O céu estava tingido de tons dourados e alaranjados quando Gabriel e Helena deixaram o hotel. Após um fim de semana envolto em desejo, tensão e descobertas silenciosas, o retorno para casa vinha com um novo tipo de expectativa. Gabriel havia providenciado tudo discretamente: o jatinho particular da sua própria empresa os esperava na pista do aeroporto mais próximo, abastecido, com rota autorizada e discretamente reservado apenas para eles dois. Mas ela não sabia disso. Ainda achava que ele era apenas um piloto experiente, e ele não pretendia revelar seu segredo tão cedo.
Gabriel gostava da forma como Helena o tratava sem bajulação, sem interesse. O olhar dela o despia de qualquer título. Por isso, calou a verdade — por mais que parte dele desejasse contar.
Enquanto caminhavam lado a lado em direção ao jato, ela usava óculos escuros, cabelo solto, um vestido leve e sandálias de salto. Mesmo no fim de semana, havia algo nela de poderosa, de firme, de inacessível — e aquilo o instigava mais do que qualquer coisa.
— Isso tudo é só para um piloto como você? — perguntou ela, fitando o jatinho moderno com um meio sorriso.
— Tenho bons contatos — respondeu ele, com um tom de mistério e um sorriso enviesado.
Helena estreitou os olhos, desconfiada, mas não insistiu. Ela sabia jogar também.
Subiram a escada da aeronave e entraram na cabine ampla e luxuosa. O interior era elegante: couro creme, madeira nobre, iluminação suave. Não havia mais ninguém ali, nem comissários, nem copiloto. Apenas os dois.
— Você vai pilotar sozinho? — ela perguntou, arqueando uma sobrancelha.
— Claro — respondeu ele, tirando o paletó e abrindo os primeiros botões da camisa. — Confia em mim?
— Mais do que deveria, talvez — murmurou, largando a bolsa sobre o assento.
Gabriel ligou os sistemas, fez os procedimentos técnicos com rapidez e segurança, tudo sob os olhos atentos de Helena. Ela se sentou confortavelmente, cruzando as pernas, observando cada movimento dele. Aquela autoridade silenciosa, o domínio dos comandos, o controle do espaço — tudo nele exalava poder. Mas diferente do poder arrogante que ela costumava ver nos homens, o dele era elegante, centrado, envolvente.
E aquilo a deixava inquieta.
Durante a decolagem, Helena prendeu o olhar na paisagem pela janela, mas seus pensamentos estavam nele. No gosto da noite anterior ainda em seus lábios, no toque firme de suas mãos, na forma como ele a fazia perder o controle e ao mesmo tempo se sentir absolutamente segura.
Quando o jato estabilizou no ar, Gabriel ativou o piloto automático e se levantou da cabine, vindo até ela com aquele olhar carregado de intenções.
— Estamos a trinta mil pés. Só nós dois, nenhuma turbulência prevista. — Ele estendeu a mão. — Vem ver a vista comigo lá na frente.
Ela levantou-se, sem hesitar, e o seguiu até a cabine. Gabriel se sentou na poltrona do piloto e a puxou gentilmente para o seu colo.
— Se for uma tentativa de distração, está funcionando — ela disse, passando os dedos pelo colarinho da camisa dele.
— Você me distrai desde que entrou naquele restaurante, Helena.
Ela deslizou as mãos pelo peito dele, os olhos nos olhos, e então se inclinou, roçando os lábios nos dele.
— Mostra o que você mais sabe fazer além de pilotar.
Gabriel a beijou com intensidade, os dedos cravando na cintura dela enquanto a puxava mais contra si. As mãos dela exploravam seu peito, seu pescoço, a mandíbula forte. Era uma dança de vontades sem censura. Ele a virou de costas para o painel, sentando-a sobre as pernas, e ela soltou um gemido rouco ao sentir a ereção dele pulsando sob o tecido da calça.
— Aqui mesmo? — ela provocou, mordendo o lábio inferior.
