O assunto lá estava resolvido, Ele não ficou nem para levá-la, sabia que ela o odiava, sabia que isso bastava, então ordenou que seus homens a levassem e seguiu para outras obrigações.
A casa de Salvatore D’Amico ficava isolada, num terreno cercado por muros altos e câmeras que pareciam vigiar até o silêncio. A noite era fria, cortada pelo som dos passos firmes dele, atravessando o hall vazio, onde poucos se atreviam a pisar.
Do lado de fora, os homens da guarda olhavam atentos. Ao verem Salvatore, um aceno mínimo e respeito absoluto. Não havia dúvidas: ali estava o líder.
— Salvatore.
O pai dele, Enzo D’Amico, um homem robusto, de olhar cansado, estava sentado no escritório, cercado por documentos e mapas.
— Você chegou tarde. Como foi a leitura do testamento? Como a fera reagiu?
Todos sabiam como ela era, a fama que ela tinha sobressaia a tudo, ninguém precisava vê-la para saber quem era, e defendia tão fielmente os preceitos de um pai que não conhecia a verdadeira face, que enxergava todos a sua volta como inimigos, eles sabiam que quando ela descobrisse a verdade se frustraria, mas achavam que ele deveria contar.
— Fui resolver assuntos relacionados a isso, a fera é uma fera e isso basta, está a caminho, ela é um perigo para si mesmo, preciso ficar de olho.
Salvatore deixou a bolsa no chão.
— E ela? A menina está segura? A notícia dos seus 18 anos e nosso casamento percorreu o submundo como desejávamos?
Enzo franziu o cenho.
— Está sim. Mas você deveria contar a ela.
— Não.
Salvatore respondeu seco, sem olhar para o pai.
— Não é hora. Deixa ela se revoltar. Deixa a provocação subir. É um jogo. Eu decido o momento e agora sua raiva seria desperdiçada, ela se frustraria, por três anos ela se arma e tenta fugir, tudo motivado por isso, se de uma hora para a outra ela descobrir, em que objetivo vai colocar sua força? Dê tempo a ela.
A mãe dele, Mariella, entrou devagar no escritório, os olhos carregando preocupação que tentava esconder.
— Esse jogo está ficando perigoso, Salvatore, dizem que ela é explosiva, não tem medo que tente te matar.
Ele finalmente olhou para ela, os olhos escuros e frios.
— Ela é jovem, cheia de fogo. E muitos já tentaram, não vou cair Mama, deixe que ela tente também, só que dela eu posso ter o que de outros não tive, vou gostar de testar limites de uma fera tão linda.
— Ela não sabe o que enfrenta, pode se sentir traída quando descobrir. — a mãe dele tenta argumentar, mas conhece o filho, no fim dois teimosos se atraindo pelo fogo.
— E vai aprender. Do meu jeito, Isadora não cai, ela ajoelha.
A provocação daquela mulher, o ódio na voz dela, o desafio em cada palavra…
Isso mexeu com ele mais do que queria admitir.
— Ela achou que podia me humilhar.
Salvatore apertou os punhos.
— Mas esse jogo, eu vou vencer.
Enzo suspirou, sabia que era inútil falar, ele era uma cópia do pai, letal, sensual e teimoso.
— Cuidado para não perder o controle, belas pernas geralmente fazem a cabeça errada pensar.
Salvatore sorriu, um sorriso que não alcançava os olhos.
— O controle nunca foi uma opção. Só o domínio.
A casa ficou silenciosa. O ar carregado de promessas não ditas.
Ele sabia que a luta com Isadora seria mais do que uma batalha por poder, seria um duelo de vontades, onde só um sairia intacto.
E no fundo, ele gostava disso.
Naquela noite ele saiu, deixaria Isadora com a ausência, ela queria poder, ser recebida, mas teria o silêncio, e diferente dela, ele podia ir ao lugar que queria, mesmo que fosse só para beber.
Assim o início do duelo de gigantes foi iniciado, ele subestimando ela, ela armando mil planos contra ele.
Será que nessa batalha os dois venceriam? Ele tem o poder, ela tem o corpo ao seu favor e a mente intacta.
Eles podem se unir, ou duelar até alguém sangrar, mas assim um sairia perdendo e aquele elo seria enfraquecido.
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Elenir Lima
Brasa e labareda, mais um precisa do outro para se manter aceso, até onde se manterão
2025-07-29
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