como eu cuidaria

O ronco grave do motor ecoa pelas paredes altas da propriedade isolada nos arredores da cidade. O Bugatti preto desliza pelos portões automáticos como uma fera domada — elegante por fora, mas com a raiva escondida sob o capô.
[NOITE – MANSÃO MARINI | 22:14]
Diego freia com brusquidão na garagem de mármore polido. As luzes da mansão já estão acesas. Ele sai do carro sem desligar o motor por completo. Seu maxilar cerrado. Os olhos queimando. O dia havia sido longo. Mas não era cansaço. Era frustração.
Ele entra pela porta lateral, evitando os corredores principais. Mas já era tarde demais. A figura rígida do pai o esperava na sala principal, sentado em uma poltrona de couro escuro. A lareira acesa projetava sombras longas no rosto marcado pela idade e por decisões cruéis.
Douglas
Douglas
— Está atrasado. De novo.
Diego Marini
Diego Marini
*tirando o paletó, jogando sobre o sofá* — Não avisei que vinha.
Douglas
Douglas
...... certo
Diego Marini
Diego Marini
quer dizer algo,ou pedir para ravi vim falar comigo não foi o suficiente*arqueia a sombrancelha*
Diego fica em pé, de frente para o pai. Os dois se encaram como soldados em trincheiras opostas.
Douglas
Douglas
— Já deveria ter escolhido seu submisso. O tempo está correndo, Diego. Você sabe o que isso significa.
Diego Marini
Diego Marini
a palavra certa não deveria ser esposo pai?*se senta frustado*
Douglas
Douglas
Você sabe que eles seriam só brinquedos, então são submissos a nos
Diego Marini
Diego Marini
eu realmen-
Douglas
Douglas
Vc não tem escolha Diego...se for para dar seus showzinho sentimental esqueça.
Diego Marini
Diego Marini
— Significa que você quer que eu assine minha alma, como você fez com a sua.
Douglas
Douglas
*ergue uma sobrancelha* — Isso se chama lealdade. Responsabilidade. Você é o único herdeiro legítimo desta linhagem. E herdeiros não vivem de sentimentos… vivem de decisões.
Diego Marini
Diego Marini
— Não quero herdar nada seu. Nem o império. Nem a máfia. *aproxima-se, voz mais baixa e afiada* — Nem essa maldição que você chama de legado.
O pai se levanta lentamente, a aura de autoridade pesando no ar como concreto.
Douglas
Douglas
— Então o que vai fazer? Fingir que é artista? Que não tem sangue sujo nas veias? *tom ácido* — Vai brincar de domar ômegas apaixonados enquanto o seu clã apodrece de dentro?
Diego Marini
Diego Marini
— Não estou brincando com ninguém. E Adrien… não é mais um.
Douglas
Douglas
*ríspido* — Todos são. Até que te decepcionam. Assim como sua mãe.
Silêncio mortal. Diego paralisa. O nome dela era como pólvora na boca daquele homem.
Diego Marini
Diego Marini
— Não ouse usar o nome dela. Você matou tudo o que ela era. Arrancou o brilho dela com sua crueldade e covardia. Não foi a doença que levou minha mãe. Foi você.
Douglas
Douglas
— Ela era fraca. E você puxou esse lado dela. Por isso vive em conflito. Porque parte de você ainda quer amar… enquanto a outra parte foi feita pra mandar.
Diego cerra os punhos. Está no limite.
Diego Marini
Diego Marini
eu não irei seguir seus passos.
Douglas
Douglas
— Você fala como se fosse melhor. Como se não tivesse nascido pra continuar isso.
Diego Marini
Diego Marini
— Eu não vou continuar nada seu.
Se afastando aos poucos Diego diz:
Diego Marini
Diego Marini
— Prefiro perder tudo do que me tornar como você.
Silêncio. O pai o observa, mas não tenta impedir sua saída. Apenas repete, antes que Diego atravesse a porta:
Douglas
Douglas
— Se não tiver seu submisso selado até o fim do mês, Diego… o conselho vai escolher outro nome. E você vai se arrepender de ter recusado o trono.
Diego para na porta. As costas tensas. Mas não responde. Ele apenas sai. A porta fecha com um estalo seco. Lá fora, o vento sopra forte entre as colunas da mansão. O herdeiro havia escolhido resistir. Mas quanto tempo mais conseguiria lutar contra tudo?
