O calor dentro da sala de aula parecia mais forte que o normal. Talvez fosse o verão. Ou talvez fosse o maldito short justo que Theo estava usando naquela manhã.
Era parte do uniforme de educação física, sim. Mas ninguém jamais usava daquela forma. A barra terminava muito acima das coxas, revelando pele demais para um “ômega fofo e inocente”.
Mas era exatamente esse o truque.
A camisa do colégio estava levemente colada no corpo, com dois botões abertos. E a gravatinha frouxa fazia com que o conjunto parecesse acidental, quase como se Theo tivesse apenas se vestido às pressas — quando, na verdade, ele sabia muito bem o que estava fazendo.
Leon entrou na sala e congelou ao ver a cena.
Theo, com o cabelo meio molhado, provavelmente do banho pós-educação física, estava curvado sobre a carteira, mexendo no caderno com a bunda empinada. As meias três-quartos completavam o quadro do inferno pessoal de Leon.
Helena sorriu e beijou a bochecha do alfa, totalmente alheia à tensão no ar.
— Você tá estranho hoje — comentou ela, mexendo no celular. — Dormiu mal?
Leon grunhiu algo incompreensível. Seus olhos estavam cravados em Theo.
Durante a aula, Theo se virava para trás várias vezes, fingindo pedir borracha, apontador, o tempo, qualquer coisa — cada vez se inclinando mais, cada vez com um sorriso mais doce.
Mas seus olhos brilhavam de malícia.
Leon estava no limite. As unhas pressionadas contra a madeira da carteira, os dentes cerrados. Ele precisava sair dali. Ou ia fazer uma loucura.
Quando o sinal do segundo intervalo tocou, Theo levantou rápido e saiu da sala, caminhando pelo corredor com passinhos leves.
Leon foi atrás.
Mas não pro refeitório. Não pro pátio. Ele conhecia aquele joguinho. Sabia onde Theo estava indo.
**
O depósito de materiais do andar de baixo estava vazio. Silencioso. Trancado por fora — mas Theo já tinha destravado a maçaneta.
Quando Leon entrou, trancou a porta atrás de si com um estalo.
— Você tá me testando — rosnou, se aproximando como uma fera.
Theo estava encostado na parede entre caixas de livros, com a camisa levemente suada grudando no peito. Os olhos grandes e inocentes… e a boca vermelha demais.
— Eu? — disse ele, com a voz mansa. — Tô só com calor. É verão, né?
— Você quer ser marcado aqui mesmo?
— Você teria coragem?
Leon não respondeu. Ele avançou.
Em segundos, Theo estava prensado contra as caixas, os braços erguidos acima da cabeça, presos pelos pulsos firmes do alfa. Leon colou o corpo contra o dele, sentindo o calor, o cheiro doce do ômega, o perfume frutado misturado com o suor.
— Tá tão suado… — Leon lambeu o pescoço dele, sentindo o corpo do menor se arrepiar. — Veio aqui me provocar só pra ser fodido?
— Talvez… — Theo sussurrou, arfando.
Leon mordeu o pescoço dele, deixando marcas roxas. As mãos deslizaram por baixo do short curto, apertando as coxas macias.
— De joelhos. Agora.
Theo se ajoelhou, ofegante, e abriu o cinto de Leon com os dentes, os olhos cheios de malícia. O som do zíper baixando ecoou pelo depósito abafado.
— Vai com calma — Leon rosnou. — Ou eu vou gozar antes de te marcar.
Theo riu baixinho, e envolveu a base com a boca quente, sugando com vontade. Leon gemeu, os dedos afundando nos fios platinados.
— Maldito… — ele sussurrou, a cabeça batendo contra a parede. — Você faz isso melhor do que qualquer beta.
— Porque eu sou seu — Theo murmurou entre uma lambida e outra, os olhos brilhando.
Leon o puxou de volta, virando-o de costas contra as caixas, puxando o short e a cueca para baixo de uma vez só. Theo arfou alto, os joelhos tremendo.
— Tá pronto pra mim, hein? Sempre tão molhadinho.
Leon entrou de uma vez, sem aviso, fundo. Theo gritou abafado, os dentes cravando no próprio pulso pra não gemer alto demais.
— Shhh… — Leon murmurava, metendo fundo, firme, com raiva, com fome. — É isso que você queria?
Theo choramingava, o corpo inteiro se rendendo.
— Sim… marca… marca logo…
Leon cravou os dentes na nuca dele, gemendo forte, sentindo o gosto do sangue, o vínculo se formar. Theo arqueou, o corpo tremendo inteiro com o impacto da marcação.
E quando os dois chegaram ao clímax, quase ao mesmo tempo, o calor parecia ferver dentro da pequena sala abafada.
Minutos depois, Theo limpava o canto da boca com o dedo e ria baixinho, as pernas ainda tremendo. Leon arrumava o cabelo no reflexo da janela suja.
— Tá ferrado, agora — Theo disse. — Me mordeu mesmo.
— Você provocou. Vai andar com essa marca até o fim do semestre.
— E a Helena?
Leon suspirou.
— Vai achar que eu tô estressado por causa das provas. Como sempre.
Naquele dia, Helena perguntou se Leon estava resfriado.
— Você tá suando, amor — disse ela. — Tá com febre?
Leon olhou para Theo, que passou correndo no corredor, usando o mesmo short safado.
— Deve ser o calor — respondeu o alfa, com a voz rouca.
Mas ninguém precisava saber que o calor vinha de outro lugar.
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