Lucas passou o fim de semana inteiro com a cabeça no ômega.
Na verdade, com mais do que a cabeça.
Léo estava em cada pensamento, em cada respiração mais pesada, em cada arrepio solitário durante a madrugada. E pior: o beijo entre eles tinha sido real. Intenso. Tinha sentido o corpo inteiro reagindo como se aquele fosse o instinto que ele vinha segurando a vida toda.
Mas agora era segunda-feira. Lucas estava de volta ao corredor da escola, de volta à sua rotina de andar olhando pro chão e evitar encrenca. Só que agora ele era o centro dos olhares.
E Léo? Léo fingia que nada tinha acontecido.
Estava com a camisa do uniforme aberta até quase o peito. O colar com pingente batendo contra a pele bronzeada. Sentado na carteira de trás, batendo a caneta contra a boca, olhando pra qualquer lugar — menos pra ele.
Lucas se remexeu desconfortável na cadeira. Ainda sentia o gosto dele. E o cheiro. E a sensação das mãos ousadas demais passando por debaixo da blusa.
E por que ele estava evitando?
Será que se arrependeu?
Será que era tudo brincadeira?
Durante a aula de biologia, Lucas finalmente olhou pra trás. O coração martelava no peito. Queria dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas Léo nem se virou. Só deu um sorrisinho de canto quando percebeu o olhar, e então olhou pra janela.
Frio. Irritante. Sensual.
Quando o sinal tocou, Lucas foi até ele.
— Léo, posso falar com você?
— Pode, mas não quer dizer que eu vá ouvir. — ele respondeu, levantando com aquele gingado de ômega seguro de si.
— Por que tá me ignorando?
Léo se aproximou, até o peito quase encostar no do alfa. — Eu não tô te ignorando. Tô esperando você fazer alguma coisa além de ficar vermelho e fugir.
— Eu não fugi. — Lucas disse, tentando manter a voz firme.
— Ah, não? Porque sexta você me beijou como se quisesse me levar pra casa, e agora parece que quer fingir que sou só mais um colega de sala. Decide, grandão. Ou me evita, ou me beija de novo.
Aquilo foi a faísca.
Lucas segurou o pulso dele, firme, e o arrastou pra dentro da sala de material, que estava sempre vazia entre os intervalos. Trancou a porta atrás deles.
— Vai me bater? — Léo provocou, encostado na parede, com o sorriso debochado no rosto.
— Não... mas se continuar falando assim comigo, vou fazer coisa pior.
— Promete?
Lucas se aproximou, hesitante por um segundo, mas o cheiro doce de Léo — um misto de fruta madura com provocação — estava ali, encostando nele como se chamasse o instinto. Ele empurrou o ômega contra a parede, colando o corpo ao dele, mãos nos quadris.
— Você me provoca desse jeito e quer que eu aja como? — sussurrou contra o pescoço dele.
— Marcando. — foi a única palavra que Léo murmurou, com um gemido sutil, os olhos semicerrados.
Lucas rosnou baixo, os olhos começando a brilhar com aquele dourado característico de alfas em alerta.
Ele encostou os lábios no pescoço do ômega, roçando a pele com os dentes, sentindo o corpo de Léo se arrepiar. Uma das mãos desceu pela cintura até a parte de trás, apertando com força, e Léo soltou um gemido abafado, agarrando os ombros dele.
— Tá com medo, alfa? — ele sussurrou, rindo, mesmo com a respiração falha.
Lucas deslizou a boca pelo maxilar dele, até chegar ao canto da boca, e mordeu leve.
— Tô com medo de não conseguir parar.
Léo puxou a camisa dele, passando as mãos por dentro, até tocar o abdômen trincado.
— Então não para. Vamos ver até onde você aguenta.
E eles se beijaram de novo. Mais bruto, mais urgente. Léo colava, mordia, puxava, e Lucas tentava manter o controle, mas cada provocação arrancava dele um gemido grave, um instinto cada vez mais feroz.
Só pararam quando ouviram passos do outro lado da porta. Lucas se afastou, ofegante. Léo ajeitou a camisa, rindo.
— Nervoso, alfa?
— Você é impossível.
— E você adora.
Ele piscou e saiu antes dele.
---
Na hora do almoço, Léo foi até o pátio com outro grupo de ômegas. Um deles, Vitor, encostou no braço dele e cochichou algo. Os dois riram.
Lucas observou de longe, o maxilar travado.
Vitor era um ômega beta, bonito, simpático e... claramente interessado em Léo.
E Léo... deixou ele abraçar, tocar, sentar do lado colado.
O peito de Lucas queimava.
Foi quando Vitor passou a mão pela coxa de Léo que Lucas levantou. Não pensou. Só atravessou o pátio e parou na frente dos dois.
— Dá pra parar?
Vitor arregalou os olhos.
— Perdão? Tá falando comigo?
— Tô. Tira a mão dele.
Léo ergueu uma sobrancelha.
— Lucas, o que você tá fazendo?
— Isso. — e puxou Léo pelo braço, afastando-o do banco, enquanto todos começavam a olhar.
— Você enlouqueceu? — Léo perguntou, entre chocado e excitado.
— Não gosto de ver outro cara te tocando.
— Achei que a gente não era nada.
Lucas olhou firme pra ele.
— Então vamos ser.
Léo ficou parado por um segundo, os olhos se arregalando. Mas logo sorriu.
— Tá me pedindo em namoro, alfa tímido?
— Tô dizendo que você é meu.
— Então prova.
Lucas segurou a nuca dele, colou os corpos e o beijou ali mesmo, no meio do pátio. Sem vergonha. Sem se importar com os olhares.
Foi um beijo marcado por ciúme, raiva e desejo. As bocas se encontraram como se o mundo fosse explodir em seguida. Mãos agarrando, corpos encostando, respirações pesadas. Quando se afastaram, Léo estava corado, ofegante, e com a blusa torta.
— Agora sim. — ele sussurrou, sorrindo de canto.
Lucas olhou ao redor. Todos estavam em choque. Vitor foi embora com cara de nojo.
Mas Lucas só enxergava Léo.
— Ainda acha que sou tímido?
— Ainda acho que você vai me marcar em menos de uma semana. — ele respondeu, lambendo os próprios lábios.
E no fundo... Lucas queria mesmo
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Monica De Carvalho Carvalho
Eu só não entendo essa questão de Leo querer que o Lucas marque ele , a marcação é algo sério e para toda a vida, não sendo uma coisa banal.
2025-07-15
0
Kauan
eu dou menos de uma semana para Lucas marca Léo /Smug/
2025-07-12
1
Kauan
ciúmes /Proud/
2025-07-12
1