Capítulo 2 – After Caótico e Apostas Perigosas

POV: Mark

Eu devia estar cansado e indo pra casa dormir como qualquer pessoa normal depois de uma balada de quatro horas. Mas a palavra “normal” nunca coube em mim. Nem no Ren. Por isso, quando a Lia grita:

— AFTER NA CASA DO JO! TODO MUNDO VEM!

Eu só sorrio e penso: perfeito. Mais tempo com ele.

O apartamento do Jo é uma zona de guerra. Gente jogada no sofá, música de rap tailandês misturado com pop ocidental, copos por todo lado. Lia entra como uma rainha do caos, arrasta Ren pela mão e some no meio da sala. Eu sigo atrás, claro, porque minha função nessa vida é salvar esse homem de situações ridículas.

Encontro os dois sentados no chão, perto de uma mesa cheia de snacks, quando Lia solta a bomba:

— Vamos brincar de Aposta Caótica!

— Isso existe? — Ren pergunta, sério demais pra quem já bebeu quatro drinks.

— Agora existe! — ela grita, batendo palmas. — Regras: a gente escolhe desafios, quem perder paga mico. Nada de fugir. Quem fugir… — ela olha pro Ren com um sorriso demoníaco — …paga prenda dupla.

— Não tô entrando nisso — Ren tenta, mas eu já tô jogando o braço sobre os ombros dele.

— Tá sim. — Dou um sorriso torto. — Não vai me deixar sozinho nessa, né?

Ele suspira. Eu venço. Sempre venço.

Primeira rodada é leve: Tee canta no microfone do karaokê, Nan dá um beijo na testa do Win, Lia faz uma imitação péssima de uma influenciadora famosa. Todo mundo ri, a energia tá perfeita. Até que alguém diz:

— Próximo é o Ren!

Ele escolhe “verdade”, óbvio.

— Qual foi a coisa mais vergonhosa que você já fez bêbado? — Jo pergunta.

Ren pensa, coça a nuca.

— Dancei em cima de uma mesa na faculdade.

— AAAAA — Lia berra. — Quero vídeo disso!

— Nunca vai ver — ele retruca, rindo.

E eu? Eu fico imaginando a cena. Ren, desinibido, dançando… Meu cérebro não precisava desse gatilho.

Quando a garrafa gira de novo, cai em mim.

— Desafio! — digo sem pensar.

Lia sorri como se tivesse ganhado na loteria.

— Quero que você… escolha alguém para sentar no seu colo e não saia até a próxima rodada.

A galera vibra. Eu rio. Fácil demais. Então viro pro Ren.

— Anda, príncipe. Faz as honras.

Ele arregala os olhos.

— Nem ferrando.

— Regras são regras — eu digo, fingindo inocência. — Ou prefere pagar prenda dupla?

Ele encara, hesita, e eu vejo a luta interna estampada no rosto. Por fim, resmunga:

— Idiota.

E senta. No meu colo.

Minha alma entra em combustão. Tento parecer relaxado, jogo os braços no encosto do sofá, mas cada músculo meu grita. Ren é quente. Pesado no jeito certo. E não faz ideia do que tá fazendo comigo.

— Confortável? — sussurro no ouvido dele, só pra ver a reação.

Ele me dá um olhar mortal.

— Cala a boca, Mark.

Sorrio. Vitória tem gosto de tequila.

---

POV: Ren

Por que eu aceito essas coisas? Por que eu continuo indo em festas com o Mark? Por que eu tô sentado no colo dele enquanto uma dúzia de pessoas grita “BEIJA! BEIJA!”?

— Não vai rolar! — aviso, tentando me levantar.

— Se sair, paga prenda dupla! — Lia lembra, rindo como uma maníaca.

Droga. Então fico. Mas cruzo os braços e olho pro nada, fingindo que isso não é estranho. Não é nada. É só um jogo idiota.

— Relaxa, príncipe — Mark diz no meu ouvido, voz baixa. — Eu não mordo.

Quase rio. Quase.

— Você é insuportável.

— E irresistível — ele retruca, com aquela confiança irritante.

A rodada segue, eu ainda no colo dele, tentando ignorar como as mãos dele descansam nas minhas pernas — nada demais, só casual. Certo? Certo.

Quando finalmente posso levantar, Lia inventa outro desafio:

— Quem perder a próxima, dá um selinho em alguém à escolha do grupo!

