Millena Dunbar tremia sob o peso das mãos cruéis de Christian Colcci, seu cafetão implacável que a castigava sem piedade, cada golpe marcando não só sua pele, mas também sua alma dilacerada. O olhar frio e impiedoso dele queimava em seus olhos como uma sentença definitiva, enquanto ele urrava, exigindo com voz rouca e cheia de ameaça: “Quero tudo que você me deve, Millena. Cada centavo, cada promessa, cada minuto de sofrimento — ou vou arrancar de você até a última gota de sangue, até que não reste nada além de dor.” Ela sentia a brutalidade do castigo, o açoite do desespero e do medo entrelaçados em cada estalo, e mesmo assim, no fundo da agonia, uma chama ardente de submissão e desejo se acendia, um confronto cruel entre a humilhação e uma paixão que ela não sabia explicar, mas que a mantinha ligada àquele homem que destruía e consumia tudo ao redor. O grito preso em sua garganta era ao mesmo tempo um pedido de clemência e um sussurro de amor proibido, porque, por mais que ele a maltratasse, era naquele tormento que Millena sentia-se viva — e para Christian, aquela mistura insana de violência e entrega era o que os mantinha presos, para o bem e para o mal.— Christian, por favor — minha voz saía fraca, quase um sussurro sufocado pela dor, mas eu precisava tentar. — Me dá mais alguns dias, só mais alguns... Eu vou arrumar esse dinheiro, eu juro. Só preciso de mais tempo.
Ele me encarou com olhos sombrios, um sorriso cruel curvando seus lábios. — Até amanhã, Millena. Só até amanhã — disse ele, a voz gelada como um aviso de morte. — Se não tiver tudo em mãos até o amanhecer, não quero nem saber. Você vai acabar jogada numa vala qualquer, e ninguém vai chorar por você.
A ameaça dele me cortou como uma lâmina afiada, fazendo meu corpo inteiro estremecer. Aquele prazo era um carrasco, uma sentença que me sufocava a cada segundo que passava. Eu estava presa, à beira do abismo, com o coração apertado e o medo queimando em cada célula, mas também havia uma estranha e dolorosa força dentro de mim — a esperança desesperada de que eu podia sobreviver, que conseguiria virar o jogo antes que fosse tarde demais.Meu corpo ainda doía por cada golpe que ele desferira, a pele ardendo como se estivesse em chamas, mas havia uma corrente elétrica percorrendo minhas veias, uma mistura insana de medo, dor e prazer que me deixava em conflito com cada fibra de mim mesma. O olhar fixo de Christian, tão ameaçador quanto possessivo, fazia meu coração disparar num ritmo caótico — um medo primitivo me dominava, apertando meu peito, me sufocando, enquanto ao mesmo tempo uma fagulha estranha de desejo ardia dentro de mim, incendiando minha pele machucada e minha alma ferida. Eu queria fugir, queria gritar para que ele parasse, mas algo no toque cruel dele me prendia, me fazia sentir viva, como se só naquelas sombras de dor eu pudesse existir plenamente. Era um jogo perigoso, um limite tênue entre o tormento e o êxtase, e, embora a ameaça dele ecoasse como um trovão em minha mente, meu corpo traidor buscava o calor daquele poder dominante, como se naquela dor também pudesse encontrar uma estranha redenção — uma forma distorcida de amor que me consumia e me salvava ao mesmo tempo.
— Christian, eu... eu encontrei minha filha — minha voz falhava entre lágrimas e esperança, um nó se formando na garganta. — Ela estava perdida por anos, mas eu a encontrei aqui, perto, e ela pode me ajudar. Ela estava namorando um cara muito importante, alguém que, com certeza, conseguiria o dinheiro para mim... para pagar tudo.
Ele soltou uma risada baixa, cruel, que ecoou pela sala como um trovão sinistro. — Putas não têm filhos, Millena. Não se apegam a nada além do que lhes dá lucro — disse, o olhar carregado de desprezo.
Mas eu o encarei firme, sentindo aquela força misturada de medo e determinação. — Eu tenho, sim — respondi, desafiadora. — Ela se chama Sally Williams.
De repente, os olhos de Christian brilharam com um fogo intenso, como se aquela simples revelação tivesse despertado algo dentro dele, uma faísca inesperada. — Se você conseguir trazer essa tal Sally para mim — falou, a voz carregada de uma promessa velada — considere sua dívida... paga.
O ar ficou pesado entre nós, carregado de uma tensão que misturava perigo, esperança e algo que eu não conseguia decifrar, mas que mexia comigo até os ossos. A chance de salvação estava ali, frágil e perigosa, e tudo dependia de mim agora.
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Atualizado até capítulo 47
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