capítulo 5

O cio não pediu licença. Ele simplesmente chegou.

Na manhã seguinte, quando Léo entrou na sala, todos sentiram. O cheiro doce, quente, desesperadamente envolvente, invadiu os corredores. Alguns alfas engasgaram. Outros desviaram os olhos, envergonhados. Alguns começaram a salivar.

E Lucas?

Lucas travou os punhos e sentiu o mundo desabar.

Léo entrou devagar, a pele brilhando, os olhos semicerrados, as bochechas coradas. Estava com o uniforme meio desleixado, a gravata afrouxada e um suéter por cima que não escondia nada do cheiro que se espalhava como uma névoa.

Lucas foi até ele sem pensar.

— Você não devia ter vindo hoje. — sussurrou, já empurrando o corpo do ômega para o canto mais discreto do corredor.

— Eu não consigo pensar, Lucas. — Léo gemeu, agarrando a camisa dele. — Eu… eu preciso de você. Agora.

— Então vamos sair daqui. Vem comigo.

Mas antes que pudessem escapar, alguém os interceptou.

Vitor.

— Olha só... o ômegazinho finalmente entrou no cio. — o beta falou, com um sorriso cruel. — E você trouxe isso pra escola? Pra exibir pro seu namorado? Ou pra ver quem vem marcar primeiro?

Lucas rosnou. Literalmente.

— Sai da frente.

— E se eu não quiser? Talvez eu queira provar o que você anda guardando, Léo.

O ômega agarrou Lucas pelo braço, se escondendo atrás dele.

— Não deixa ele chegar perto. Por favor.

E foi aí que Lucas viu vermelho.

Sem pensar, sem medir, sem hesitar — ele empurrou Vitor com força contra os armários.

— NÃO ENCOSTA NELE. Ele é meu.

— Que fofo. Mas você ainda nem pediu ele em namoro, né? Ou vai marcar sem nem assumir?

O corredor ficou em silêncio. Alunos começaram a se acumular.

Lucas olhou pra Léo. Viu os olhos vidrados, suplicando.

E foi ali, com o coração em chamas, que ele deu um passo pra frente, ergueu a voz e falou alto, firme, como se fosse uma declaração de guerra e amor ao mesmo tempo:

— Léo. Você quer namorar comigo? Aqui. Agora. Na frente de todo mundo.

O corredor explodiu em murmúrios.

Léo, mesmo no cio, mesmo com a respiração falha, sorriu.

— Quero. Claro que quero, seu idiota.

Lucas puxou ele pra perto, colando os corpos, e sussurrou:

— Agora vamos sair daqui antes que eu te marque na frente da escola inteira.

Eles correram.

Saíram pelos fundos. Invadiram a sala de manutenção vazia. Trancaram a porta. O cheiro do cio já era quase insuportável. Léo estava quente demais, arfando, as pernas falhando.

Lucas encostou ele na parede e se ajoelhou, colando o rosto na barriga exposta do ômega.

— Você tá tremendo...

— Eu preciso, Lucas. Eu preciso sentir você em mim. Preciso da sua marca. Eu… — ele gemeu. — Eu sou seu. Só seu. Por favor.

Lucas se ergueu, puxando a camisa de Léo pela cabeça, deixando a pele à mostra. O corpo dele era como um vício. Cada parte parecia implorar por toque. Por boca. Por dentes.

E ele deu.

Beijou o pescoço. Mordiscou o ombro. Passou a língua pela clavícula. Léo gemia, arfava, agarrando os cabelos dele.

— Me marca, Lucas. Marca logo. Ou eu vou implorar até perder a voz.

Lucas segurou firme na cintura dele e rosnou baixo.

— Tem certeza?

— Certeza que sou seu. Desde o primeiro olhar.

A mordida veio firme, profunda, no ponto exato onde o instinto mandava. Léo gritou baixo, os olhos se revirando, o corpo inteiro se contorcendo de prazer e alívio.

Era mais do que desejo. Era aceitação. Conexão.

Quando a marca se firmou, os dois caíram no chão, ofegantes, colados, tremendo.

Léo ria entre lágrimas.

— Agora eu sou seu mesmo, né?

Lucas o abraçou apertado.

— E eu sou seu. Até o fim.

Quando voltaram pra sala, a escola inteira já sabia.

E Vitor? Sumiu por uns dias. Mas havia olhares por todos os lados. Uns de inveja. Outros de admiração. Muitos de surpresa.

Mas Lucas não ligava.

Ele andava com Léo de mãos dadas pelos corredores. O curativo no pescoço não escondia a marca. E a forma como os dois se olhavam deixava claro: era amor. Era posse. Era desejo controlado por um fio.

E ninguém ia separar aquilo.

Ninguém.

…Ou será que alguém ainda estava tentando?

O número desconhecido voltou a mandar mensagem:

“Parabéns pela marca. Agora vamos ver quanto tempo esse namoro sobrevive.”

Lucas apagou a tela. E dessa vez, rosnou de verdade.

Porque se alguém mexesse com Léo agora…

…ia descobrir o pior lado de um alfa que parecia tímido.

Mas que, por amor, se tornava perigoso.

Mais populares

Comments

pandinhaarmy 🇰🇷🇧🇷

pandinhaarmy 🇰🇷🇧🇷

muito bom/Ok/

2025-07-14

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!