Capítulo 4

O beco parecia estreitar-se ao redor deles. As paredes úmidas refletiam a luz amarelada do poste mais próximo, e o som da cidade parecia ter desaparecido — nada além da respiração acelerada dos dois preenchia o espaço.

Renji fechou os olhos por um instante, tentando controlar a onda quente que o percorria. O cio tinha um jeito de tomar tudo: a razão, os músculos, até a própria postura. Sentia o coração bater na garganta, e o corpo começava a reagir de forma quase instintiva.

— Não é hora pra isso... — murmurou entre dentes, mais pra si mesmo do que pra Tetsuya.

O alfa, no entanto, não se moveu. Ficou parado, ombros retos, como se tivesse travado uma batalha interna entre se aproximar e manter distância. Seus olhos, antes calmos, agora tinham um brilho contido, como brasas sob cinzas.

— Você precisa ir pra casa. — disse Tetsuya, a voz grave, mas sem autoritarismo. — Antes que isso piore.

Renji deu uma risada curta, seca.

— Acha que eu não sei?

Tetsuya deu um passo à frente, e mesmo com o cuidado que parecia tentar manter, Renji sentiu o calor que emanava dele. A distância entre os dois encurtou num piscar de olhos. O cheiro de café, que antes parecia suave, agora se misturava ao aroma latente de alfa reprimido — e isso, de alguma forma, tornava tudo mais sufocante.

— Posso levar você. — sugeriu ele, num tom que não parecia só gentileza.

Renji ergueu o queixo, como se desafiasse a ideia.

— Pra quê? Pra me trancar num quarto e aproveitar a situação?

Os olhos de Tetsuya estreitaram-se.

— Não preciso aproveitar nada, não é assim que eu te quero.

O cio pulsava como um tambor dentro do corpo de Renji. Cada palavra, cada respiração do outro, parecia amplificar a necessidade que tentava esconder. Seus dedos se fecharam com força ao redor da sacola que ainda segurava, como se se agarrasse àquele gesto banal para não se render ao que sentia.

— Você fala como se tivesse algum tipo de… controle. — disse Renji, tentando manter o tom irônico, mas a voz já carregava uma rouquidão involuntária.

— Tenho um pouco. — respondeu Tetsuya, com uma confiança que soava irritante e atraente ao mesmo tempo.— Você tem supressores?

— Haa... Só em casa... — "Droga! está me dando febre...!"

Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, que se estenderam como cordas tensas prestes a arrebentar. Então, Renji deu um passo atrás, recolhendo a última sacola do chão.

— Eu não preciso de você. — disse, mas as pupilas dilatadas e o tremor imperceptível nas mãos contavam outra história.

Tetsuya inspirou fundo, como se aquele cheiro estivesse queimando sua resistência.

— Talvez não. — murmurou, inclinando-se levemente para o lado, como quem já decide o próximo movimento. — Mas não vou fingir que não quero te ajudar Renji...

Renji sentiu um arrepio subir pela nuca. O corpo inteiro parecia preso entre a raiva e o desejo.

O tempo escureceu e a chuva começou a pingar, fina, e o som das gotas quebrando no chão fez a tensão parecer ainda mais densa. Tetsuya deu mais um passo à frente, ficando próximo o suficiente para que o calor de ambos se encontrasse no ar úmido.

— Se continuar aqui, vai perder o controle. — disse Tetsuya, a voz quase num sussurro. — E eu também.

Renji hesitou. Olhou para o beco estreito, para a rua molhada além dele… e então para Tetsuya.

— Então me prove que não é como todos os outros. — falou baixo, um desafio no tom.

Tetsuya inclinou-se, o rosto a poucos centímetros do dele, mas não o tocou. Apenas olhou, como se quisesse gravar cada detalhe, como se estivesse à beira de atravessar um limite que não teria volta.

— Me deixe te provar...

Renji não respondeu. Apenas se virou, começando a caminhar. Depois de alguns passos, olhou por cima do ombro.

— Então vem. Mas se passar da linha, eu atiro em você.

Tetsuya sorriu de canto, aquele mesmo sorriso do início — meio perigoso, meio gentil — e o seguiu pela rua molhada de Kioto.

A cidade parecia observar em silêncio, como se soubesse que o que estava por vir não tinha nada de casual.

Após uma caminhada que parecia quase uma tortura, assim que chegaram na casa de Renji, ele pegou sua chave e enquanto tentava abrir a porta o dizia:

— Minha filha vai voltar da aula logo, então você não pode ficar aqui muito tempo...

 Suas mãos trêmulas pela febre do cio o deixavam ainda mais claro, assim que conseguiu destrancar a porta, os dois entraram e Reiji correu até o banheiro para pegar seus supressores. enquanto Tetsuya fechava a porta e aproveitou para guardar as compras dele na cozinha. Até que um barulho de batida forte veio do banheiro e Tetsuya saiu correndo para ver o que tinha acontecido e abriu a porta do banheiro com tanta força que quebrou a maçaneta.

— Reiji?! Se machucou? — Ele estava sentado no chão do banheiro, sem roupa e extremamente excitado ainda. — ? Não tomou os supressores?

— Não fizeram efeito.... Haa... Achei que um banho aliviaria, mas não tenho força nas pernas.

— Eu vou ligar para um médico... Devia ter passado com os supressores!

"Que humilhante...! Nunca tive um cio assim... Vou acabar não tendo escolha..."

— Tetsuya... — O disse enquanto envolvia seu corpo no dele, puxando-o para mais perto.— Acaba logo com isso e me fode de uma vez...

continua.....

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