Capítulo 2 – Um convite, um vinho… e um incêndio

O jantar começou como um simples encontro entre dois adultos sofisticados. Mas desde o primeiro olhar cruzado sob a iluminação baixa do restaurante do hotel, nada parecia simples.

Helena usava um vestido de cetim vinho escuro que abraçava seu corpo com perfeição, revelando sua silhueta de mulher atlética, elegante e segura. O decote nas costas deixava à mostra a pele suave, que exalava um perfume discreto, mas envolvente. Ela estava linda, e sabia disso — mas não usava a beleza como escudo, e sim como arma.

Ele, Gabriel, a esperava já sentado, vestindo uma camisa preta com os punhos dobrados, o relógio suíço brilhando discretamente em seu pulso. O blazer cinza claro pendurado nas costas da cadeira. O cabelo preto curto penteado para o lado, a barba aparada, o olhar firme de quem está acostumado a estar no controle — exceto, talvez, naquela noite.

— Pensei que não viria — disse ele ao vê-la se aproximar, levantando-se.

— E perder a chance de um bom vinho com alguém que me pilotou tão bem hoje? — ela respondeu, com um sorriso enviesado e malicioso nos lábios.

Ele sorriu também, levemente surpreso com o tom.

— Então vamos brindar ao voo. E à escolha certa do destino.

As taças tilintavam. Um tinto encorpado desceu com suavidade pela garganta dela. O vinho aquecia, mas o que queimava mesmo era a forma como ele a olhava.

Eles conversaram sobre viagens, negócios, preferências gastronômicas, e até filmes. Helena era articulada, engraçada, espirituosa. Gabriel gostava de ouvir, mas adorava desafiá-la.

— Você é sempre assim?

— Assim como?

— Elegante, sedutora... no controle de tudo.

— E você é sempre assim?

— Assim como?

— Misterioso, bonito e tentando parecer desinteressado quando está prestes a me despir com os olhos.

Ele riu, finalmente relaxando a expressão. O jogo estava declarado.

Quando saíram do restaurante, caminhavam lado a lado pelo corredor elegante do hotel. Nenhum dos dois queria que aquela noite acabasse. Mas também não havia necessidade de pressa.

Diante da porta do quarto dela, Gabriel se virou para se despedir, ainda com um certo autocontrole, talvez por hábito. Helena, no entanto, não tinha interesse em fingir. Puxou-o pela gravata com lentidão, aproximando o rosto do dele, e sussurrou com a voz baixa e quente:

— Você quer entrar?

Ele a encarou, surpreso com a ousadia. Antes que pudesse responder, ela completou, com um sorriso perigoso:

— Mas se entrar... não vou deixar você sair tão cedo.

Dentro do quarto, a atmosfera mudou. A porta se fechou com um clique seco. O ar parecia mais denso, mais quente.

Ela tirou os sapatos com calma, mantendo os olhos nele. Gabriel estava imóvel, como se quisesse se conter — mas já não conseguia. Helena se aproximou, roçando os dedos no colarinho da camisa dele, desabotoando com precisão, um a um, como quem desembrulha um presente.

— Você é mais bonito sem a armadura — murmurou, deixando os lábios roçarem a clavícula dele.

Gabriel segurou sua cintura, mas ela se desvencilhou com graça, o empurrando suavemente até ele cair sentado na beira da cama. Dominante, ela ajoelhou entre as pernas dele e começou a tirar sua cinta com a destreza de quem sabe provocar até com o menor dos gestos.

Ela o olhava de baixo, com um brilho nos olhos castanhos escuros que era pura provocação.

A partir dali, ela tomou o controle.

Os beijos desciam pelo abdômen definido dele, lentos, sensuais, enquanto suas mãos exploravam com firmeza e delicadeza. Ela o fazia perder o ar, alternando toques, lambidas e mordidas leves. Quando a língua dela envolveu a parte mais sensível dele com maestria, Gabriel gemeu baixo, a cabeça tombando para trás.

Helena brincava com ele como uma artista segura de sua performance. O ritmo, a pressão, o olhar que não se desviava. A boca dela era quente, macia, perfeita. As mãos não paravam. Quando ele tentou puxá-la para cima, ela segurou seus punhos, firme.

— Não ainda — sussurrou.

Ela queria vê-lo perder o controle. E conseguiu. Quando o prazer explodiu em gemidos roucos, ele mal conseguiu processar o que sentia. Por um segundo, ficou envergonhado de ter chegado ao clímax tão rápido, e nela, daquele jeito.

Mas ela apenas se limpou e subiu com calma pelo corpo dele, beijando cada pedaço da pele ainda tremendo sob sua boca, até chegar ao rosto e sussurrou, provocante:

— Eu só estava começando.

Ele sorriu, ainda ofegante. Aquela mulher era fogo, e ele estava prestes a queimar inteiro.

A noite seguiu intensa.

Ela tirou o vestido na frente dele, deixando-o deslizar pelos ombros até cair no chão. O corpo dela era escultural, coberto por uma lingerie preta de renda mínima. Caminhou até ele como quem desfila para provocar e montou em seu colo.

Dessa vez, ele segurou firme seus quadris, beijando-a com intenso, retribuindo com língua e dentes, mordendo o pescoço dela enquanto suas mãos exploravam suas costas nuas. Ela se movia em seu colo com um ritmo provocante, roçando, pressionando, até deixá-lo pronto novamente.

Ela o queria dentro dela — e quando ele finalmente a penetrou, os dois soltaram um suspiro quase ao mesmo tempo.

O ritmo era intenso, molhado, profundo. Ela gemia sem vergonha, livre, encarando os olhos dele com desejo e prazer. Ele tentava recuperar o controle, mas era inútil. Ela o guiava, revezando o domínio, invertendo posições, cravando as unhas, mordendo seu ombro.

Ela era desejo em forma de mulher.

Foram horas. Diversas posições. Sussurros roucos. Risos abafados. Toques no escuro. Gemidos abafados no travesseiro. O som da cama rangendo. O cheiro de pele, suor e prazer.

E quando adormeceram, ainda nus, estavam enlaçados, suados e saciados. Ela, com um sorriso vitorioso nos lábios. Ele, com a sensação de que não havia apenas transado com uma mulher incrível — mas sido invadido por um furacão que mudaria tudo.

Ao amanhecer, Helena foi a primeira a se levantar.

Tomou banho, cabelos soltos, vestia-se impecavelmente e saiu do quarto com um bilhete deixado sobre a mesa de cabeceira.

"Preciso trabalhar. Mas a noite foi inesquecível. Talvez a próxima seja ainda melhor."

– H.

Quando Gabriel acordou e leu aquilo, passou a mão no rosto, rindo sozinho.

— Ela vai me enlouquecer...

E naquele momento, pela primeira vez em anos, desejou revê-la. Não por estratégia, não por jogo. Mas porque o fogo que ela deixou em sua pele… ainda queimava.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!