A caverna ancestral, agora transformada em um refúgio improvisado, fervilhava de atividade. Luna, Karl e Mira reuniam informações, treinavam e buscavam formas de fortalecer a aliança entre vampiros e lobisomens — uma tarefa tão delicada quanto perigosa.
Enquanto Karl praticava movimentos ágeis, aperfeiçoando suas habilidades de combate, Luna estudava antigos manuscritos encontrados nas paredes da caverna. As runas brilhavam sob seus dedos, revelando segredos esquecidos sobre a lua e seu poder.
Mira, por sua vez, mantinha-se alerta às comunicações com outros guardiões espalhados pela floresta, buscando aliados que compartilhassem da mesma esperança.
Numa noite silenciosa, enquanto a lua cheia dominava o céu, um visitante inesperado chegou — um homem alto e enigmático, vestido com uma capa escura que parecia absorver a luz ao seu redor.
—Quem ousa entrar no nosso refúgio?
perguntou Karl, com voz firme, uma mão pronta para sacar sua lâmina.
O homem ergueu as mãos em sinal de paz.
—Meu nome é Darius. Venho como mensageiro dos Anciões do Clã dos Lobos.
Luna deu um passo à frente, os seus olhos brilhando com curiosidade e cautela.
— E o que os Anciões desejam?
Darias sorriu enigmaticamente.
— Uma trégua temporária ,a ameaça que se aproxima não poupará ninguém se continuarmos divididos.
Mira avaliou o estranho por um momento antes de consentir.
— Se isso é verdade, precisaremos mais do que palavras para confiar.
Assim começou uma discussão tensa sobre estratégias e possíveis alianças. O passado de desconfiança entre clãs criava barreiras difíceis de superar, mas a urgência da situação exigia coragem para romper velhos preconceitos.
Durante horas, traçaram planos para fortalecer defesas, enviar espiões e preparar contra-ataques — cada decisão carregada de risco e esperança.
No meio daquela noite carregada de incertezas, Luna sentiu algo mudar dentro dela, uma convicção profunda de que o futuro dependeria não apenas da força física, mas da união verdadeira entre aqueles que antes se viam como inimigos.
Ao olhar para Karl e Mira ao seu lado, soube que juntos poderiam enfrentar até as sombras mais densas.
O silêncio na caverna foi quebrado apenas pelo sussurro das chamas de uma pequena fogueira no centro do refúgio. Darius, Luna, Karl e Mira estavam sentados em círculo, cada um imerso em seus próprios pensamentos, mas conscientes da necessidade urgente de diálogo.
Darius quebrou o silêncio.
—Se queremos sobreviver, precisamos entender que a antiga rivalidade entre vampiros e lobisomens é nossa maior fraqueza. Os Anciões estão dispostos a negociar uma trégua mas a decisão final cabe a vocês.
Karl franziu a testa.
— E como podemos confiar em quem nos caçou por gerações? Em quem destruiu nossas famílias?
Luna sentiu o peso das palavras de Karl, mas respondeu com firmeza.
—Não podemos mudar o passado. Mas podemos escolher nosso futuro.
Mira acrescentou.
—A floresta está mudando, as forças das trevas crescem rápido demais para que continuemos separados. Precisamos encontrar um propósito comum.
Darius assentiu e então revelou um mapa antigo desenhado em couro envelhecido.
—Aqui
Disse ele apontando para uma região marcada com símbolos estranhos.
—Encontra-se o Coração da Floresta — uma fonte de poder ancestral capaz de fortalecer nossa união e repelir as trevas. Mas está protegido por armadilhas e guardiões antigos.
Luna olhou para o mapa com determinação.
—Então é para lá que devemos seguir.
Não será fácil
Alertou Mira.
—Os caminhos são traiçoeiros, e nossas diferenças podem ser exploradas pelo inimigo para nos destruir.
Durante os dias seguintes, o grupo treinou incansavelmente. Karl ensinava Luna técnicas de combate corpo a corpo, enquanto ela compartilhava com ele os conhecimentos sobre magia lunar que vinha descobrindo nos manuscritos.
Mira conduzia sessões de meditação para fortalecer a mente e o espírito, preparando-os para enfrentar as tentações e dúvidas que poderiam surgir no caminho.
Apesar do esforço conjunto, a tensão entre eles era palpável — velhas feridas e preconceitos surgiam em pequenos gestos ou palavras não ditas.
Numa noite especialmente fria, Luna surpreendeu Karl olhando para a lua cheia com um misto de saudade e tristeza.
—Está a pensar no seu clã?
Ela perguntou suavemente.
Ele virou-se lentamente.
—Sim. Eles não entenderiam essa aliança. Para eles, somos inimigos irredutíveis.
— Mas nós não precisamos ser reféns do passado .
Disse Luna segurando sua mão. Podemos ser algo novo.
Karl apertou sua mão com força, sentindo pela primeira vez uma esperança genuína crescer dentro dele.
Enquanto isso, fora da caverna, sombras se moviam silenciosamente — espiões inimigos observavam cada passo do grupo, prontos para atacar na hora certa.
A batalha pelo futuro estava apenas começando.
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Atualizado até capítulo 27
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