O Gigante e a Pequena Gênia

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A Skyline Corporation era a jóia da coroa do império de Guilherme Ferraz.

Aos 37 anos, ele era um dos CEOs mais bem-sucedidos do país. Bilionário por mérito próprio, ele construiu sua fortuna com uma mistura de genialidade nos negócios e uma ética de trabalho implacável. Mas, por trás da fachada de empresário frio e calculista, havia um homem que se sentia estranhamente vazio.

O sucesso financeiro não preenchia a solidão de sua vida pessoal.

Ele estava deixando o escritório, exausto após uma reunião que durou mais de doze horas. O segurança abriu a porta do carro e ele estava prestes a entrar quando um pequeno vulto se chocou contra suas pernas.

Virou-se e encontrou uma menina pequena, encharcada, com cabelos castanhos bagunçados e grudados no rosto, olhos grandes arregalados que brilhavam com uma mistura de inteligência e terror puro.

 Ela parecia não ter mais que sete anos.

- Por favor, me ajuda!, ela disse, a voz trêmula.

- Ele está vindo atrás de mim!

Guilherme ficou paralisado. Em seus 37 anos de vida, havia construído muros emocionais tão altos que poucos conseguiam tocá-lo verdadeiramente. Seu sucesso empresarial vinha justamente dessa capacidade de manter distanciamento, de tomar decisões baseadas em lógica fria.

Guilherme olhou para a rua e viu um homem alto e de terno vindo em direção a eles. Ele parecia normal, mas algo em sua pressa e na forma como seus olhos varriam, a área o deixou em alerta.

Ele sentiu uma urgência em proteger a menina.

- Senhor, quem é essa criança?, perguntou o segurança.

- Eu não a conheço... respondeu Guilherme, com sua voz calma e grave, mas algo o fez agir por impulso.

- Não importa. Deixe-a entrar no carro!

A menina, com uma inteligência surpreendente, percebeu a hesitação de Guilherme.

- Por favor, moço, ela disse, olhando diretamente nos olhos dele.

- Finge que você é meu pai. Ele não vai fazer nada se você estiver aqui. E a gente pode ir tomar sorvete depois!

A frase sobre o sorvete era um pedido desesperado e, ao mesmo tempo, um teste. Ela queria ver se ele reagiria de forma humana.

O sorriso que apareceu no rosto de Guilherme, mesmo que sutil, foi a resposta que ela precisava. Sem hesitar, ele se abaixou e pegou Helena no colo, sentindo como ela pesava tão pouco que parecia feita de ar e determinação. Ela tremeu contra seu peito e ele pôde sentir seu coração de passarinho batendo descompassado.

Ele olhou novamente pra o homem que perseguia a pequena garota.

Este ao ver a cena, parou abruptamente, seus olhos se estreitando enquanto avaliava a situação. Guilherme manteve o olhar firme, cada fibra de seu ser irradiando uma determinação que surpreendeu até ele mesmo. Por longos segundos, os dois homens se encararam através da cortina de chuva, uma batalha silenciosa de vontades.

Guilherme entrou no carro.

O segurança, confuso, fechou a porta.

O homem de terno, correu e chegou na frente do carro. Ele olhou para a janela escura, tentando ver o interior, mas não conseguiu. Guilherme, de dentro do carro, fez um sinal com a cabeça para o motorista, que prontamente deu a partida.

O carro saiu, deixando o homem de terno parado, frustrado.

Dentro do carro blindado, o silêncio era pesado.

Então Helena desabou em lágrimas no ombro de Guilherme, suas pequenas mãos agarrando seu terno caro como se ele fosse a única coisa sólida em um mundo que desmoronava.

- Ele quase me pegou. Soluçou contra seu pescoço.

- Obrigada por me salvar!

Alexandre olhou para a menina tremendo em seus braços e soube, com uma certeza que o abalou até os ossos, que sua vida havia mudado para sempre naqueles poucos minutos de chuva e desespero.

Guilherme sentou Helena no banco de couro do seu sedã, que se encolheu de frio, ligando imediatamente o aquecedor.

Olhando pra Helena com uma expressão de alívio falou:

— Quem é você? ele perguntou suavemente, tentando modular sua voz, naturalmente autoritária, para algo mais acolhedor.

- E quem era aquele homem?

A menina olhou para ele, seus olhos, incrivelmente maduros, revelando uma história que estava apenas começando.

— Meu nome é Helena, igual ao da minha vovó, e tenho 07 anos... ela respondeu limpando o nariz com a manga do blusão molhado.

- E você é muito gentil, senhor...

- Guilherme. Guilherme Ferraz. Ele disse

- E aquele homem? você o conhece?Guilherme perguntou.

- Aquele homem… ele quer me machucar. Por favor, moço, não me leve para a polícia. Eles podem estar envolvidos.

A última frase foi dita com uma seriedade que chocou Guilherme.

Uma criança de sete anos falando sobre corrupção na polícia? Ele sabia que estava em algo muito maior do que imaginava.

Ele hesitou antes de continuar.

- Helena, onde estão seus pais? Preciso levá-la para casa.

O rosto da menina se fechou como uma flor tocada pelo gelo.

Ela desviou o olhar para a janela embaçada, onde as luzes da cidade se transformavam em borrões coloridos através da chuva que continuava implacável.

- Eu não tenho casa fixa, não mais... murmurou sua voz tão baixa que Guilherme precisou se inclinar para ouvir.

As palavras atingiram Guilherme como um soco no estômago.

Sua vida ordenada, repleta de reuniões agendadas e decisões calculadas, não o preparara para a realidade, crua de uma criança abandonada à própria sorte, nas ruas perigosas da cidade.

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...ΩΩΩΩΩΩΩΩ📚📚📚ΩΩΩΩΩΩΩΩ...

...Olá meus Leitores Maravilhosos!!...

...O que está acontecendo?? De quem ela está se escondendo?? Quem era esse homem perseguindo ela... São tantas perguntas......

... Prometo responder a todas elas no decorrer da história... Fica comigo até o final!!...

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