A ponta do charuto tremia entre os dedos de Enzo Romano, mas não era pelo frio da madrugada e sim pela raiva.
Ele girava a cadeira de couro na varanda da mansão, o olhar cravado no vazio, enquanto seus homens corriam como ratos atrás de uma sombra.
— Maldita ladrazinha…
— murmurou, o maxilar trincado.
— Me salvou? Sim. Me ajudou? Talvez.
Mas roubou a minha arma.
Levantou-se num salto, chutando a cadeira para trás. Pegou o copo de uísque e o atirou contra a parede.
O estilhaço bateu contra o chão como sua paciência.
Giovane, que observava tudo com calma de serpente, deu um leve sorriso.
— Então... ficou interessado nela, foi?
Nossa ,esse tiro deve ter doído …
— foi de leve …Interessado?
— Enzo deu uma gargalhada cínica. — Eu vou caçar aquela dama da noite.
Linda. Perigosa. Ardilosa.
Ela fugiu como fumaça... mas deixou o cheiro dela em mim.
Giovane ergueu uma sobrancelha.
— Sabe o que é mais divertido, Enzo? Você parece mais ofendido por ela ter sumido… do que pela arma.
— Doce ilusão.
—Enzo aproximou-se, o olhar flamejante.
— Ela roubou a minha arma de 12 milhões.
Arma única, leiloada pela máfia. Peça histórica. E ainda por cima… com meu nome gravado.
— Ladrazinha barata...
— Giovane murmurou, quase sorrindo.
Um dos soldados entrou apressado na sala.
— Senhor, vasculhamos tudo. As câmeras, os arredores, nada. Nenhuma pista. Não deixou rastros, nem digitais.
Ela não é uma qualquer.
— Não…
— Enzo rosnou.
— Ela é uma maldita sombra.
Mas sombras só existem quando há luz.
E eu vou colocar holofotes sobre esse país inteiro até ela aparecer.
Dois dias depois
Enzo voltou ao local da emboscada.
Refez os passos dela, observou o beco, o sangue seco no chão.
Ficou parado ali por minutos, como se pudesse sentir a presença dela no ar.
— Você é esperta, ladrazinha
— murmurou, os olhos cerrados.
— Mas ninguém me desafia e vai embora impune.
...****************...
Sofi
O sol ainda nem havia rompido o céu quando o carro escuro cruzou os portões da mansão Mancini.
Sofi saiu do banco do passageiro e respirou fundo. A madrugada pesava nos ombros, mas o que mais a incomodava era o cheiro do sangue seco ainda impregnado na pele.
Na varanda, Leonardo, seu pai, apareceu com um robe de cetim e olhos semicerrados.
— Filha? O que faz aqui a essa hora?
Ela tirou a mochila das costas com um suspiro pesado.
— Fui dar uma volta na praça…
— disse, tentando manter a calma
— e vi uma movimentação estranha. Uns caras tentaram matar um sujeito. Eu me meti. Achei melhor vir logo. Não dava pra ficar mais lá.
Leonardo estreitou os olhos, mas assentiu com a cabeça.
— Fez bem, minha menina. Vai dormir. Mais tarde a gente conversa com calma.
Sofi caminhou até ele, abaixou a cabeça e murmurou:
— Benção, pai.
— Deus te abençoe, minha guerreira.
Ao entrar, Ana, sua avó, ja cozinha, preparando chá.
— va tomar um banho …
—murmurou, mas mesmo assim a acolheu com um beijo na testa.
— sim vó ,E eu trouxe mais do que sujeira… trouxe problema. Mas agora é tarde. Vou indo .
Preciso dormir e a senhora também .
Horas depois, o som de socos secos ecoava no ginásio subterrâneo da mansão.
Sofi treinava como se lutasse contra inimigos invisíveis. Cada golpe era forte, preciso, carregado de algo que ninguém conseguia ver mas todos sentiam.
Sangue nos olhos. Fúria nos punhos.
Leonardo observava de longe, em silêncio. Os olhos marejados, o peito orgulhoso.
— Que forte você ficou…
— murmurou.
— Estou cheio de orgulho, filha. E… saudades. Muitas.
Sofi parou o golpe por um instante. Olhou para o pai. Suada, ofegante, séria.
— Eu também senti falta, pai. Mas falta não me impede de lutar.
E agora… acho que tem gente me procurando.
Leonardo franziu o cenho.
— Alguém da praça?
— Talvez o homem que salvei. Ou quem ele era. Mas se vierem atrás de mim, não vão encontrar a neta da Ana.
Vão encontrar a filha do Leonardo Mancini.
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Atualizado até capítulo 115
Comments
Carla Vitor Rito
quando deacobrir que a mimada que ele nao quer casar,vai ficar doido
2025-08-23
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marciamattos mattos
Tô vendo que ela vai fazer muitos inimigos
2025-08-23
0
Maria de Fátima Espírito Santo Silva
Ansiosa pelo encontro dos dois kkkkkklkkkkkkkkkk
2025-08-21
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