O silêncio depois do beijo parecia gritar dentro da sala. Ayra ainda estava sentada no colo de Dean, o corpo colado ao dele, os lábios úmidos e o coração batendo como um tambor enlouquecido. A respiração dos dois se misturava, pesada, irregular, como se tivessem acabado de atravessar uma tempestade da qual não conseguiriam sair ilesos.
Dean ainda segurava o rosto dela entre as mãos, mas agora não havia mais força para afastá-la. Apenas desejo. Um desejo que queimava, que consumia qualquer réstia de razão.
— Ayra… — murmurou, a voz grave, quase partida. — Isso é errado.
Ela ergueu o olhar, os olhos faiscando em desafio e rendição ao mesmo tempo.
— Então me diga para parar. — aproximou os lábios dele de novo, roçando-os de leve. — Me diga… e eu paro.
O que veio depois não foi uma resposta, mas a rendição completa. Dean puxou-a contra si num gesto voraz, e o beijo que se seguiu foi ainda mais intenso que o primeiro, cheio de fome e desespero. Ayra gemeu contra sua boca, sentindo o corpo inteiro vibrar.
As mãos dele deslizaram por sua cintura, subindo lentamente pelas curvas, como se quisessem memorizar cada centímetro da pele que ainda estava coberta. Ayra arqueou as costas, entregando-se, sentindo a chama se espalhar por dentro de forma avassaladora.
— Você é minha perdição… — ele murmurou contra o pescoço dela, depositando beijos quentes que a fizeram estremecer.
— Então me perca. — a resposta saiu em um sussurro entrecortado, quase implorando.
Aquelas palavras foram o estopim. Dean a deitou no sofá com um movimento firme, posicionando-se sobre ela. O olhar dele queimava, carregado de luxúria e conflito, mas já não havia retorno. Ayra segurou-o pelo pescoço, puxando-o de volta para si, e seus corpos se uniram num contato elétrico, urgente.
As mãos dela exploravam a nuca, os ombros, o peito exposto pela camisa aberta, sentindo os músculos retesados de desejo. Ele, por sua vez, acariciava a pele nua de suas coxas, erguendo lentamente a barra do vestido leve que ela usava. Ayra arfou, mordendo o lábio inferior, a pele arrepiada sob o toque dele.
— Você não tem ideia do quanto sonhei com isso… — confessou ela, entre gemidos baixos.
Dean fechou os olhos por um instante, como se aquelas palavras o destruíssem e o inflamassem ao mesmo tempo. Quando os abriu, não havia mais espaço para resistência. Apenas o homem que a desejava, sem máscaras.
Os beijos se tornaram mais profundos, mais desesperados, como se temessem que o tempo fosse roubá-los a qualquer instante. Cada toque, cada suspiro era uma entrega sem volta. O sofá tornou-se o altar do pecado, onde não havia padrasto nem enteada — apenas dois corpos queimando de desejo, finalmente livres das correntes do silêncio.
Ayra cravou os dedos nas costas dele, arranhando a pele por cima da camisa. Dean gemeu baixo, um som rouco que a fez estremecer. A intensidade o dominava, mas havia também um cuidado escondido em cada movimento, como se temesse machucá-la mesmo enquanto a possuía de forma feroz.
No ápice daquela explosão, o mundo inteiro pareceu desaparecer. Só havia os dois. O calor, os gemidos abafados, os suspiros e o som frenético dos corações que batiam como um só.
Quando finalmente os corpos cederam, exaustos e colados, Dean permaneceu sobre ela por alguns instantes, o rosto escondido no pescoço de Ayra. Sua respiração ainda era pesada, mas havia algo diferente em seus olhos quando ergueu o rosto.
— Você acabou comigo… — murmurou, encarando-a com uma mistura de ternura e tormenta.
Ayra sorriu, deslizando os dedos pelo cabelo dele, sem arrependimento algum. — Ou talvez eu tenha acabado de salvar você.
Ele fechou os olhos, pressionando a testa contra a dela, enquanto o peso do que haviam feito se instalava entre os dois. Mas, naquele instante, não havia culpa forte o suficiente para apagar a certeza que ambos compartilhavam: eles tinham se entregue, e nada poderia mudar isso.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 51
Comments