No escritório revestido de madeira escura e livros antigos, Enzo andava de um lado para o outro, como uma fera enjaulada. Os olhos ardiam. A paciência estava em ruínas.
— Papai, eu preciso achar aquela ladrazinha! — rosnou. — Aquela mulher… ela me desafiou. Me ajudou, sim, mas depois… me roubou. A arma. A mais cara. A minha favorita!
Heitor ergueu os olhos do jornal com calma.
— Justo essa arma? A relíquia de 12 milhões? — suspirou. — Merda…
Que mulher ardilosa.
— Linda, maravilhosa, ardilosa… — Enzo jogou o copo de uísque contra a parede. — Ladrazinha!
Eu vou te achar. Eu juro que vou te achar.
Heitor o observou em silêncio por alguns segundos. Depois soltou uma risada baixa, carregada de ironia.
— Interessante... meu filho, chamando uma mulher de linda.
Isso é novo. Está mesmo afetado, hein?
Enzo travou a mandíbula.
— Não começa.
— Só estou dizendo… — Heitor se levantou, ajeitando os punhos da camisa — …se vai se aventurar , que seja agora. Porque amanhã…
— O quê?
— Amanhã temos um jantar. Na casa dos Mancini. Sua noiva chegou.
Você vai conhecê-la oficialmente. Vai se sentar à mesa com ela. E vai ser agradável.
Silêncio.
Enzo piscou, sem expressão.
— Péssimo.
— É o que temos, Enzo. Vai. Coloque sua melhor cara de mafioso apaixonado.
Ou finja, pelo menos.
Enzo saiu da sala sem responder, o coração batendo com fúria e adrenalina.
O que ele não sabia…
é que o destino estava rindo dele naquele momento.
Porque a mulher que ele jurou encontrar…
era a mesma que ele estava prestes a noivar.
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Enzo Romano
A música estava alta, o ambiente quente. Gente demais. Vozes demais.
Pensamentos demais.
Entrei naquela boate como sempre: sem intenção de ficar, sem intenção de sentir.
Só queria o silêncio que o caos às vezes traz.
Foi então que a vi.
Morena. Corpo escultural. Vestido justo demais pra ser elegante, mas apertado o suficiente pra fazer os olhares sangrarem.
Ela me viu também. Atração instantânea.
Ou talvez só instinto.
Instinto eu conheço. Amor, não.
Não trocamos nomes. Apenas olhares.
E alguns minutos depois, estávamos no quarto da cobertura.
O paletó caiu primeiro. Depois a camisa. Depois os limites.
Ela tentou me tocar no rosto.
— Não. — Minha voz saiu baixa, firme. — Não toca. Só sente.
Peguei minha gravata e amarrei os pulsos dela no alto da cama.
Ela gemeu de surpresa. Eu sorri.
Ali, no controle, no domínio absoluto… era onde eu encontrava paz.
Breve, mas suficiente.
Não teve delicadeza. Nunca tem.
O prazer, pra mim, sempre foi mais sobre poder do que entrega.
Ela era bonita, sim. Quente, intensa. Mas não era diferente das outras.
Não despertava nada além de suor e cansaço.
Quando tudo acabou, me levantei.
Desamarrei suas mãos sem pressa. Joguei a gravata de lado. Fui até o banheiro.
Joguei a camisinha no vaso. Dei descarga.
Na saída, coloquei algumas notas sobre a mesa.
Ela me olhou. Esperava algo? Talvez uma palavra. Um elogio. Uma mentira qualquer.
— Obrigada pela fuga, — eu disse, pegando o paletó. — Mas agora volta pro mundo.
Saí sem olhar pra trás.
E, ainda assim…
a droga da ladrazinha ainda não saía da minha cabeça.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
bete 💗
se apaixonou ❤️❤️❤️❤️❤️
2025-07-15
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