A alvorada ainda estava distante quando Luna e Karl finalmente chegaram à clareira escondida no coração da floresta — o lendário Santuário da Lua. Rodeado por pedras antigas cobertas de musgo e inscrições esquecidas pelo tempo, o lugar exalava uma energia ancestral que fazia a pele de ambos formigar.
—Este é o lugar, disse Luna, com reverência. Aqui, Selene canaliza seu poder para proteger os escolhidos.
Karl observava cada detalhe, sentindo a presença da Deusa em cada sombra e brilho que dançava entre as árvores.
Mas por que este santuário está tão escondido? Por que ninguém fora de nosso círculo conhece sua localização?
Luna tocou uma das pedras, sentindo o frio que emanava dela. Porque o poder que aqui reside é perigoso. Nas mãos erradas, pode destruir mais do que proteger.
Enquanto falavam, uma névoa prateada começou a se formar sobre o solo, envolvendo-os suavemente. Aos poucos, as inscrições nas pedras começaram a brilhar em um azul etéreo, revelando símbolos antigos que pareciam pulsar com vida.
No momento certo, explicou Luna, essas runas despertam para conceder força e sabedoria.
Karl fechou os olhos por um instante, absorvendo a energia que fluía ao redor deles.
—Sinto como se pudéssemos ouvir as vozes dos ancestrais.
De repente, um som melodioso ecoou pelo santuário — uma canção antiga, quase esquecida, que falava de equilíbrio entre luz e sombra, de união entre opostos.
Luna sorriu com emoção.
—Selene nos chama para iniciar o ritual.
Eles se posicionaram no centro da clareira, onde havia um círculo desenhado com pó lunar. Ao unirem as mãos novamente, a energia entre eles se intensificou — era como se os elementos da natureza respondessem à sua aliança.
Este ritual fortalecerá nossos laços, explicou Luna enquanto entoavam palavras em uma língua perdida. Mas também nos conectar ao poder maior da lua.
Enquanto as palavras ganhavam força, uma luz prateada os envolveu completamente. Dentro daquele brilho intenso, visões começaram a surgir: batalhas antigas entre vampiros e lobisomens, momentos de paz interrompidos pela desconfiança, e por fim — uma esperança renovada.
Quando a luz finalmente diminuiu, Karl abriu os olhos com um novo brilho de determinação.
— Nossa jornada só está começando, disse ele firmemente.
Luna assentiu.
— E teremos que enfrentar não apenas inimigos externos mas também os medos dentro de nós mesmos.
O Santuário da Lua havia lhes concedido mais do que poder — havia dado um propósito renovado.
Enquanto a luz prateada do ritual se dissipava lentamente, Luna sentiu um peso estranho em seu peito — não era apenas a energia do santuário, mas uma inquietação que parecia crescer dentro dela.
Karl percebeu seu silêncio e inclinou a cabeça. Está tudo bem?
Ela respirou fundo, tentando ordenar os pensamentos turbulentos.
— É só que sinto medo. Medo do que podemos nos tornar.
Ele assentiu com compreensão.
—Eu também sinto isso. A transformação não é apenas física, mas espiritual. Temos que aprender a aceitar todas as partes de nós mesmos as sombras e a luz.
Nesse momento, um som suave vindo da trilha chamou sua atenção. Uma figura se aproximava com passos leves e decididos. Era uma jovem mulher, com cabelos negros como a noite e olhos verdes cintilantes.
Quem é você?”perguntou Luna, instintivamente colocando-se ao lado de Karl
A mulher sorriu gentilmente.
— Meu nome é Mira. Sou guardiã dos caminhos secretos da floresta e amiga de Selene.
Karl relaxou ligeiramente.
— O que traz você até aqui?
— Mira olhou para o santuário com reverência. Selene me enviou para ajudá-los. A escuridão que se aproxima é maior do que vocês imaginam, e precisarão de aliados para enfrentar.
Luna sentiu um fio de esperança acender em seu coração. Como podemos confiar? Até mesmo nossos clãs nos rejeitam.
Mira tocou o amuleto em forma de lua crescente pendurado no pescoço.
— Confiança é construída passo a passo, mas Selene acredita em vocês — e eu também.
Enquanto conversavam, os primeiros raios de sol começaram a romper entre as árvores, iluminando a clareira com uma luz dourada e quente.
Temos pouco tempo, alertou Mira.
— Os inimigos já estão se mobilizando para atacar o santuário e destruir qualquer esperança de união.
Karl fechou os punhos com determinação.
— Então devemos preparar nossa defesa e encontrar outros como nós.
Luna concordou.
— Precisamos mostrar que juntos somos mais fortes do que qualquer medo ou preconceito.
A manhã avançava, trazendo consigo promessas de desafios difíceis, mas também de novas alianças — uma jornada que testaria não apenas as suas forças físicas, mas a coragem dos seus corações.
O sol subia lentamente, filtrando seus primeiros raios entre as copas das árvores, enquanto o ter apenas as suas para partir do santuário. O ar estava carregado de uma tensão palpável, como se a floresta toda segurasse a respiração diante do que estava por vir.
Mira conduziu-os por uma trilha escondida, onde raízes entrelaçadas formavam um tapete natural sob seus pés. Há um lugar seguro onde podemos reunir aliados, explicou ela. Mas é preciso agir rápido.
Karl olhou para Luna, buscando nela a mesma determinação que sentia pulsar no seu próprio peito.
— Você está pronta para enfrentar o que nos espera
Ela respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade, mas também uma chama ardendo dentro de si.
Não temos escolha. Se não lutarmos agora, tudo estará perdido.
Enquanto caminhavam, Mira começou a contar histórias antigas, lendas dos primeiros acordos entre vampiros e lobisomens — histórias que poucos ousavam lembrar.
— Dizem que a lua já foi testemunha de uma paz sagrada, disse Mira com reverência. Mas a ganância e o medo destruíram essa harmonia.
Luna refletiu sobre essas palavras; era como se cada passo os levasse não apenas através da floresta, mas também pelo tempo — até um passado onde tudo ainda podia ser salvo.
De repente, um estalo seco soou à frente. Os três pararam imediatamente, olhos atentos à escuridão entre as árvores.
Não estamos sozinhos murmurou Karl.
Antes que pudessem reagir, sombras surgiram — figuras encapuzados emergindo silenciosamente dos arbustos. Eram espiões dos clãs rivais, enviados para vigiar qualquer movimento no santuário.
Mira ergueu as mãos lentamente, entoando palavras em um tom baixo e firme. Uma barreira invisível pareceu se formar ao redor deles, repelindo os intrusos por alguns instantes.
—Não podemos ficar aqui, alertou ela. Precisamos alcançar o refúgio antes que venham mais.
Com passos ágeis e coordenados, eles avançaram pela trilha secreta até uma caverna oculta por trepadeiras e sombras espessas — um lugar onde poderiam planejar sua próxima jogada.
Dentro da caverna, o ar era fresco e úmido; paredes cobertas de símbolos antigos brilhavam suavemente sob a luz da lua refletida em cristais dispersos pelo chão.
Karl fechou os olhos e respirou profundamente.
— Este será nosso quartel-general. Aqui construiremos nossa força.
Luna sentiu uma mistura de medo e esperança crescendo dentro dela — sabia que a jornada seria árdua, mas também compreendia que aquele era apenas o começo de algo muito maior.
Mira sorriu com confiança.
— Juntos, podemos restaurar o equilíbrio.
E assim, sob a proteção silenciosa da caverna ancestral, os três começaram a traçar planos para enfrentar as sombras que ameaçavam engolir seu mundo.
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Atualizado até capítulo 27
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