[MESES DEPOIS – OUTONO EM MILÃO | 18:47]
As passarelas cintilavam com flashes e aplausos. O nome de Adrien estava estampado nas vitrines de grifes luxuosas, em campanhas com marcas internacionais, nas manchetes das revistas de moda. Ele era o novo rosto da elegância ousada.
Mas nenhuma dessas capas dizia o que ele mais queria saber:
Ele não via o alfa há três meses. Não uma mensagem. Não um aviso. Não uma despedida. Nada.
Sabia que não tinham uma relação muito íntima, mais sentia algo que queira explicar
Mais não conseguiu dizer.....
E aquilo queimava
[BASTIDORES DO DESFILE – MILÃO FASHION NIGHT]
Adrien estava em frente ao espelho. As mãos repousavam sobre o tecido preto da peça de luxo que vestia, mas seus olhos não estavam na roupa. Estavam em outro lugar. No passado. Naquele estúdio, naquelas palavras ditas à meia-luz, naquela promessa silenciosa de um vínculo que nunca se cumpriu.
angel
angel
*entrando, cínico como sempre* — Parabéns, estrelinha. Mais um desfile aclamado. Daqui a pouco vão querer nomear um perfume com seu nome. “Instinto de Adrien” — irresistivelmente abandonado.
Adrien
Adrien
*sorri de canto, sem humor* — Já chegou reclamando ou vai fingir que não sente a minha falta?
angel
angel
— Amor, eu sou sua falta. Você só não percebe porque tá muito ocupado fingindo que tá bem sem o Dom Sumido.
Adrien desvia o olhar, a dor estampada no silêncio. Angel o encara com mais seriedade.
angel
angel
Vamos hum?tire essa cara de cachorro que Caio da mudança,você tem um desfile a fazer*terminando os retoques da maquiagem de Adrien*
Adrien
Adrien
Aaaaaaa*exausto*
angel
angel
Nem A nem B,bora bora bora*empurrando Adrien*
Adrien
Adrien
já tô indo calma*sendo empurrado*
[MILÃO – DESFILE FINAL DA TEMPORADA | 21:57]
A trilha sonora eletrônica reverbera pelo salão enquanto os últimos modelos atravessam a passarela. O público aplaude de pé, fotógrafos se espremem por um clique de ouro, e lá está ele
Adrien.
Vestindo um traje branco esculpido em seda e couro, seu olhar é firme, impenetrável, quase imperial. Cada passo é milimetricamente elegante. E mesmo cercado de luxo, a única ausência que o acompanha brilha mais que os flashes
Quando ele atinge o fim da passarela, para diante da multidão. Uma última pose. Um último olhar. Seus olhos parecem procurar algo… alguém. Mas só encontra mais aplausos.
O desfile termina. As cortinas se fecham. O público começa a se dispersar. Nos bastidores, a equipe comemora e desmonta.
[BASTIDORES – 22:15]
Um segurança se aproxima de Angel e Adrien enquanto eles tiram os acessórios no camarim improvisado
segurança
segurança
— O carro está pronto. Podemos levá-los para o hotel agora
angel
angel
— Vai na frente, Adrien. Esqueci uma coisa no camarim principal. Dois minutos.
Adrien
Adrien
*um pouco cansado* — Não demora. Quero sumir desse salto antes que meus dedos declarem independência.
Adrien segue com os seguranças. Angel caminha em direção ao camarim maior. O local está escuro, quase vazio, mas vozes baixas ecoam de uma sala lateral.
Curioso, e sempre desconfiado, Angel se aproxima na ponta dos pés. Uma porta entreaberta. Uma voz masculina conhecida. Ele reconhece
Ravi. Ao telefone
ravi
ravi
*baixo, tenso* 📱— Já se passaram três meses, Diego. E você ainda diz que não vai voltar?
Diego Marini
Diego Marini
*do outro lado da linha, firme, porém abafada* 📱— Eu não volto. Aquilo ficou pra trás, Ravi. A empresa agora é sua. Oficial. Cuide dela como eu cuidaria
ravi
ravi
📱— E Adrien?
Silêncio pesado.
.
.
.
eu não tenho carro não tenho teto e se ficar comigo e porque gosta,do meu rá rá rá rá rá rá o Lepo lepo
Cabo

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