Eu estava tomando meu café da manhã, tentando convencer Kunlun a trocar aquele chá amargo por um café mais forte, quando a campainha tocou. A empregada foi atender, e minutos depois voltou acompanhada por uma mulher de cabelos oxigenados, com uns cinquenta e poucos anos, toda vulgar, daquelas que parecem pensar que nasceram para dominar o mundo. Ela caminhava com uma arrogância tão escancarada que dava até nos nervos. No instante em que seus olhos se fixaram em Kunlun, percebi claramente a insinuação no jeito como ela o olhava — um olhar que deveria ser só meu. Senti meu sangue ferver, uma mistura ardente de raiva e ciúmes tomando conta do meu corpo, e naquele momento soube que aquela mulher não sairia dali sem que eu fizesse questão de mostrar quem realmente manda.Ela deu um sorriso torto, daqueles que você sabe que escondem segundas intenções, e se aproximou de Kunlun como se o conhecesse há anos. Ele tentou manter a calma, mas eu via o leve desconforto nos seus olhos, e isso só aumentava meu ódio. Eu não iria permitir que aquela usurpadora roubasse o lugar que eu sabia que era meu por direito. Levantei-me com a firmeza de quem está pronta para brigar pelo que é seu, e falei com uma voz fria, mas carregada de autoridade: "Posso ajudar?" A mulher me encarou de cima a baixo, talvez esperando que eu recuasse, mas não tive nenhuma dúvida. Aquele era meu noivo, meu futuro, e eu não abriria mão dele para nenhuma mulher da vida.Ela deu um sorriso torcido, cheio de veneno, e disse com aquela voz arrastada e falsa: "Tô procurando a filha, Sally Williams." Meu coração congelou, e num instante, quase arranquei os olhos daquela mulher com o ódio que queimava dentro de mim. "Sally não tem mãe," respondi, minha voz pesada, carregada de desprezo. "Porque é melhor não ter mãe do que ter uma mãe como você — uma meretriz qualquer de bueiro, tão podre que nem os ratos querem perto." Cada palavra era um golpe certeiro, e eu sentia o poder da raiva se espalhar pelo meu corpo, enquanto os olhos dela brilhavam, mais ferozes ainda, como se estivesse pronta para rebater, mas sabia que ali, naquele momento, eu dominava a cena. Kunlun me olhou com uma mistura de surpresa e admiração, e eu soube que ele sentia cada gota daquele fogo que eu não deixaria apagar tão cedo.
Eu mandei ela ir embora com voz firme, meu olhar queimando cada centímetro daquela mulher vulgar, mas ela deu um passo à frente, desafiadora, e respondeu com sarcasmo cruel: "Não vou sair daqui até ver minha filha." O fogo dentro de mim explodiu, e eu estava prestes a agarrar aqueles cabelos desbotados e arrastá-la para fora, sem piedade, quando a porta se abriu abruptamente e entrou uma mulher — a bendita cuja ela dizia ser mãe. Ela entrou na sala com a arrogância estampada no rosto, perguntando em tom rude: "Que escândalo é esse que está acontecendo aqui?" O ar ficou pesado, tenso, como se a tempestade prestes a desabar estivesse pronta para destruir tudo. Meu noivo Kunlun se posicionou ao meu lado, e eu senti sua força me envolvendo, dando coragem para enfrentar aquela afronta que invadiu nosso espaço sagrado.Eu olhei direto nos olhos daquela mulher, sem me intimidar, e disse com voz fria e firme: "Essa mulher está procurando emprego, mas eu já avisei que aqui temos empregados o suficiente. Ela insiste em forçar uma vaga que não existe." Então, de repente, a vadia — com uma intimidade que jamais deveria ter — chamou Sally pelo nome, dizendo que era sua mãe. Um silêncio pesado tomou o ambiente. Sally, com a voz cheia de mágoa e reprovação, respondeu firme: "É impossível. Minha mãe me abandonou há quase 30 anos, porque tinha uma vida que não podia ficar cuidando de uma criança chorona e doente. Não faz sentido ela aparecer do nada depois de 27 anos." O ar ficou cortante, as palavras dela queimavam como facas, e eu senti meu peito apertar junto com a raiva, o ciúme e a vontade incontrolável de proteger tudo que era meu — especialmente minha família.
A vadia oxigenada levantou o queixo com um sorriso amargo e disse, com voz cheia de rancor: "Meu nome é Millena Dunbar, e sim, eu era jovem demais naquela época. O Mike, o pai da Sally, me deixava sempre largada, nunca tinha tempo para mim." Ela respirou fundo, como se revivesse cada momento de abandono, e continuou, olhando direto para Sally: "Você devia saber como é, conviver com um homem que não tem tempo para a família, só para os casos ridículos do trabalho." Cada palavra dela soava como uma lâmina cravada em mim e em Sally, e meu sangue fervia diante daquela mistura tóxica de verdades e mentiras. Kunlun apertou minha mão com força, como se me dando força para não deixar aquele veneno destruir o que éramos, e eu sabia que, naquele momento, a batalha por Sally, por nós, estava só começando — uma guerra de corações, dor e segredos enterrados.
A oxigenada, com um sorriso forçado e olhos marejados que só serviam para esconder sua verdadeira intenção, estendeu os braços em um gesto que queria parecer maternal e disse, quase implorando: "Sally, você não vai me dar um abraço? Só um abraço de mãe para filha." Mas Sally, firme e dura como nunca a vi, afastou-se lentamente, a voz carregada de mágoa e raiva contida: "Do quê? Preciso pensar em tudo isso primeiro. Não vou receber a ‘mãe’ de braços abertos depois de tudo que ela fez comigo e com o meu pai." A rejeição dela caiu pesada no ar, como um golpe certeiro contra aquela mulher que, por tanto tempo, fingiu ser alguém que não era. Eu sentia meu peito apertar, a mistura de ciúmes, raiva e proteção me consumindo, enquanto Kunlun me olhava com uma ternura silenciosa — aquele era o nosso momento de nos unir ainda mais contra a tempestade que aquela mulher trazia.
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Atualizado até capítulo 47
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