— Aqui mesmo — murmurou, puxando o zíper das costas do vestido dela devagar, com reverência e desejo.
O tecido deslizou pelos ombros de Helena, revelando a pele dourada e quente. Ele a despiu como se desembrulhasse um segredo. Ela não usava sutiã. Os seios firmes, os mamilos rijos, chamavam sua boca como um vício.
Gabriel a beijou no colo, no pescoço, nas clavículas, nos seios. Com a língua e os dentes, provocou gemidos baixos que se perderam no som suave da aeronave em voo. Helena arqueou o corpo, entregando-se completamente àquele toque.
A parte inferior do vestido foi puxada para cima, e ela o ajudou a tirar a própria calcinha, jogando-a no chão do cockpit com um riso rouco.
Gabriel abriu o cinto, baixou a calça e a cueca até o meio das coxas. Helena o olhou por um instante, saboreando o momento. Subiu sobre ele lentamente, encaixando-se com um suspiro profundo.
— Porra, Helena… — ele gemeu, a testa encostada na dela.
Ela começou a se mover com lentidão, rebolando no colo dele, guiando o ritmo, os olhos presos aos dele. Ele segurava a cintura dela com força, tentando manter o controle, mas era inútil.
Cada movimento, cada contração, cada suspiro, fazia Gabriel esquecer do mundo. Seus pensamentos se misturavam a sensações puras:
"Como ela pode ser assim? Tão dona de si. Tão perfeita. Tão intensa."
"Ela não sabe quem eu sou. Não sabe que essa empresa é minha. E ainda assim, olha pra mim como se eu fosse tudo."
"Não posso estragar isso. Não ainda."
Ela o beijou novamente, profunda e selvagem, e aumentou o ritmo. Ele a acompanhou com os quadris, com a boca, com as mãos. Os corpos colados, suados, em um frenesi silencioso entre nuvens.
Quando os dois chegaram ao clímax, foi intenso, quente, arrebatador. Helena tremeu sobre ele, com a cabeça no ombro dele, as unhas cravadas em suas costas. Gabriel soltou um gemido baixo contra o pescoço dela, sentindo-se ao mesmo tempo exausto e completo.
— Isso devia ser proibido — ela sussurrou com um riso abafado, ainda sem forças para se levantar.
— Talvez seja — ele respondeu, ainda ofegante, acariciando os cabelos dela.
Ela o beijou devagar e se levantou para se vestir. Ele a observou em silêncio, ainda com os pensamentos girando:
"Preciso contar. Uma hora, vou ter que dizer. Mas agora não. Ainda não."
Quando aterrissaram, o motorista já os aguardava. Helena, com a compostura de sempre, ajeitou o cabelo e os óculos escuros. Antes de entrar no carro, se virou para Gabriel.
— Isso foi… inesperado.
— Tem certeza que quer parar por aqui? — ele perguntou, a voz carregada de intenção.
Ela se aproximou, segurou o colarinho da camisa dele e sussurrou em seu ouvido:
— Não quero parar. Mas gosto de ser surpreendida, Gabriel. Me mostre do que mais você é capaz.
Ela entrou no carro e partiu, deixando Gabriel parado na pista, com um sorriso nos lábios e o coração batendo forte. Ainda com a camisa amarrotada, com o gosto dela na boca e o cheiro dela impregnado na pele, ele respirou fundo.
"Ela vai descobrir. Mas quando descobrir… espero que ainda me queira."
Ele olhou para o jatinho, para o céu limpo acima e depois para o caminho por onde o carro dela desapareceu. Helena Duarte era um desafio, uma obsessão, uma promessa de caos e êxtase. E ele estava mais do que pronto para seguir voando rumo ao desconhecido com ela.
— Que venha o próximo encontro — murmurou, voltando para o jatinho para preparar o pouso da próxima missão que agora, definitivamente, já não era só profissional.
O jogo entre eles estava apenas começando.
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Atualizado até capítulo 24
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