A galera grita, animada. Eu já sei que vou me arrepender.

---

Duas horas depois, o Jo tá dormindo no corredor, o Win cantando sozinho no karaokê, e Lia… Lia tá rindo no chão com a cara enfiada numa almofada.

— Acho que acabou — digo, tentando levantar ela.

— Mais uma rodada! — ela protesta, mas já tá quase apagando.

— Nada disso — Mark aparece do nada, pega a bolsa dela e joga no ombro. — Vamos, motorista da vez.

— Eu não sou motorista — retruco, rindo.

— Então vai no banco da frente e não enche.

Eu obedeço, porque… sei lá, é mais fácil do que discutir com ele.

No carro, Lia apaga no banco de trás em três segundos. O silêncio se instala, confortável demais pro meu gosto. Mark dirige, olhos na estrada, mas com aquele meio sorriso no rosto.

— Se eu disser que hoje foi divertido, vai se achar, né? — pergunto.

— Já me acho sempre — ele responde, sem perder o tom calmo. — Mas ouvir você admitir é meu bônus da noite.

Reviro os olhos. Ele ri.

— Sabe, Ren… — a voz dele fica mais baixa, quase séria — …quando você ri, parece que nada no mundo pode dar errado.

Eu olho pra ele, surpreso. Mas antes que eu possa responder, ele completa, leve:

— Por isso que eu sempre invento loucura. Só pra ouvir isso de novo.

E sorri, como se não tivesse acabado de me desmontar por dentro.

Eu viro o rosto, olho a cidade passando pela janela. Tento ignorar a sensação estranha no peito. E digo pra mim mesmo: é só o Mark sendo o Mark. Sempre foi. Sempre será.

Certo?

Capítulos
1 Capítulo 1 – Um Drink Inocente… ou Não?
2 Capítulo 2 – After Caótico e Apostas Perigosas
3 Capítulo 3 – Segredos na Brisa Noturna
4 Capítulo 4 – Notas Fora do Tom
5 Capítulo 5 – Entre Linhas e Silêncios
6 Capítulo 6 – Churrasco, Mentiras e Olhares
7 Capítulo 7 – Linhas Tênues
8 Capítulo 8 – Entre Filmes e Verdades Não Ditass
9 Capítulo 9 – Silêncios que Dizem Tudo
10 Capítulo 10 – Quando Tudo Começa a Sair do Controle
11 Capítulo 11 – Verdades Rachando
12 Capítulo 12 – Manhãs Nunca Foram Tão Perigosas
13 Capítulo 13 – Tudo Que Você Não Devia
14 Capítulo 14 – Quebra de Limites
15 Capítulo 15 — Intervalos
16 Capítulo 16 – Rastros do Fim
17 Capítulo 17 – Linhas que Não Dá pra Desfazer
18 Capítulo 18 – No Limite
19 Capítulo 19 – Amanhecer Estranho
20 Capítulo 20 – Entre o Café e o Silêncio
21 Capítulo 21 – Entre Piadas e Silêncios
22 Capítulo 22 – Colisões
23 Capítulo 23 – Caos no Caminho
24 Capítulo 24 – Manhãs Não Mentem
25 Capítulo 25 – Entre o Silêncio e a Pele
26 Capítulo 26 – Pontes e Linhas
27 Capítulo 27 – Nada Como Antes
28 Capítulo 28 – Horas Mortas
29 Capítulo 29 – Estradas e Silêncios
30 Capítulo 30 – Dois Metros e um Mundo
31 Capítulo 31 – Jogos Perigosos
32 Capítulo 32 – Linhas Tênues
33 Capítulo 33 – Rastro d’Água
34 Capítulo 34 – Silêncios e Sinais
35 Capítulo 35 – Entre Gole e Risada
36 Capítulo 36 – Linha Cruzada
37 Capítulo 37 – Risco na Linha
38 Capítulo 38 – Quando o Mundo Aperta
39 Capítulo 39 – Entre Olhares e Linhas Invisíveis
40 Capítulo 40 – Porta Entreaberta
41 Capítulo 41 – Depois do Incêndio
42 Capítulo 42 – Linhas Invisíveis
43 Capítulo 43 – Entre Ferramentas e Verdades
44 Capítulo 44 — Tudo queimando, tudo nosso
45 Capítulo 45 — Silêncio Cheio
46 Capítulo 46 – Entre Verdades e Silêncios
47 Capítulo 47 – O Gosto de Ficar
48 Capítulo 48 — Manhã de Nós
49 Capítulo 49 — Segredos Mal Guardados
50 Capítulo 50 — O Dia Seguinte
51 Capítulo 51 — Entre risos e provocações
52 Capítulo 52 — Segredo de Estado
53 Capítulo 53 — Distâncias curtas, medos longos
54 Capítulo 54 — Sete dias para caber no bolso
55 Capítulo 55 — De volta e mais perto
56 Capítulo 56 — Churrasco de Fofocas
57 Capítulo 57 — A Foto
58 Capítulo 58 — A Surpresa
59 Capítulo 59 — O Presente
60 Capítulo 60 — O Sempre
Capítulos

