A chuva caía fina sobre as ruas de Florença, pintando de cinza os telhados de cerâmica e as janelas emolduradas por cortinas de renda. No pequeno apartamento do segundo andar, Luna tentava manter as mãos aquecidas com uma xícara de chá barato. Seu laptop descansava sobre a mesa improvisada, a tela iluminando seu rosto cansado enquanto ela lia pela quinta vez naquela semana mais uma recusa educada.
“Infelizmente, já preenchemos a vaga. Agradecemos seu interesse.”
Ela suspirou fundo, fechando o notebook com um estalo seco. Os ponteiros do relógio pareciam zombar dela, e a sensação de tempo perdido apertava seu peito. Já não sabia se estava tentando recomeçar... ou só se agarrando a alguma dignidade.
Seu celular vibrou. Uma mensagem de Valentina, sua melhor amiga e única fonte constante de apoio desde que ela se mudara para a Itália.
> “Luninha, olha esse anúncio. Meio suspeito, mas parece real. E paga absurdamente bem.”
Luna clicou no link. O anúncio era breve e um tanto... enigmático:
> Procura-se cuidadora para senhora idosa.
Discrição, lealdade e sigilo são essenciais.
Acomodação e salário generoso incluídos.
Tempo integral. Resposta imediata.
Envie nome e contato.
— Que tipo de gente ainda faz anúncio assim em 2025? — murmurou, franzindo a testa.
Mesmo assim, e contra todo bom senso, ela digitou seu nome e telefone.
A resposta chegou menos de um minuto depois.
> Compareça amanhã, 9h. Um carro irá buscá-la.
Endereço: Via Privata Villaggio 33, Toscana.
Não traga malas. Tudo será providenciado.
– E. D.
E. D.? O mistério apenas aumentava.
Na manhã seguinte, o céu continuava nublado, como se o tempo também estivesse em dúvida sobre o dia. Um carro preto parou pontualmente em frente ao prédio. O motorista, um homem alto, de expressão fria, abriu a porta para ela sem dizer uma palavra. Durante o trajeto, Luna tentou adivinhar o que a esperava.
A estrada sinuosa pelos campos da Toscana era bonita o suficiente para distrair os pensamentos ansiosos. Mas, à medida que se aproximavam do destino, as árvores tornavam-se mais altas, os muros mais espessos e os portões... mais intimidadores.
A mansão era simplesmente deslumbrante. Um casarão antigo, de arquitetura renascentista, rodeado por jardins perfeitamente podados. Flores silvestres se misturavam a esculturas de mármore. Havia algo de assustadoramente silencioso naquele lugar.
Uma mulher de meia-idade, vestida de preto, a recebeu na porta.
— Senhorita Luna? — perguntou com um leve sotaque italiano.
— Sim...
— Siga-me.
A mulher não se apresentou, nem deu explicações. Apenas a guiou por corredores amplos, repletos de quadros antigos, tapeçarias luxuosas e o cheiro constante de madeira antiga misturada a lavanda. Luna tentava disfarçar o nervosismo, mas o silêncio era esmagador.
Pararam diante de uma porta dupla de carvalho. A mulher bateu duas vezes e, após alguns segundos, uma voz masculina respondeu:
— Entre.
O escritório era amplo, com janelas que iam do chão ao teto. Havia uma lareira acesa, um tapete persa e uma estante cheia de livros encadernados em couro. Atrás de uma mesa enorme, um homem estava sentado, de costas para ela, observando o jardim pela janela.
Ele se virou devagar.
Terno preto impecável, cabelo escuro alinhado, olhos cinzentos que pareciam cortar o ar. Ele era jovem demais para a seriedade que carregava no rosto — e bonito demais para ser real.
— Luna Santoro? — perguntou, sem emoção.
Ela assentiu, sentindo um arrepio subir pela espinha.
— Você respondeu ao meu anúncio. Está aqui para cuidar da minha mãe.
— Sim... senhor.
Ele se inclinou para a frente, apoiando os cotovelos sobre a mesa.
— Espero que esteja ciente de que, ao aceitar esse trabalho... você entra num mundo do qual talvez não consiga sair com facilidade.
Ela hesitou por um segundo. Mas apenas um.
— Eu aceito.
O homem a encarou por mais alguns instantes. Então assentiu levemente.
— Ótimo. Meu nome é Enzo DeLuca.
Naquele instante, o ar pareceu mudar de peso. Luna reconheceu o nome. Quem não reconheceria?
DeLuca.
Família ligada a negócios escuros, rumores antigos, poder oculto.
Ela havia aceitado trabalhar para um mafioso.
E aquele era apenas o começo.
💬 Ei, leitor(a) querido(a)!
Se você chegou até aqui, já faz parte do meu coração e do universo dessa história. 🥹✨
Essa é a primeira vez que estou escrevendo algo assim, então cada comentário, sugestão ou reação sua significa o mundo pra mim! 🌍💖
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Joanice Gonçalves
Amando
2025-08-14
0
Ana Claudia Marques
/Angry//Angry//Angry//Angry/
2025-08-13
1