo 22 – Colisões
23 Capítulo 23 – Caos no Caminho
24 Capítulo 24 – Manhãs Não Mentem
25 Capítulo 25 – Entre o Silêncio e a Pele
26 Capítulo 26 – Pontes e Linhas
27 Capítulo 27 – Nada Como Antes
28 Capítulo 28 – Horas Mortas
29 Capítulo 29 – Estradas e Silêncios
30 Capítulo 30 – Dois Metros e um Mundo
31 Capítulo 31 – Jogos Perigosos
32 Capítulo 32 – Linhas Tênues
33 Capítulo 33 – Rastro d’Água
34 Capítulo 34 – Silêncios e Sinais
35 Capítulo 35 – Entre Gole e Risada
36 Capítulo 36 – Linha Cruzada
37 Capítulo 37 – Risco na Linha
38 Capítulo 38 – Quando o Mundo Aperta
39 Capítulo 39 – Entre Olhares e Linhas Invisíveis
40 Capítulo 40 – Porta Entreaberta
41 Capítulo 41 – Depois do Incêndio
42 Capítulo 42 – Linhas Invisíveis
43 Capítulo 43 – Entre Ferramentas e Verdades
44 Capítulo 44 — Tudo queimando, tudo nosso
45 Capítulo 45 — Silêncio Cheio
46 Capítulo 46 – Entre Verdades e Silêncios
47 Capítulo 47 – O Gosto de Ficar
48 Capítulo 48 — Manhã de Nós
49 Capítulo 49 — Segredos Mal Guardados
50 Capítulo 50 — O Dia Seguinte
51 Capítulo 51 — Entre risos e provocações
52 Capítulo 52 — Segredo de Estado
53 Capítulo 53 — Distâncias curtas, medos longos
54 Capítulo 54 — Sete dias para caber no bolso
55 Capítulo 55 — De volta e mais perto
56 Capítulo 56 — Churrasco de Fofocas
57 Capítulo 57 — A Foto
58 Capítulo 58 — A Surpresa
59 Capítulo 59 — O Presente
60 Capítulo 60 — O Sempre
Capítulos

Atualizado até capítulo 60

1
Capítulo 1 – Um Drink Inocente… ou Não?
2
Capítulo 2 – After Caótico e Apostas Perigosas
3
Capítulo 3 – Segredos na Brisa Noturna
4
Capítulo 4 – Notas Fora do Tom
5
Capítulo 5 – Entre Linhas e Silêncios
6
Capítulo 6 – Churrasco, Mentiras e Olhares
7
Capítulo 7 – Linhas Tênues
8
Capítulo 8 – Entre Filmes e Verdades Não Ditass
9
Capítulo 9 – Silêncios que Dizem Tudo
10
Capítulo 10 – Quando Tudo Começa a Sair do Controle
11
Capítulo 11 – Verdades Rachando
12
Capítulo 12 – Manhãs Nunca Foram Tão Perigosas
13
Capítulo 13 – Tudo Que Você Não Devia
14
Capítulo 14 – Quebra de Limites
15
Capítulo 15 — Intervalos
16
Capítulo 16 – Rastros do Fim
17
Capítulo 17 – Linhas que Não Dá pra Desfazer
18
Capítulo 18 – No Limite
19
Capítulo 19 – Amanhecer Estranho
20
Capítulo 20 – Entre o Café e o Silêncio
21
Capítulo 21 – Entre Piadas e Silêncios
22
Capítulo 22 – Colisões
23
Capítulo 23 – Caos no Caminho
24
Capítulo 24 – Manhãs Não Mentem
25
Capítulo 25 – Entre o Silêncio e a Pele
26
Capítulo 26 – Pontes e Linhas
27
Capítulo 27 – Nada Como Antes
28
Capítulo 28 – Horas Mortas
29
Capítulo 29 – Estradas e Silêncios
30
Capítulo 30 – Dois Metros e um Mundo
31
Capítulo 31 – Jogos Perigosos
32
Capítulo 32 – Linhas Tênues
33
Capítulo 33 – Rastro d’Água
34
Capítulo 34 – Silêncios e Sinais
35
Capítulo 35 – Entre Gole e Risada
36
Capítulo 36 – Linha Cruzada
37
Capítulo 37 – Risco na Linha
38
Capítulo 38 – Quando o Mundo Aperta
39
Capítulo 39 – Entre Olhares e Linhas Invisíveis
40
Capítulo 40 – Porta Entreaberta
41
Capítulo 41 – Depois do Incêndio
42
Capítulo 42 – Linhas Invisíveis
43
Capítulo 43 – Entre Ferramentas e Verdades
44
Capítulo 44 — Tudo queimando, tudo nosso
45
Capítulo 45 — Silêncio Cheio
46
Capítulo 46 – Entre Verdades e Silêncios
47
Capítulo 47 – O Gosto de Ficar
48
Capítulo 48 — Manhã de Nós
49
Capítulo 49 — Segredos Mal Guardados
50
Capítulo 50 — O Dia Seguinte
51
Capítulo 51 — Entre risos e provocações
52
Capítulo 52 — Segredo de Estado
53
Capítulo 53 — Distâncias curtas, medos longos
54
Capítulo 54 — Sete dias para caber no bolso
55
Capítulo 55 — De volta e mais perto
56
Capítulo 56 — Churrasco de Fofocas
57
Capítulo 57 — A Foto
58
Capítulo 58 — A Surpresa
59
Capítulo 59 — O Presente
60
Capítulo 60 — O Sempre

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