Capítulo 3 – Mentiras e Desejo
narrador por hinata
A noite caiu sobre a Aldeia da Folha, mas ninguém ali estava realmente descansando. Eu, claro, estava escondida, observando de longe. Porque, sério, alguém precisava registrar o inferno que era a vida deles.
Naruto estava sentado no telhado de uma das casas da vila, olhando pro nada, mas eu sabia que ele não estava pensando em nada normal. Ele estava pensando em Sasuke. Como sempre. Cada gesto do alfa ativo, cada palavra fria, cada olhar calculado… estava gravado na mente do ômega.
Sasuke apareceu do nada, como um maldito fantasma. Ele subiu até o telhado com aquela facilidade silenciosa que só os Uchiha têm, e Naruto quase caiu do susto.
“Tá pensando em mim de novo, ômega inútil?” Sasuke provocou, sem nem precisar de tom elevado. Cada palavra dele era uma pressão no peito de Naruto. Mas o loiro fingiu irritação. “Não tô pensando em você, Sasuke! Sai daqui!”
Claro que ele estava pensando. Todo corpo dele gritava que sim, e eu podia ver o rubor subindo no pescoço dele. Sasuke se aproximou, tão perto que Naruto podia sentir o calor dele. Mas, porra, ambos fingiam raiva. Isso era ridículo, e ao mesmo tempo, lindo.
“Finge direito,” Sasuke murmurou, a voz baixa e carregada, deixando Naruto arfando. “Você e eu sabemos a verdade. Mas ninguém mais pode saber. Famílias não aceitariam. Você sabe disso, ômega.”
Naruto engoliu seco, tentando se recompor. “Eu sei…” Ele desviou o olhar, tentando esconder que o coração dele estava disparado. “Mas é… é foda ter que fingir o tempo todo.”
Sasuke sorriu, quase maliciosamente. Ele gostava disso. Gostava de ver o ômega tremendo, gostava de ver que Naruto não podia se esconder de verdade. Mas também odiava que essa maldita situação social os obrigasse a mentir. Se fosse por eles, não existiria nada além de desejo e intimidade.
“Foda é que a merda da minha família não entende que eu não vou recuar. Que eu não quero recuar de você,” Sasuke disse, e Naruto tremeu. Não de frio, não dessa vez, mas de vontade.
Eles se sentaram lado a lado, cada um fingindo que estavam ali apenas por acaso, enquanto a lua iluminava o rosto do outro. Eu podia ver cada detalhe: a mão de Naruto tremendo, o peito subindo e descendo mais rápido do que o normal, os olhos de Sasuke fixos no ômega, estudando cada reação.
“É uma porra de prisão, né?” Naruto murmurou, e Sasuke inclinou a cabeça, olhando pra ele com aquele sorriso torto.
“Prisão ou proteção? Depende do ponto de vista,” ele respondeu. E eu podia sentir a tensão aumentar só pelo tom da voz dele.
Eles ficaram ali, lado a lado, sem tocar, sem admitir, mas a tensão era quase física. Cada gesto, cada respiração carregava tudo que eles não podiam dizer. A aldeia, as famílias, a sociedade… tudo conspirava contra, mas ninguém podia negar que eles pertenciam um ao outro.
E eu, como sempre, observava. Anotava. E sabia que cada capítulo da vida deles ia ser uma mistura de guerra, desejo e disfarce. Porque Sasuke e Naruto não podiam se entregar totalmente… pelo menos não ainda. Mas cada segundo juntos tornava impossível negar que eles eram um do outro.
E, porra, isso só ia piorar.
CAPÍTULO 3
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Atualizado até capítulo 30
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