O caos reinava na mansão, ela estava furiosa, quebrou o que conseguiu, canalizou sua raiva naquilo, era destruir, ou chorar, e chorar na frente dos inimigos era igual sangrar com um tubarão, aquilo seria uma merda.
Do outro lado da cidade, a caminho, estava ele, já ciente do aniversário, da leitura, ele ofereceu o casamento há três anos, mesmo que ela não soubesse o motivo de ter perdido o pai, ela era corajosa, havia ficado linda e aquele encontro era histórico.
Na propriedade, os estilhaços de vidro brilhavam no chão, o vaso mais caro jazia aos pedaços, e Isadora Valentini estava no centro da cena como um furacão elegante e furioso.
— Eu não vou casar com esse assassino! Não sou mercadoria! A herança é minha, porque vocês têm que decidir, não sou um objeto e não me caso.
A madrinha tentava contê-la, o advogado permanecia mudo, suando frio, com a raiva que ela estava certamente mataria alguém. Nenhuma voz ousava contradizer a herdeira da família Valentini, ela era tão letal como seu pai, só que não tinha um cargo.
Até que a porta da frente se abriu sem ser anunciada.
Não houve batida. Nem autorização. Apenas o som imponente das dobradiças se curvando diante do único homem que não precisava de convite.
Salvatore D’Amico entrou.
Terno escuro impecável, os ombros largos como uma sentença. Caminhou sem pressa, sem emoção no rosto. Seu olhar varreu o ambiente, ignorando todos, até pousar nela.
Isadora, linda, furiosa, e completamente pronta para o mundo.
— Interrompo alguma coisa?
A voz dele era grave, firme, carregada de desprezo calmo.
Ela estacou. Os olhos arderam, claro que era ele, aquilo saiu da cabeça doentia, matou o pai e quer aniquilar a filha, mas com ela não, ela se recusava a ceder.
— Você não tem o direito de pisar aqui! — ela reclamou indo para cima dele, mas sendocontida pela madrinha.
Ele a encarou por um segundo. Depois caminhou diretamente até ela, sem desviar de móveis, olhares ou obstáculos. Parou a poucos passos do seu corpo tenso.
— Tudo o que vejo aqui me pertence. Inclusive você.
— Eu sou livre!
Ela disparou, nervosa, se vendo presa, encurralada, e não gostava daquilo.
— Você pode ter matado meu pai, mas não vai me possuir!
Ele sorriu. Um sorriso seco, sem alegria.
— Giuliano te criou em gaiola de ouro. Eu só vim recolher a chave. Nestes três anos você tentou, mas eu estava sempre um passo a frente.
Ouvir aquilo a enfurece, sua madrinha sabia, todos sabiam, ela idiota era a última.
O advogado pigarreou, nervoso.
Salvatore nem olhou. Apenas declarou, com voz de comando:
— Em trinta dias, voltarei para formalizar o casamento. Assinamos, selamos, e ela assume seu lugar ao meu lado.
Isadora riu, um som cortante.
— Isso se me achar viva... ou virgem.
As palavras ecoaram pela sala como tiros.
Os olhos de Salvatore escureceram. Um músculo em sua mandíbula se contraiu.
Ele aceitava provocação, mas aquilo não, aquilo mexeria com o ego de qualquer homem, na máfia então ditava quem era digno e quem não era.
Ele a agarrou pelo queixo, com firmeza, mas sem pressa. Seu rosto a centímetros do dela.
— Repita isso de novo… e eu te levo agora. Nem o inferno impediria.
— Tenta.
Ela sussurrou, sem medo, ou fingindo não ter.
Ele soltou o queixo com lentidão, como se estivesse decidindo algo mais perigoso do que palavras.
— Você não vai passar mais uma noite nesta casa.
A madrinha se adiantou nervosa, mesmo sendo o líder ela sabia que Isadora era uma potência, e ambos se odiando trariam a terceira guerra.
— Salvatore, ela está sob minha tutela. Há regras, limites—
— Como ousa impor limites ao Don? Eu sou o limite.
Ele disse sem levantar a voz.
— Ela vai comigo. Hoje.
— Ela está sendo vigiada, não fara nada disso, posso garantir.
A mulher tentou argumentar.
— Não tem como ela fugir. E não tem permissão do Conselho.
Salvatore a olhou, apenas por respeito.
— O Conselho me obedece. Não o contrário.
Voltou os olhos para Isadora. Ela tentava manter o queixo erguido, mas o coração batia como um tambor, ele era um assassino, letal, frio, mas muito lindo.
— A próxima vez que abrir essa boca para me provocar, Valentini...
Ele chegou mais perto, voz baixa, rouca, quase um aviso sensual.
— ...vai terminar gemendo. E não de raiva.
Ela engoliu seco.
Ele se afastou, virou-se, e antes de sair, lançou por cima do ombro:
— Arrumem a mala. Ela parte hoje, meu carro a aguardará.
A porta se fechou.
E Isadora soube que, pela primeira vez na vida, estava diante de alguém que ela não conseguiria controlar.
— Se mantenha calada menina, não aprendeu nada, agora vai direto para a toca do lobo.
Sua madrinha podia esbravejar, brigar e chorar, se em três anos não entendeu que não se doma espirito livre, não adiantava gastar saliva, ela iria, sim, mas seria a responsável por lidar com tudo, só fará o que quer, e ai de quem tentar impedir.
Ela subiu as escadas para o quarto confiante, uma falsa calma. Salvatore teria uma surpresa, lidar com ela seria mais do que ele conseguiria dar conta e se olhando no espelho estava até animada, não tinha melhor forma de vencer que não fosse um bom jogo, e boas garrafas de vinho, tequila e o bom e velho whisky.
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Elenir Lima
Isadora você está com raiva, com toda razão está diante do assassino do seu pai , mais o que você não entendeu ainda é que esse homem está sempre um passo a frente e que ele vai te domar, há se vai
2025-07-29
4
Marcia Zuim
Vai brigar brigar brigar e depois terminar cama como sempre aa velha história do corpo traidor kkkkkk
2025-07-30
1
Zete Campos
ele simplesmente vai domar e se apaixonar por ele.
2025-08-01
1