capítulo 4

A escola inteira estava empolgada com a viagem de três dias para um hotel fazenda. A ideia era uma “experiência de integração e aprendizado ao ar livre”, mas todo mundo sabia o que aquilo significava: três dias longe dos pais, com liberdade o bastante pra fazer merda — e disfarçar de trabalho em grupo.

Noah, claro, adorou a ideia.

Assim que entrou no ônibus, largou a mochila no banco da frente e foi direto se jogar no banco ao lado de Davi. Helena, que vinha logo atrás, sorriu.

— Noah, vai com a gente? Achei que ia com os bagunceiros da turma C.

— E perder a chance de sentar do ladinho do seu namorado o caminho inteiro? — Noah respondeu, piscando descarado.

Helena riu, achando que era brincadeira.

Davi, por outro lado, só fechou os olhos com força e sussurrou:

— Você não vai aguentar nem metade da viagem sem me provocar, né?

— Tarde demais. Já tô duro desde o café da manhã. — Noah respondeu baixinho, com um sorriso sujo.

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Chegando no hotel fazenda, a confusão começou: alunos correndo, professores tentando organizar as turmas, e os dormitórios sendo divididos entre “quartos coletivos por gênero”.

Mas o destino (ou a desgraça) conspirou.

Davi e Noah foram colocados no mesmo quarto masculino, junto com outros dois garotos qualquer. E Helena, claro, ficou no dormitório das meninas, do outro lado do corredor.

Quando o professor entregou a chave, Davi olhou pra Noah com desespero.

— Você planejou isso?

— Eu juro que não… — Noah disse, com aquele sorriso perigoso — …mas eu amei.

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O quarto era simples: duas beliches, banheiro pequeno e pouca privacidade. Davi jogou a mochila na cama de baixo, tentando ignorar o olhar de fome que Noah lançava desde que entraram.

— Se você tentar alguma coisa aqui dentro… — Davi começou.

— Você vai gemer meu nome baixo pra não acordar os outros? — Noah completou, tirando a camisa sem cerimônia. — Que medo, Davi.

Davi virou o rosto. Mas os olhos voltaram pro corpo do ômega segundos depois. A cintura fina, a barriga lisinha, a marca roxa no quadril… deixada por ele, dias antes.

O sangue ferveu.

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À noite, após o jantar em grupo e as dinâmicas idiotas feitas pelos professores, o caos começou de verdade.

Helena se aproximou de Davi, sorridente.

— Vamos caminhar um pouco? O céu tá lindo.

— Claro. — ele respondeu, tentando parecer natural.

Mas antes que desse dois passos, Noah surgiu com uma camiseta branca colada e uma garrafinha de suco.

— Davi, me ajuda a procurar meu carregador? Acho que deixei no salão principal.

Helena franziu o cenho.

— Não é mais fácil procurar sozinho?

— É que tá escuro, e você sabe… tenho medo de fantasma. — Noah piscou. — Mas se o namorado da Helena não puder ajudar, tudo bem. Eu me viro. Literalmente.

Davi segurou a garrafinha da mão de Noah com força, sem olhar pra Helena.

— Eu volto em cinco minutos.

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Noah o levou até os fundos do salão principal — vazio, silencioso. E o encurralou entre a parede e o armário de limpeza. Ali, no escuro, sem ninguém por perto, roçou o quadril no dele e sussurrou:

— Você devia dormir na minha cama essa noite.

— Tem outras pessoas no quarto. — Davi sussurrou de volta, já com a respiração acelerada.

— Eu consigo ser silencioso. — Noah lambeu a orelha dele. — Você só precisa tentar não gemer alto.

Davi prendeu o quadril dele com força, colando os corpos.

— Você quer que ela descubra, né?

— Eu quero que você escolha. — Noah respondeu, sério pela primeira vez. — Porque se não escolher… eu vou fazer isso por você.

Beijou-o de repente. Forte. Quente. Proibido. Um beijo que deixou os dois sem ar.

— Amanhã tem trilha no mato. E adivinha? — Noah sorriu. — Eu vou atrasar a saída do grupo, só pra ficarmos sozinhos.

Davi o olhou com raiva e desejo.

— Você é um inferno.

— E você nunca quer sair de mim.

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Mais tarde, já no quarto, Noah se deitou na cama de cima, de cueca, com as pernas abertas e um sorriso diabólico.

Davi fingiu dormir.

Mas o cheiro do ômega… o som da respiração dele… o ranger da cama…

Estavam deixando o alfa louco.

E o pior?

Eles ainda tinham mais dois dias de viagem.

Noah prometia fogo.

E Davi, no fundo, queria arder inteiro.

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