A tarde estava abafada. O tipo de calor que grudava na pele, deixava o ar espesso e os pensamentos lentos. E talvez tenha sido por isso que Lucas perdeu o bom senso e mandou mensagem pra Léo logo depois da última aula:
“Me encontra na minha casa. Agora.”
Dois segundos depois, a resposta veio:
“No seu quarto? Ou vai me deixar no sofá como bom menino de família?”
Lucas só respondeu com o endereço.
Léo chegou em 20 minutos.
O cabelo molhado denunciava que ele tinha tomado banho só pra isso. Estava com uma camiseta justa e calça colada demais — tudo em preto. Quando Lucas abriu a porta, precisou engolir o instinto de puxá-lo ali mesmo no corredor.
— Seus pais estão? — Léo perguntou, sorrindo enquanto entrava, olhando em volta.
— Trabalhando. Só chegam à noite. — respondeu, tentando soar casual.
— Que conveniente… — o ômega comentou, já caminhando em direção à escada como se conhecesse o lugar.
Lucas o seguiu, tentando não encarar tanto o jeito como a calça moldava as pernas finas. Ou como a camiseta revelava parte da cintura quando ele subia os degraus com aquele andar lento.
O quarto do alfa era simples: cama grande, um armário, uma estante com livros, e um ventilador de teto girando devagar.
Assim que a porta fechou, Léo virou.
— Vai mesmo me deixar sozinho aqui ou vai fazer o que quer?
Lucas respirou fundo, os olhos escurecendo com o cheiro que se espalhava. O perfume natural de Léo parecia mais doce, mais denso, como se o corpo dele soubesse exatamente o que estava prestes a acontecer.
— Você veio pra me provocar?
— Eu respiro e você já fica tremendo, Lucas. Eu nem preciso provocar.
O alfa avançou de uma vez, segurando a cintura dele, puxando com força. Léo soltou um riso baixo, mas logo foi silenciado por um beijo intenso, molhado, faminto. As mãos do ômega já deslizavam por baixo da camisa do alfa, arranhando o abdômen.
— Tira isso. — Léo sussurrou entre beijos, puxando a camisa dele.
Lucas obedeceu.
Em segundos, a camiseta estava no chão, e Léo colava o corpo no dele, as mãos passando pelos músculos, a boca mordendo o ombro. O cheiro estava forte. Excitante. Um misto de desejo e feromônio.
Lucas segurou firme nas coxas dele, levantando-o com facilidade e o jogando sobre a cama.
— Achei que era tímido... — Léo sussurrou, já deitado, o cabelo bagunçado e a respiração ofegante.
— Você tá me fazendo perder o controle.
O alfa se ajoelhou na beira da cama, deslizando as mãos pelas pernas dele, puxando devagar a calça. Léo mordeu o lábio, provocante.
Quando as roupas foram saindo uma por uma, os olhos de Lucas ardiam de desejo. Mas ele ainda hesitava. Ainda lutava com a ideia de machucar, de passar do limite.
Léo percebeu.
— Não precisa me tratar como vidro, Lucas. Eu quero isso. Quero você. — ele puxou o rosto dele com as duas mãos e sussurrou — Quero você em mim. Todo.
Lucas gemeu baixo, e foi a última coisa que pensou antes de perder o juízo.
Os corpos se encontraram com pressa. Léo deixava marcas no pescoço dele com mordidas, enquanto o alfa explorava cada centímetro de pele com a boca. As mãos corriam soltas, segurando firme, apertando. O calor dos dois era quase insuportável. Mas o prazer de finalmente estarem juntos daquele jeito era maior.
Léo soltava gemidos roucos no ouvido dele, os dedos cravados nas costas largas. Lucas sentia os olhos dourados brilharem cada vez que Léo sussurrava seu nome entre gemidos.
— Você é tão bom... tão quente... — ele dizia, arfando.
Lucas tremia. O instinto de marcar começava a borbulhar.
Mordeu o próprio lábio, tentando conter o impulso de cravar os dentes no pescoço exposto e pedir pra ele nunca mais sair de perto. Mas Léo sentiu.
— Vai me marcar? — perguntou no meio do caos. — Tá se segurando por quê?
— Porque eu sei que se fizer isso agora... não vou deixar mais ninguém chegar perto de você.
Léo sorriu com malícia, as pernas ainda enroscadas na cintura do alfa.
— Então marca, Lucas. Me prende em você.
Mas nesse instante, um barulho soou na porta de entrada.
— Filho? Chegamos mais cedo! — a voz da mãe dele ecoou.
O pânico congelou os dois.
Lucas levantou num pulo, tropeçando nas roupas. Léo caiu da cama rindo, enquanto tentava achar a calça.
— Lucas?! — a mãe chamou de novo, subindo as escadas.
— RÁPIDO. No armário! — Lucas sussurrou, puxando Léo pela mão.
— No armário? Clichê... mas delicioso. — Léo riu, entrando no espaço apertado entre os casacos.
Lucas jogou as roupas dentro, trancou e sentou na cama, suando.
A porta se abriu.
— Filho? Está tudo bem?
— T-tô, mãe! Só... dormindo.
Ela olhou desconfiada.
— Dormindo em pé?
— Estava indo deitar.
Ela olhou o quarto.
— Por que tá tão quente aqui?
— O... ventilador quebrou.
Ela suspirou.
— Certo. Desce quando quiser comer. Trouxe sua sobremesa favorita.
Quando ela saiu, Lucas correu até o armário e abriu.
Léo estava encolhido, meio pelado, sorrindo vitorioso.
— Quase fomos pegos. — Lucas disse, ofegante.
— Mas não fomos. — ele mordeu o lábio, puxando Lucas pela gola. — E agora quero terminar o que começamos. Só que com as luzes apagadas, a porta trancada e... você dentro de mim, alfa tímido.
Lucas gemeu, fechou a porta outra vez e trancou.
E dessa vez, não se segurou.
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Atualizado até capítulo 38
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