DESGRAÇA
A porta se escancarou com um estrondo surdo. Angel entrou com Adrien apoiado em seu ombro, os passos arrastados, o corpo mole como se estivesse sendo carregado por dentro de um pesadelo.
Angel havia achado Adrien jogado no chão de seu camarim.totalmente apagado sem nenhuma reação.
angel
*ofegante, irritado e preocupado*
— Droga, Adrien… o que você fez com você dessa vez?
Ele o conduziu até o sofá, onde Adrien simplesmente caiu, sem resistência, os olhos vermelhos, dilatados, perdidos num vazio que Angel já conhecia — e odiava ver.
Adrien
*voz arrastada, quase sem força*
— Eu só queria... silenciar um pouco.
angel
*ajoelhando-se diante dele, segurando seu rosto com cuidado*
— Você tava jogado no chão do camarim, Adrien! Tinha gente entrando e saindo e você ali...não pensou nas consequências???
Adrien soltou uma risada seca e vazia
angel
*mais firme, olhos cheios de raiva e dor*
— Para com isso! Você quer morrer em pedaços e aos poucos? Porque tá indo bem nesse caminho.
O omega desviou o olhar, encostando a cabeça no encosto do sofá. O rosto suado, a pele fria, os lábios rachados. Mas o que mais doía em Angel era o olhar — aquele vazio profundo, cheio de dor antiga.
angel
Vamos....vamos tomar um banho*pega as coisas de Adrien levando para o quarto*
Adrien
Vá para casa,eu consigo me virar daqui*tenta se levantar*
Angel coloca o braço de Adrien em seu ombro o ajudando a levantar
angel
Eu sei que consegue*caminhando até o banheiro*Mas eu também estou aqui pôr vc ok....
Mesmo apartamento o clima ainda denso, Angel está ao lado de Adrien, sentado na cama segurando sua mão. Adrien respira com dificuldade, mas decide falar.]
Adrien
*olhos baixos, voz trêmula*
— você quer saber o motivo da bagunça que eu fiz hj?
— Porque eu tive que escuta oq eu escuto todos os dias...mais hoje foi como um...soco no estômago
Adrien
— Foi no primeiro desfile importante que eu fiz. Eu tinha 17.
— Ela estava na primeira fila… com aquele olhar dela. Frio, calculista. Quando eu saí da passarela, corri até ela, esperando ouvir... sei lá, um "você conseguiu", ou um "tô orgulhosa".
Angel manteve o silêncio, apenas ouvindo. O ar parecia mais denso agora.
Adrien
— Sabe o que ela disse?*pausou ao falar com a garganta cheia de vidros*
— “Você parecia um porco amarrado tentando parecer elegante. Pare de comer, Adrien. Você está imenso.”
angel
*em choque, murmura*
— Ela disse isso?
Adrien assentiu, os olhos vermelhos marejando.
Adrien
— Na frente de um estilista. Na frente de outros modelos.
Depois ela saiu como se tivesse acabado de jogar o lixo fora.
— E eu ainda quis que ela me amasse. Fiz tudo pra agradar. Comecei a forçar vômito,Tomava pílulas pra cortar fome. Sorria nas fotos enquanto minha alma secava.
Adrien até podia terminar de falar.....até o celular vibrar em cima da mesa
Adrien arregalou levemente os olhos. O som da vibração cortou o silêncio como uma navalha. Ele não precisava olhar. Ele sabia.
Era ela.
angel
*sussurrando*
— Não atende. Não agora, Adrien.
Mas como em um impulso automático — condicionado pela culpa, pelo medo, pela velha esperança — Adrien se levantou cambaleando e atendeu.
Adrien
*voz fraca*
📱— Alô…?
A voz da mulher do outro lado era cortante, elegante, e gélida como sempre. Quase sem emoção, mas carregada de julgamento
Letícia
📱— Finalmente atendeu. Estava ocupado demais chorando pelos cantos de novo?
