A Noiva Forçada Do Mafioso

A Noiva Forçada Do Mafioso

A Entrevista

A mansão Valemont era muito mais imponente do que Cecília havia imaginado. Muros altos cercavam toda a propriedade, e dois seguranças armados estavam posicionados no portão principal. Ela parou diante da entrada, apertando o papel com o endereço como se aquilo pudesse lhe dar coragem.

O coração batia acelerado. Era só uma entrevista de emprego, mas para ela parecia uma prova de fogo. Se conseguisse aquela vaga, poderia pagar as dívidas que consumiam a vida do seu pai. Se não conseguisse… bom, essa opção não existia para ela.

A campainha soou suave, e em poucos segundos, um dos seguranças a recebeu com um olhar sério.

– Cecília Morelli?

– Sim, sou eu. – respondeu, a voz quase engasgada de nervosismo.

Ele falou algo em um rádio preso ao ombro, e o portão se abriu lentamente.

– Pode entrar. O senhor Valemont está esperando.

Atravessar aquele caminho parecia entrar em outro mundo. Jardins perfeitamente podados, fontes iluminadas e um caminho de pedras brancas levavam até a porta da mansão. Cecília se sentiu deslocada, quase como se estivesse invadindo um espaço proibido.

A porta abriu-se antes que ela pudesse bater. Um homem alto, de terno preto impecável, a observava com olhos que pareciam analisar cada detalhe dela.

– Cecília Morelli? – perguntou ele, com a voz firme e profunda.

– S-sim, senhor. – respondeu, ajeitando o cabelo atrás da orelha.

– Entre.

Ela obedeceu, sentindo que cada passo dentro daquela casa a aproximava de um destino desconhecido. O hall principal era enorme, com mármore reluzente e um lustre de cristal que parecia ter o preço de um apartamento inteiro.

Victor Valemont caminhava à frente, com passos calculados, e a levou até um escritório elegante, onde ela se sentou diante de uma mesa de madeira escura.

Ele pegou seu currículo e passou os olhos rapidamente pelas informações.

– Você é brasileira. – afirmou, sem entonação de pergunta.

– Sim, senhor. Vim com meu pai para tratamento médico.

– Experiência com crianças?

– Dois anos em uma creche, mais alguns trabalhos como babá particular. Também sou formada em pedagogia, mas ainda não consegui validar o diploma aqui.

Ele fechou a pasta e cruzou os braços, encarando-a diretamente.

– Por que quer trabalhar cuidando da minha filha?

A pergunta soou quase como um desafio. Cecília respirou fundo.

– Porque amo crianças… e porque preciso muito desse emprego.

Um som infantil ecoou no corredor antes que ele pudesse responder.

– Papai!

A menina surgiu correndo, os cabelos loiros e cacheados balançando com cada passo. Aurora, a filha de Victor, abraçou sua perna com a naturalidade de quem confia plenamente.

O semblante frio dele suavizou, ainda que por um instante.

– Aurora, querida, cumprimente a senhorita Cecília.

Aurora olhou para a mulher com os olhos grandes e curiosos.

– Você vai brincar comigo?

Cecília se abaixou, sorrindo gentilmente.

– Vou sim, se você me deixar.

Aurora sorriu de volta e segurou a mão dela. Victor observava a cena em silêncio, com uma expressão impossível de decifrar.

– Comece amanhã. – disse, quebrando o silêncio.

Cecília piscou, surpresa.

– Já?

– Sim. Mas há uma condição. – ele a olhou com seriedade ainda maior. – Minha filha precisa de atenção em tempo integral. Por isso, você vai morar aqui na casa.

Cecília engoliu em seco. – Morar… aqui?

– Sim. – Victor ajeitou a gravata. – Terá um quarto só seu e folga aos domingos. Fora isso, quero você disponível o tempo todo para Aurora. Aceita?

O coração de Cecília acelerou ainda mais. Era mais do que um simples emprego; significava viver sob o mesmo teto de um homem que ela mal conhecia, mas cuja presença já a intimidava profundamente.

Ela respirou fundo e assentiu. – Aceito, senhor.

Aurora riu baixinho e apertou ainda mais a mão de Cecília.

– Gosto dela, papai.

Victor desviou o olhar para a filha, e depois para Cecília.

– Está contratada. Seja pontual amanhã.

Cecília queria sorrir, comemorar, mas algo naquele homem a deixava inquieta. Havia algo de perigoso nele, algo escondido sob a imagem perfeita de pai e empresário.

Ela ainda não sabia, mas aquela entrevista não era o início de um simples emprego. Era o começo de uma mudança irreversível em sua vida.

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Comments

Marta Monteiro

Marta Monteiro

comecei a ler hoje por curiosidade ☺️, espero me surpreendeu 🤔

2025-08-02

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