— Propostas e Limites

Depois da reunião, Ricardo Tanaka não se conteve. Aproximou-se de Júlia com um sorriso confiante e olhos que avaliavam cada gesto dela com interesse demais para ser apenas profissional.

— Srta. Moreau, quero investir diretamente com você. É uma oportunidade única.

Ela o ouviu com atenção, mantendo a expressão impassível, mas os olhos — esses brilhavam com um interesse calculado.

— Agradeço a proposta, Ricardo. Mas antes de qualquer passo, preciso consultar meu chefe. — Tirou o cartão do bolso e entregou com elegância. — Entrarei em contato assim que tiver uma resposta.

Ricardo sorriu, satisfeito, enquanto ela se afastava com sua postura impecável — dona do ambiente e da situação.

No corredor, Eduardo a esperava. Ombros tensos. Olhar afiado.

— Como foi? — perguntou, tentando manter a voz neutra.

— Ele quer investir diretamente comigo — respondeu ela, com a naturalidade de quem sabe exatamente o que está fazendo. — Falei que consultaria o senhor e retornaria.

Eduardo arqueou uma sobrancelha, olhos presos no rosto dela.

— Sua desenvoltura ultrapassa o que eu esperava. Você está movimentando as peças certas.

Ela apenas sorriu, como quem já sabia disso.

Mais tarde, durante o coffee break, outro investidor — mais ousado — se aproximou.

— Júlia, que tal um jantar? Gostaria de conhecê-la além da mesa de negócios.

Antes que ela respondesse, Eduardo surgiu ao lado, tom cortante e postura rígida:

— Não acho apropriado. Aqui, negócios são negócios. O que acontece fora daqui não me interessa — disse, seco.

O investidor recuou com um sorriso desconcertado.

Horas depois, já no escritório, Eduardo analisava relatórios com pouca concentração. Júlia atendeu uma ligação no celular, e a mudança na expressão dele foi imediata.

— Júlia — disse a voz de Ricardo, do outro lado da linha —, queria discutir alguns detalhes pessoalmente. Que tal um jantar hoje à noite?

Ela ouviu com calma, o olhar cruzando com o de Eduardo, que agora a observava com os punhos cerrados e o maxilar tenso.

— Parece que meu chefe não gostou muito da ligação — comentou ela ao telefone, com um sorriso discreto.

Eduardo se levantou da cadeira. Respirou fundo, tentando manter o controle.

— Isso não é um jogo, Júlia. São negócios.

— Justamente por isso vou aceitar o jantar com Ricardo. E talvez o outro também. Afinal, negócios também se constroem fora da mesa, não acha?

Ela cruzou os braços, erguendo o queixo, desafiadora.

Eduardo se aproximou um passo. Sua voz agora era baixa e carregada de tensão:

— Você sabe até onde pode ir. E eu sei quando as coisas saem do controle.

— Problemas são oportunidades disfarçadas, Sr. Santoro — ela respondeu com suavidade venenosa. — E se quiser me controlar... vai ter que me acompanhar bem de perto.

Tirou o cartão de Ricardo da bolsa e o colocou sobre a mesa dele, com um olhar afiado.

— Estou pronta para os dois encontros. Com o senhor... e com eles.

Eduardo ficou imóvel. As palavras dela ainda vibravam no ar.

Ele sabia o que estava acontecendo. Ela estava puxando as rédeas do jogo.

E, naquele momento, ele não tinha certeza se queria puxá-las de volta… ou apenas se render.

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