Capítulo 4

Helena Duarte voltou para seu universo. O som dos saltos firmes ecoando pelos corredores da sede da Duarte anunciava que a CEO estava de volta. A elegância, a postura ereta e os olhos atentos mostravam que ela podia ter passado dias longe, mas seu foco seguia intacto.

Ela fora clara antes de viajar: queria a preparação de um dossiê completo sobre potenciais investidores para seu novo projeto de expansão internacional. E Mariana, sua vice e melhor amiga, havia cumprido a missão com perfeição.

— Hel, você não vai acreditar na lista de acionistas mais influentes que encontramos — disse Mariana, colocando o tablet sobre a mesa de vidro do escritório.

Helena ergueu uma sobrancelha enquanto deslizava os dedos pela tela. Estava acostumada a ver nomes poderosos, empresários de renome, famílias tradicionais. Mas ao chegar àquela imagem, seu corpo congelou por um breve instante.

Gabriel.

Ali estava ele. Em um perfil corporativo extremamente completo. Gabriel Vasconcellos, investidor de renome, com participações em diversos setores, dono da FlyHigh Jets, a maior empresa de voos particulares da América Latina. Filho de uma família tradicional, formado em Engenharia Aeronáutica e Administração, piloto por paixão.

Tudo fazia sentido. As roupas impecáveis, o modo seguro como se portava, a facilidade em lidar com o poder, mesmo quando fingia ser apenas um piloto. Helena suspirou, inclinando-se na poltrona de couro. Estava surpresa, sim, mas não chocada. Gabriel exalava segredos desde o primeiro olhar.

— Então ele não era só um piloto... — Muito longe disso. Você quer que eu entre em contato? — perguntou Mariana, tentando decifrar a reação da amiga.

Helena sorriu, firme.

— Não. Nós vamos fazer isso da forma mais profissional possível. Marque uma reunião com a equipe dele. Diga que a CEO da Duarte deseja fazer uma proposta. Mas não revele meu nome.

— Como quiser, chefe misteriosa.

Alguns dias depois, a reunião foi agendada no escritório central da FlyHigh. Helena chegou pontualmente, usando um macacão azul-marinho de alfaiataria, salto alto e um coque impecável. Entrou na sala de reuniões acompanhada de Mariana e dois de seus diretores.

Gabriel estava lá.

Assim que seus olhos se encontraram, ele travou. Por um segundo, o Gabriel seguro, elegante e articulado, perdeu o controle. Mas rapidamente recompôs a postura.

— Senhor Vasconcellos, é um prazer conhecê-lo pessoalmente — disse Helena com um leve sorriso, estendendo a mão.

Gabriel a apertou com firmeza, mas os olhos não escondiam o impacto.

— O prazer é meu... senhorita Duarte.

Durante a reunião, Helena foi impecável. Apresentou o projeto, as projeções de crescimento, os números e os benefícios do investimento. Gabriel tentava manter o foco, mas seus olhos deslizavam para os lábios dela, para o jeito como gesticulava com elegância e firmeza. Ela não era só sensual. Era brilhante.

Helena, por sua vez, mantinha a postura fria. Profissional. Como se aquela noite no jatinho não tivesse existido. Como se não lembrasse do gosto da pele dele, do calor do toque, do gemido abafado quando ele se entregou em suas mãos.

Ao final da apresentação, Gabriel pigarreou.

— O projeto é ousado, mas extremamente promissor. Vamos analisar com calma e retornar com uma proposta.

— Perfeito — disse Helena, reunindo os documentos. — Agora, se não se importar... gostaria de conversar com o senhor em particular. Podemos?

Gabriel assentiu, conduzindo-a até uma sala de vidro com vista panorâmica da cidade.

Assim que a porta se fechou, ele virou-se, agora com um leve sorriso desconcertado.

— Então você já sabia...

— Descobri quando minha equipe me entregou o dossiê. Você é bem mais que um piloto.

— Eu... não sabia como contar. Achei que me julgaria, ou mudaria sua forma de agir comigo.

Helena se aproximou, cruzando os braços, mantendo o olhar fixo nele.

— Gabriel, você me deve alguma explicação? Além de um orgasmo inesquecível, você não me prometeu nada.

Gabriel riu, aliviado e ainda assim completamente encantado. Ela era direta, segura, irresistível.

— Mas eu queria te contar. Queria que soubesse quem eu sou. Não por status. Mas porque me importo com o que você pensa.

Ela deu um passo à frente. Os olhos agora mais suaves.

— Eu penso que você foi o homem mais quente que já provei. E que provavelmente ainda tem coisas que não me mostrou.

Ele se aproximou, o calor no ambiente crescendo.

— Helena...

— Mas agora, Gabriel, estamos em uma negociação profissional. E preciso que você consiga separar as coisas.

— Consigo. Mas não posso evitar desejar misturá-las.

Helena sorriu, tocando o rosto dele com suavidade.

— Desejo é uma coisa. Negócio é outra. E eu sei lidar com ambos.

Ela se afastou com um movimento elegante, abrindo a porta da sala.

— Quando tiver a proposta, me envie. Aguardo.

Gabriel ficou parado, observando a silhueta dela sumir pelo corredor de vidro, sabendo que Helena Duarte era mais do que uma mulher inesquecível. Era um furacão que ele não conseguia controlar.

E ele estava disposto a se perder nessa tempestade

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