Letícia
📱— Tenho uma reunião importante amanhã com o maior investidor global que quer ver seu "potencial" pessoalmente.
— Então seria inteligente você ficar de jejum. Ou prefere aparecer inchado e envergonhar o meu sobrenome de novo?
Adrien sentiu o estômago virar. Não era surpresa. Era um déjà vu doloroso. A mesma frieza. A mesma humilhação disfarçada de "orientação".
Adrien
*com a voz embargada*
📱— Eu... não sou mais uma criança, mãe.
Letícia
*rindo baixinho, sarcástica*
📱— Não, você é um adulto frustrado, dependente, e com uma beleza que já está... se apagando
— Se não for útil pra mim, Adrien, será útil pra quem?
Angel se levantou em silêncio e fez um gesto para que Adrien desligasse. Mas Adrien estava congelado.
Letícia
📱— Jejum até as 18h. Pele limpa. Nada de olheiras. E, por favor... não apareça com essa sua cara de mártir fracassado. Você me dá náuseas quando finge ser frágil.
Cliq.
Ela desligou sem sequer esperar uma resposta.
Adrien permaneceu parado, o celular ainda colado ao ouvido, mesmo com a ligação encerrada. Os olhos marejados, o corpo tremendo.
angel
*se aproximando, firme e furioso*
— Ela não é sua mãe. Ela é uma maldição.
Adrien deixou o celular cair no chão.
Adrien
— E mesmo assim... parte de mim ainda queria que ela me dissesse que me ama.
angel
Eu... sinto muito my baby
Adrien
Não sinta...eu já estou acostumado... a final essa será a condenação de vida que eu tenho...a solução e morrer jovem assim o cadáver será lindo hahahaha
angel
não.....não diga isso você irá viver longos anos
Angel foi para casa com muita insistência da parte de Adrien..fez com que ele prometesse que não iria se drogar novamente,e que iria se alimentar
Deito-se na cama, fechando os olhos, esperança que amanhã acordasse MORTØ
Manhã fria em Paris – saguão da empresa VOLTAGE. O som dos saltos ecoa, firme. A mãe de Adrien entra imponente, como se o prédio fosse dela.
Adrien andava com elegância — o vestido moldava sua silhueta com perfeição, mas os olhos… não brilhavam. O sorriso ainda estava ali, como uma máscara feita de ferro.
Letícia
— O vestido está bom. Mostra o suficiente sem parecer vulgar.
— Mas por favor... tente parecer menos derrotado. Você está representando minha imagem.
Adrien
sempre foi pela sua imagem "maman"*força um sorriso*
Eles atravessaram o saguão de vidro e aço. Os funcionários desviavam os olhos, percebendo o clima hostil mesmo envolto em luxo.
Ao chegarem à porta da sala de reuniões, a mãe de Adrien deu um último toque nos ombros dele, endireitando o sobretudo como se estivesse ajustando uma vitrine.
Letícia
voz baixa*
— Postura, Adrien. Não se esqueça: você é o reflexo da minha criação. E um reflexo não tem permissão pra pensar por conta própria.
:Sala de reuniões, mesa de mármore claro, janelas amplas, Diego e Ravi aguardam ao fundo sentando na cadeira do centro Diego, sentando ao seu lado ravi
Diego, ao ver Adrien entrar, ficou imóvel por um segundo. O omega com aquele vestido preto colado, os ombros cobertos, os olhos tristes escondidos por um sorriso mecânico… parecia uma obra de arte quebrada. Bonito demais para estar inteiro.
Ravi, ao lado, trocou um rápido olhar com Diego, percebendo o impacto.
Diego Marini
ainda encarando Adrien, sem se levantar*
— um prazer te conhecer...
se levantou caminhando até Adrien, FICANDO frente a frente com o menor
Adrien
O prazer e todo meu*olhando nos seus olhos com um vazio,mais sorrindo*
Diego Marini
*vontando para o seu assento*
— Parece que alguém aqui aprendeu a sorrir sem sentir.
