Quando Luna e Kael retiraram as mãos do círculo arcano, um silêncio reverente tomou conta da floresta. As folhas pararam de sussurrar, os animais noturnos cessaram seus chamados — parecia que o próprio tempo aguardava o próximo movimento deles.
Luna sentiu uma brisa suave acariciar seu rosto, trazendo consigo um aroma familiar, misto de terra molhada e flores noturnas. Era como se a floresta estivesse viva, consciente da aliança recém-formada.
—Você sente isso? perguntou ela, olhando para Kael com uma mistura de surpresa e admiração.
Ele assentiu, os olhos dourados brilhando intensamente. É como se a lua tivesse entrado em nós.
Por um momento, ambos ficaram imóveis, absorvendo aquela sensação única. Mas logo a serenidade foi quebrada por um som distante — um uivo profundo que reverberou pelo vale.
Kael franziu o cenho.
—Não estamos sozinhos.
Luna apertou os punhos, sentindo o sangue pulsar mais rápido. Os antigos inimigos... eles sabem.
Era verdade. A notícia daquela união proibida já começava a se espalhar pelas sombras do mundo sobrenatural. Vampiros tradicionais viam naquela aliança uma traição; lobisomens mais puros, um abominável desvio da natureza.
Mas Selene os havia escolhido exatamente por isso — porque só juntos poderiam enfrentar a ameaça que crescia além das fronteiras conhecidas.
Precisamos encontrar o Santuário da Lua, disse Luna com firmeza. Lá teremos proteção e poder para enfrentar o que vem.
Kael concordou.
— E devemos ser rápidos. A escuridão não espera.
Enquanto se preparavam para partir, uma figura surgiu entre as árvores — uma mulher alta, vestida com um manto prateado que parecia feito de luz lunar líquida. Seus olhos eram como estrelas distantes e sua presença emanava uma paz profunda.
—Eu sou Selene, disse ela em voz suave mas firme. Guardarei vocês enquanto caminharem sob minha bênção.
Luna e Kael se curvaram respeitosamente diante da Deusa da Lua. Era raro sentir-se tão pequeno diante de algo tão imenso — uma força que transcende o tempo e o espaço.
Selene estendeu as mãos, tocando levemente as testas deles. Uma onda de energia luminosa percorreu seus corpos novamente; desta vez mais intensa, quase sagrada.
Vocês carregarão em si o poder dos ciclos lunares — luz e sombra entrelaçadas em equilíbrio. Mas saibam: essa jornada exigirá sacrifícios.
Kael apertou os dentes, preparado para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente.
—Estamos prontos, respondeu ele com convicção.
Selene sorriu como quem vê uma esperança renascendo no caos. Então sigam com coragem. E lembrem-se: mesmo nas noites mais escuras, a lua sempre retorna para guiar os perdidos.
Com essas palavras ecoando na mente deles, Luna e Kael Partiram trilha iluminada pela lua cheia, iniciando uma aventura que mudaria as suas vidas — e talvez todo o mundo sobrenatural — para sempre.
Enquanto caminhavam pela trilha que serpenteava entre as árvores antigas, Luna sentia o peso da responsabilidade apertando seu peito. A aliança com Karl ainda parecia um sonho distante, algo que sua mente racional teimava em rejeitar, mas seu coração sabia ser real.
Kael, ela começou, hesitante, você realmente acredita que vampiros e lobisomens podem superar séculos de rivalidade? De ódio?
Ele lançou um olhar profundo para ela, seus olhos dourados refletindo a luz da lua. Não é uma questão de acreditar, Luna. É uma questão de necessidade. O mundo está mudando. Se continuarmos separados, pereceremos sozinhos.
Ela assentiu lentamente. Selene falou sobre sacrifícios... O que você acha que teremos que perder?
Kael suspirou, olhando para o céu estrelado. Tudo nossas famílias, nossas tradições... talvez até a nossa própria natureza.
Luna engoliu em seco. E o medo? A dúvida?
Devem existir sempre, ele respondeu com um sorriso triste. Mas também existe a esperança — e essa é uma força poderosa.
Eles continuaram andando em silêncio por alguns minutos até que ouviram novamente o uivo distante, mais próximo desta vez. Kael parou e farejou o ar.
Eles estão vindo, disse ele com firmeza.
“Quantos?” perguntou Luna.
“Uma matilha inteira. Lobos selvagens — e não todos eles amigos.”
Luna sentiu seus instintos se aguçar; seu corpo era feito para a noite e para o combate silencioso.
Então vamos mostrar a eles o que significa união, declarou ela, com os olhos brilhando de determinação.
De repente, da escuridão surgiram figuras encapuzados — vampiros hostis e lobisomens rancorosos unidos por um ódio antigo contra qualquer tentativa de aliança.
Kael colocou-se à frente de Luna, rosnando baixinho enquanto sua forma começava a mudar — os pelos prateados se alongaram, músculos se expandiram; ele estava prestes a se transformar na fera completa.
Luna sorriu com confiança. Seus dentes afiados reluziam sob a luz da lua enquanto ela preparava suas garras invisíveis para o confronto.
Por Selene, sussurrou ela.
E assim começou a batalha dos híbridos — não apenas pela sobrevivência deles mesmos, mas pelo futuro de todos os seres sob a bênção da lua.
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Atualizado até capítulo 27
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