Com o acúmulo de entregas do loja trabalhamos também a noite, aos sábados temos a maior demanda de clientes de turistas em nossa cidade.
Não consigo ir ao hospital no sábado, é a primeira vez que falto à visitação depois do acidente de Tom, um sentimento de culpa vem pois me comprometi dizendo que iria ouvi-lo naquele dia.
Acordo na madrugada preparo um chá de camomila no meu bule verde já tão gasto dos anos, herança de Miranda e Jorge Foster meus pais a saudade deles nunca vai cessar dentro de mim.
Vou para à janela não chove hoje, olho para o céu as estrelas tão brilhantes a saudade aperta o meu peito, lembro dos momentos felizes com meus pais, da primeira caixa de tintas que me deram até a ida para a universidade.
O meu aniversário foi o dia da morte deles.
Na manhã de domingo o meu celular toca é a Lori mãe do Tom, oferecendo dinheiro para as despesas do hospital, recuso dizendo que não será necessário no momento, pergunto pela (Susan) irmã de Tom ela diz-me que logo Susan irá visitar o irmão.
Desligo o celular pois já estou no hospital entro no quarto Tom está deitado olhando para a parede branca ao lado:
-Oi! Digo receiosa.
— Você disse que viria ontem e não veio. Ele me olha desapontado.
-Não consegui vir tive alguns imprevistos.
Como você está Tom? Pergunto olhando nos seus olhos.
— Não me chame Tom. Diz com uma certa raiva.
— Quem é você? Pergunto.
-Adam Hoper. Diz olhando nos meus olhos.
-Adam Hoper? É onde está o Tom? Pergunto sem perceber a real situação ali.
— Não sei onde ele está, esse corpo não é meu, também estou confuso a minha cabeça tá doendo muito. Ele fala colocando as mãos na cabeça.
— Quantos anos você tem? Pergunto curiosa, mesmo depois de ter feito uma breve pesquisa.
— Vinte anos, nasci em 15 de abril de 1950. Diz com segurança.
Minha mãe se chama Gina Hoper, não conheço meu pai, moramos no Condado de Duval na Florida, voltei do serviço militar para me casar com a Elisa minha noiva.
Naquela noite não me lembro de tudo o que aconteceu depois do acidente acordei aqui minha cabeça tá doendo muito.
Ele coloca novamente a mão na cabeça e chamando a enfermeira que vêm e aplica-lhe um analgésico em sua veia, o que o faz dormir. Fico perplexa com tudo que acabei de ouvir.
Procuro o doutor Sean Marlon pelos corredores do hospital, uma enfermeira avisa-me que ele está em sua sala no décimo andar, entro no elevador e vou para décimo andar (sala) duzentos e três, bato na porta:
— Entre. Uma voz masculina diz.
Senhora Choper.
— Preciso falar sobre o Tom Choper meu esposo ,ele acredita ser outra pessoa.
— Adam Hoper.? Ele diz com naturalidade.
-Sim, mas ele não é Adam Hoper.
— Conversei com ele, senhora Choper acredito que o paciente Tom Choper está sofrendo de TDI Transtorno de múltiplas personalidades.
-TDl? Mas o que eu faço agora?
-Geralmente é causado pela reação de um trauma para evitar memórias ruins caracterizado pela presença de personalidades distintas. Diz segurando um livro em suas mãos.
-Realizamos exames como a tomografia e os resultados estão normais.
-Cada vez que se esforça em lembrar a sua cabeça dói devido ao trauma da batida em sua cabeça.
— O que eu posso fazer para ajudá-lo?Digo esperançosa.
— Logo Tom estará de alta médica recomendo o tratamento de psicoterapia. Diz me dando um papel com o endereço.
-Acredito que irá ajudar a entender quem realmente ele é, preciso ir tenho uma cirurgia marcada. Ele se dirige a saída.
— Obrigado, doutor. Agradeço ainda me sentindo perdida com aquela situação.
Dúvidas e mais dúvidas pairam na minha mente, acreditei nas palavras de Tom que diz agora ser Adam.
Atravesso a rua e não olho o sinal que já está verde, carro quase buzina quase em cima de mim.
Uma senhora do outro lado da rua pergunta se estou bem, aceno a cabeça afirmando que sim, sigo para um banco na praça me sentando, pegando o celular e ligando:
-Oi! preciso falar com você!
Sim, pode ser.
Até.
Compro comida congelada e vou para casa, coloco no micro-ondas, ligo a TV está passando a série "Neighborhood," no sofá faço a refeição.
As horas passam pego a minha bolsa preta e saio, vou para o Mcan's Bar lugar onde frequento com Tom, sento numa mesa que está no canto da porta e espero o meu convidado.
Hoje está tocando "Brand New Man" peço uma dose de gin e observo algumas pessoas dançando e me vejo dançando com Tom das muitas vezes que estivermos aqui, um homem passa pela porta aceno com uma das mãos ele vem em minha direção sorrindo:
-Oi! Ethan! Falo tomando o gin.
— Aretha sinto muito pelo Tom o pessoal da redação está sentindo a falta dele,— Se suas pautas são as melhores do jornal.
Como ele está? Me fala segurando a minha mão.
-Se recuperando dia após dia.
— Graças à Deus.
Vou fazer visitá-lo qualquer dia, ele faz falta não só como profissional mas também como um grande amigo.
-Preciso-te pedir um favor. Olho nos seus olhos.
— Pode pedi o que quiser, está precisando de alguma ajuda financeira terei o prazer em ajudá-los. Diz pedindo uma bebida para a garçonete.
— Não é dinheiro, preciso que investigue a vida de uma pessoa, como trabalha no jornal terá informações precisas sobre uma pessoa.
Para um trabalho pessoal? Desconfiado pergunta.
— Sim.
- O seu nome é Adam Hoper viveu entre 1950 à 1970, preciso de todas as informações que puder levantar sobre ele.
— Algum artista plástico? Fala tentando saber mais informações
— Não.
-Então, porque quer saber dessa pessoa?
Ele questiona.
— É para uma amiga. Minto.
— Há, entendi. Disse disfarçando a pergunta inconveniente.
— Bom vou beber pouco porque estou de carro, quer uma carona Aretha?
-Vou aceitar.
Seguimos em direção a minha casa, Ethan Guess tem trinta e seis anos dois a mais que Tom os dois se conheceram na Universidade no curso de jornalismo.
O amor pela informação e investigação os uniu,Ethan se tornou especialista em reportagens criminais, ele escreve para o jornal O Impacto da Notícia, onde Tom escreve e apresenta um programa sobre atrações culturais da cidade.
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Atualizado até capítulo 30
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