capítulo 2

Lucas passou o fim de semana inteiro com a cabeça no ômega.

Na verdade, com mais do que a cabeça.

Léo estava em cada pensamento, em cada respiração mais pesada, em cada arrepio solitário durante a madrugada. E pior: o beijo entre eles tinha sido real. Intenso. Tinha sentido o corpo inteiro reagindo como se aquele fosse o instinto que ele vinha segurando a vida toda.

Mas agora era segunda-feira. Lucas estava de volta ao corredor da escola, de volta à sua rotina de andar olhando pro chão e evitar encrenca. Só que agora ele era o centro dos olhares.

E Léo? Léo fingia que nada tinha acontecido.

Estava com a camisa do uniforme aberta até quase o peito. O colar com pingente batendo contra a pele bronzeada. Sentado na carteira de trás, batendo a caneta contra a boca, olhando pra qualquer lugar — menos pra ele.

Lucas se remexeu desconfortável na cadeira. Ainda sentia o gosto dele. E o cheiro. E a sensação das mãos ousadas demais passando por debaixo da blusa.

E por que ele estava evitando?

Será que se arrependeu?

Será que era tudo brincadeira?

Durante a aula de biologia, Lucas finalmente olhou pra trás. O coração martelava no peito. Queria dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas Léo nem se virou. Só deu um sorrisinho de canto quando percebeu o olhar, e então olhou pra janela.

Frio. Irritante. Sensual.

Quando o sinal tocou, Lucas foi até ele.

— Léo, posso falar com você?

— Pode, mas não quer dizer que eu vá ouvir. — ele respondeu, levantando com aquele gingado de ômega seguro de si.

— Por que tá me ignorando?

Léo se aproximou, até o peito quase encostar no do alfa. — Eu não tô te ignorando. Tô esperando você fazer alguma coisa além de ficar vermelho e fugir.

— Eu não fugi. — Lucas disse, tentando manter a voz firme.

— Ah, não? Porque sexta você me beijou como se quisesse me levar pra casa, e agora parece que quer fingir que sou só mais um colega de sala. Decide, grandão. Ou me evita, ou me beija de novo.

Aquilo foi a faísca.

Lucas segurou o pulso dele, firme, e o arrastou pra dentro da sala de material, que estava sempre vazia entre os intervalos. Trancou a porta atrás deles.

— Vai me bater? — Léo provocou, encostado na parede, com o sorriso debochado no rosto.

— Não... mas se continuar falando assim comigo, vou fazer coisa pior.

— Promete?

Lucas se aproximou, hesitante por um segundo, mas o cheiro doce de Léo — um misto de fruta madura com provocação — estava ali, encostando nele como se chamasse o instinto. Ele empurrou o ômega contra a parede, colando o corpo ao dele, mãos nos quadris.

— Você me provoca desse jeito e quer que eu aja como? — sussurrou contra o pescoço dele.

— Marcando. — foi a única palavra que Léo murmurou, com um gemido sutil, os olhos semicerrados.

Lucas rosnou baixo, os olhos começando a brilhar com aquele dourado característico de alfas em alerta.

Ele encostou os lábios no pescoço do ômega, roçando a pele com os dentes, sentindo o corpo de Léo se arrepiar. Uma das mãos desceu pela cintura até a parte de trás, apertando com força, e Léo soltou um gemido abafado, agarrando os ombros dele.

— Tá com medo, alfa? — ele sussurrou, rindo, mesmo com a respiração falha.

Lucas deslizou a boca pelo maxilar dele, até chegar ao canto da boca, e mordeu leve.

— Tô com medo de não conseguir parar.

Léo puxou a camisa dele, passando as mãos por dentro, até tocar o abdômen trincado.

— Então não para. Vamos ver até onde você aguenta.

E eles se beijaram de novo. Mais bruto, mais urgente. Léo colava, mordia, puxava, e Lucas tentava manter o controle, mas cada provocação arrancava dele um gemido grave, um instinto cada vez mais feroz.

Só pararam quando ouviram passos do outro lado da porta. Lucas se afastou, ofegante. Léo ajeitou a camisa, rindo.

— Nervoso, alfa?

— Você é impossível.

— E você adora.

Ele piscou e saiu antes dele.

---

Na hora do almoço, Léo foi até o pátio com outro grupo de ômegas. Um deles, Vitor, encostou no braço dele e cochichou algo. Os dois riram.

Lucas observou de longe, o maxilar travado.

Vitor era um ômega beta, bonito, simpático e... claramente interessado em Léo.

E Léo... deixou ele abraçar, tocar, sentar do lado colado.

O peito de Lucas queimava.

Foi quando Vitor passou a mão pela coxa de Léo que Lucas levantou. Não pensou. Só atravessou o pátio e parou na frente dos dois.

— Dá pra parar?

Vitor arregalou os olhos.

— Perdão? Tá falando comigo?

— Tô. Tira a mão dele.

Léo ergueu uma sobrancelha.

— Lucas, o que você tá fazendo?

— Isso. — e puxou Léo pelo braço, afastando-o do banco, enquanto todos começavam a olhar.

— Você enlouqueceu? — Léo perguntou, entre chocado e excitado.

— Não gosto de ver outro cara te tocando.

— Achei que a gente não era nada.

Lucas olhou firme pra ele.

— Então vamos ser.

Léo ficou parado por um segundo, os olhos se arregalando. Mas logo sorriu.

— Tá me pedindo em namoro, alfa tímido?

— Tô dizendo que você é meu.

— Então prova.

Lucas segurou a nuca dele, colou os corpos e o beijou ali mesmo, no meio do pátio. Sem vergonha. Sem se importar com os olhares.

Foi um beijo marcado por ciúme, raiva e desejo. As bocas se encontraram como se o mundo fosse explodir em seguida. Mãos agarrando, corpos encostando, respirações pesadas. Quando se afastaram, Léo estava corado, ofegante, e com a blusa torta.

— Agora sim. — ele sussurrou, sorrindo de canto.

Lucas olhou ao redor. Todos estavam em choque. Vitor foi embora com cara de nojo.

Mas Lucas só enxergava Léo.

— Ainda acha que sou tímido?

— Ainda acho que você vai me marcar em menos de uma semana. — ele respondeu, lambendo os próprios lábios.

E no fundo... Lucas queria mesmo

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Comments

Monica De Carvalho Carvalho

Monica De Carvalho Carvalho

Eu só não entendo essa questão de Leo querer que o Lucas marque ele , a marcação é algo sério e para toda a vida, não sendo uma coisa banal.

2025-07-15

0

Kauan

Kauan

eu dou menos de uma semana para Lucas marca Léo /Smug/

2025-07-12

1

Kauan

Kauan

ciúmes /Proud/

2025-07-12

1

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