Letícia
*com um riso discreto*
— É o mínimo que se espera de alguém que foi criado com padrão.
Sala de reuniões – os quatro agora estão sentados à mesa. Adrien está em silêncio, entre a mãe e Diego. O clima é elegante, mas tenso
Letícia
*cruzando as pernas com precisão cirúrgica*
— Bem, acredito que podemos começar. Estou ansiosa para saber como pretendem usar Adrien nessa nova campanha — ele é extremamente versátil, apesar da… instabilidade emocional que certos ambientes,mais eu saberei colocar ele na linha hahaha
Diego Marini
*com os olhos em Adrien, mas falando com ela*
— A ideia inicial era algo cru. Intenso. Nada polido demais. Eu quero o real, a cicatriz, o que sangra bonito.
Letícia
*interrompendo com um sorriso*
— Entendo. Mas é justamente aí que entra o meu papel. Adrien tem um lado... digamos... inconstante. E é por isso que eu cuido de todas as decisões. Roupas, horários, entrevistas. Se deixarem nas mãos dele, o projeto pode afundar
Adrien
*murmura quase inaudível*
— Eu só falhei quando tentei ser o que você queria...
Letícia
*vira a cabeça em direção a Adrien*
Disse algo querido?
Letícia
— Não se vitimize, Adrien. Estamos falando de negócios. Sentimentos não pagam campanhas.
ravi
*tom mais direto*
— E controle absoluto paga? Porque, sinceramente, o que você está descrevendo parece mais uma marionete do que um mode
Letícia
*sorrindo com veneno*
— Ravi, querido. No mundo da moda, todos são marionetes. Alguns apenas fingem ter voz. Eu prefiro ser honesta
Diego Marini
— E eu prefiro ser verdadeiro com o que quero mostrar. Adrien não vai ser só uma imagem. Ele será o centro emocional da campanha. Preciso da verdade dele. Não da sua versão fabricada.
Adrien
*um leve sorriso observando a cena*
Diego Marini
*Olha*bom.....
Letícia
*ríspida*
— Isso é arriscado. A verdade dele... é instável. Autodestrutivo, às vezes.
Diego Marini
*encarando Adrien com suavidade*
— E mesmo assim, mais interessante do que qualquer máscara perfeita
— Se ele falhar, falha comigo. Mas pelo menos será por ser ele mesmo — não por viver dentro da sua sombra.
Adrien
*com a voz embargada,como um sussurro*
— Ninguém nunca me pediu pra ser eu… só pra ser útil.
Silêncio. Um silêncio denso, pesado. Ravi trocou um olhar breve com Diego, como se dissesse: "Vai explodir."
Letícia
*com tédio*
— Isso está ficando melodramático demais. Se for esse o tipo de campanha que estão idealizando, com esse negócio de sentimentos, talvez Adrien não seja o nome certo. Posso apresentar outro perfil da minha agência.
Diego Marini
*sem tirar os olhos de Adrien*
— Não. Eu quero ele.
— Mas sem você.
Letícia
*gelando por um segundo*
— Perdão?
Diego Marini
*claro e direto*
— A proposta está de pé — mas Adrien precisa ter autonomia. Criativa. Emocional. Pessoal.
— Se ele for meu modelo, ele será... meu. Com suas escolhas, sua imagem, sua verdade. Sem supervisão materna
ravi
*com um meio sorriso*
— E se ele falhar, vamos deixar que ele falhe como um homem. Não como um reflexo.cascavel(◍•ᴗ•◍)❤
O rosto da mãe de Adrien endureceu. Seus olhos giraram lentamente em direção ao filho, que agora estava parado, silencioso, mas com a expressão nua — sem sorrisos, sem filtros. Apenas ele.
Letícia
*baixa e ameaçadora*
— Pense bem, Adrien. Esse é o momento em que você escolhe entre disciplina... e desgraça.
Adrien
*calmo, ainda frágil, mas firme*
— Talvez... eu esteja pronto pra descobrir o que tem depois da desgraça
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