CAPÍTULO 4

**Capítulo 3 — Selena e o Destino de Yury**

Já se passaram seis meses desde que comecei a trabalhar como acompanhante de luxo. Nunca imaginei que minha vida pudesse tomar esse rumo, mas as circunstâncias não deixavam espaço para escolhas fáceis. Minha mãe, debilitada, precisava dos remédios que não podia pagar, e minha irmã, Katrina, sempre tão responsável e atenta, implorava para que eu fizesse algo.

Foi ela quem ligou primeiro.

— Valentina, você precisa tentar — disse, a voz trêmula. — Mamãe não tem mais forças… e os remédios acabaram.

Não pensei duas vezes. Vi um anúncio no jornal, direto e sem rodeios: *“Acompanhantes de luxo, discrição, exigência de entrevistas.”* Liguei para a entrevista, sem saber que aquele simples ato mudaria tudo.

Cheguei à boate, coração acelerado, mãos trêmulas, sem perceber que o homem que faria a entrevista era ninguém menos que **Enzo Volcokv**. Quando me viu, o sorriso afiado e zombeteiro surgiu em seus lábios:

— Mundo pequeno, não é mesmo?

Ele me olhou como um detetive, analisando cada detalhe: minhas roupas, postura, tom de voz, expressão. Começou a interrogatória como se estivesse investigando um caso complexo. Perguntas sobre minha vida, minha família, meu passado, minha ética. Respondi tudo com sinceridade, sem omitir nada. Cada detalhe exposto sem medo, cada pedaço de mim entregue com coragem e determinação.

— **Contratada** — disse ele finalmente, com aquele olhar de aprovação que, ao mesmo tempo, intimidava.

Os primeiros meses foram desafiadores. Mas algo começou a surgir: uma relação de **respeito e proteção**. Enzo me concedia regalias, me deixava escolher com quem sair, me defendia das outras acompanhantes que sentiam inveja. E, apesar de trabalhar para ele, nunca abaixei a cabeça. Nem para ele, nem para minha mãe, nem para minha irmã.

Com o tempo, minha família começou a se estabilizar. Minha mãe recebeu o tratamento médico que antes era impossível; minha irmã estudava em um colégio particular. Minha vida começou a se encaixar, quase perfeita. Enzo me cedeu uma cobertura, um espaço meu, longe do caos da boate. E, finalmente, eu sentia que podia respirar.

Mas o equilíbrio sempre foi frágil. No fim de um expediente, um cliente que parecia calmo se mostrou um perigo. Tentou me forçar, ignorando todos os limites. Antes que pudesse reagir, ele sacou uma adaga e cravou na minha barriga. O corte era profundo, a dor aguda, e senti a adrenalina percorrer meu corpo junto com o medo.

A boate foi rapidamente informada. Enzo apareceu, impassível, mas com aquela determinação gelada que sempre carregava.

— Meu irmão é médico — disse ele, olhando para mim com intensidade. — Eu mandarei ele vir aqui. Vai ficar tudo bem, meu furacão.

Fui levada para dentro da boate, deitada, sentindo o sangue escorrer, o coração disparado e a mente em branco. A dor queimava, latejava, mas a promessa de ajuda começou a acalmar o medo. Eu só podia esperar.

Enquanto estava ali, deitada, o silêncio da boate parecia absoluto, cortado apenas pelo som distante de passos apressados. Esperava **Yury**, o médico que, naquele momento, seria meu salvador, sem saber ainda quem ele era, mas já prestes a entrar na minha vida de forma definitiva.

O destino, frio e impiedoso, tinha finalmente decidido que minhas escolhas me levariam para um caminho do qual não haveria retorno. Eu era Selena agora, mas Valentina continuava viva, cada respiração lembrando que a dor era apenas o início de algo muito maior.

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Comments

Mavia Dantas

Mavia Dantas

só que tá pagando babaca/Puke/

2025-08-23

0

Mavia Dantas

Mavia Dantas

boate sempre tem cliente que não aceita um não /Awkward/

2025-08-23

1

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