Atualizado até capítulo 60

1
Capítulo 1 – Um Drink Inocente… ou Não?
2
Capítulo 2 – After Caótico e Apostas Perigosas
3
Capítulo 3 – Segredos na Brisa Noturna
4
Capítulo 4 – Notas Fora do Tom
5
Capítulo 5 – Entre Linhas e Silêncios
6
Capítulo 6 – Churrasco, Mentiras e Olhares
7
Capítulo 7 – Linhas Tênues
8
Capítulo 8 – Entre Filmes e Verdades Não Ditass
9
Capítulo 9 – Silêncios que Dizem Tudo
10
Capítulo 10 – Quando Tudo Começa a Sair do Controle
11
Capítulo 11 – Verdades Rachando
12
Capítulo 12 – Manhãs Nunca Foram Tão Perigosas
13
Capítulo 13 – Tudo Que Você Não Devia
14
Capítulo 14 – Quebra de Limites
15
Capítulo 15 — Intervalos
16
Capítulo 16 – Rastros do Fim
17
Capítulo 17 – Linhas que Não Dá pra Desfazer
18
Capítulo 18 – No Limite
19
Capítulo 19 – Amanhecer Estranho
20
Capítulo 20 – Entre o Café e o Silêncio
21
Capítulo 21 – Entre Piadas e Silêncios
22
Capítulo 22 – Colisões
23
Capítulo 23 – Caos no Caminho
24
Capítulo 24 – Manhãs Não Mentem
25
Capítulo 25 – Entre o Silêncio e a Pele
26
Capítulo 26 – Pontes e Linhas
27
Capítulo 27 – Nada Como Antes
28
Capítulo 28 – Horas Mortas
29
Capítulo 29 – Estradas e Silêncios
30
Capítulo 30 – Dois Metros e um Mundo
31
Capítulo 31 – Jogos Perigosos
32
Capítulo 32 – Linhas Tênues
33
Capítulo 33 – Rastro d’Água
34
Capítulo 34 – Silêncios e Sinais
35
Capítulo 35 – Entre Gole e Risada
36
Capítulo 36 – Linha Cruzada
37
Capítulo 37 – Risco na Linha
38
Capítulo 38 – Quando o Mundo Aperta
39
Capítulo 39 – Entre Olhares e Linhas Invisíveis
40
Capítulo 40 – Porta Entreaberta
41
Capítulo 41 – Depois do Incêndio
42
Capítulo 42 – Linhas Invisíveis
43
Capítulo 43 – Entre Ferramentas e Verdades
44
Capítulo 44 — Tudo queimando, tudo nosso
45
Capítulo 45 — Silêncio Cheio
46
Capítulo 46 – Entre Verdades e Silêncios
47
Capítulo 47 – O Gosto de Ficar
48
Capítulo 48 — Manhã de Nós
49
Capítulo 49 — Segredos Mal Guardados
50
Capítulo 50 — O Dia Seguinte
51
Capítulo 51 — Entre risos e provocações
52
Capítulo 52 — Segredo de Estado
53
Capítulo 53 — Distâncias curtas, medos longos
54
Capítulo 54 — Sete dias para caber no bolso
55
Capítulo 55 — De volta e mais perto
56
Capítulo 56 — Churrasco de Fofocas
57
Capítulo 57 — A Foto
58
Capítulo 58 — A Surpresa
59
Capítulo 59 — O Presente
60
Capítulo 60 — O Sempre

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