Luna ainda sentia o eco daquelas palavras no fundo do peito:
"Meu nome é Enzo DeLuca."
Ela já tinha ouvido esse sobrenome. Era impossível não ouvir, mesmo para alguém que evitava as manchetes. A família DeLuca era como um mito moderno — envolta em negócios escuros, cercada por rumores e protegida por um poder invisível que ninguém ousava desafiar. E agora… ela estava no meio disso. Respirando o mesmo ar. Contratada. Morando ali.
Enzo a observava com atenção, como se pudesse ler seus pensamentos apenas pelo modo como ela piscava.
— Espero discrição, senhorita Santoro. Minha mãe é uma mulher frágil, mas com olhos muito atentos. Se você tiver segundas intenções… não vai durar nem dois dias aqui.
Luna engoliu em seco.
— Eu só preciso de um emprego. E respeito a dor dos outros.
— Veremos — ele disse, e então fez um gesto leve com a mão. — Assunta vai levá-la até ela.
A governanta reapareceu com a mesma expressão inalterada. Luna a seguiu pelos corredores em silêncio, até chegarem a uma sala iluminada por janelas altas, com cortinas esvoaçando ao sabor da brisa. O ambiente era mais acolhedor do que o restante da mansão — quadros florais nas paredes, poltronas macias, um aroma suave de lavanda no ar.
Ali, sentada junto à janela, estava uma mulher de cabelos totalmente brancos, presos em um coque delicado. Usava um xale cinza sobre os ombros e segurava um livro aberto no colo, embora seus olhos estivessem voltados para o jardim do lado de fora. Ela não se virou quando Assunta falou:
— Senhora Eleonora, esta é Luna. Ela veio cuidar da senhora.
A mulher piscou devagar, como se acordasse de um sonho distante.
— Finalmente. — Sua voz era baixa, mas firme. — Tive que ameaçar meu próprio filho para que me deixasse contratar alguém.
Luna sorriu, meio sem jeito, e deu dois passos à frente.
— É um prazer conhecê-la, dona Eleonora.
A senhora virou o rosto com calma. Seus olhos eram incrivelmente azuis, da mesma tonalidade gélida dos olhos de Enzo — mas neles havia doçura e dor, não frieza.
— Não me chame de “dona”. Isso me faz sentir um móvel antigo. Apenas Eleonora, por favor.
Luna riu.
— Combinado.
Os primeiros dias passaram de forma silenciosa, quase solene. Luna aprendeu rápido que naquela casa nada era dito diretamente. Havia segredos nos olhares dos seguranças, nos telefonemas de madrugada, nas visitas que nunca entravam pela porta da frente. Mas o maior mistério de todos era Enzo.
Ele parecia surgir e desaparecer pelos corredores como uma sombra elegante. Sempre impecável, sempre calado. A única vez que a olhou por mais de dois segundos foi durante o jantar do segundo dia, quando Luna ajudava Eleonora a cortar a carne.
— Você cozinha? — ele perguntou, repentinamente.
— Sim… nada chique, mas sei o básico. Por quê?
Ele deu de ombros.
— Vamos precisar de alguém assim em breve.
E saiu.
Sem explicações, sem contexto.
Luna olhou para Eleonora, que apenas sorriu, como se soubesse de algo que ninguém mais sabia.
— Meu filho é muito mais complicado do que parece — disse, pegando outra garfada. — E se ele está prestando atenção em você, minha querida… significa que alguma coisa já começou a mudar.
Luna franziu o cenho.
Ela mal tinha começado o trabalho. E já sentia que estava afundando num mar de coisas não ditas.
E talvez… num tipo de destino que ela nunca imaginou encontrar.
💬 Ei, leitor(a) querido(a)!
Se você chegou até aqui, já faz parte do meu coração e do universo dessa história. 🥹✨
Essa é a primeira vez que estou escrevendo algo assim, então cada comentário, sugestão ou reação sua significa o mundo pra mim! 🌍💖
📚 Me conta:
– O que você achou do capítulo?
– Alguma cena te deixou curiosa?
– Qual personagem já ganhou seu coração? 💘
Mesmo se for só um “Amei!” ou um emoji, já vai deixar meu dia mais feliz. 🥰
Vamos viver essa história juntinhos? Deixa seu comentário aqui! 💌
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 36
Comments